Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
(Vinícius de Moraes, "Soneto do Amigo")
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 06:02 |
A um amigo
Marcadores: amizade, poema, poesia, Vinícius de Moraes
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário