quarta-feira, 7 de março de 2012 | |

Desabafo

Eu andava acabrunhado e só
Perdido e sem lugar
Feito um galho seco
Arrastado pelo temporal
(“Galho Seco”, de Zé Geraldo)

Às vezes esquecemos que somos a prova empírica das nossas próprias teorias.

Por que, afinal, a vida nos deixa sem amparo justamente quando estamos desolados, destruídos, machucados?

Por que não encontramos ninguém quando mais precisamos? Por que a procura é em vão?

Por que faltam mãos, ombros e sorrisos quando tudo parece escuridão, silêncio e vazio?

Por que só ouvimos o nada quando precisamos de uma palavra?

Estou a pouco mais de 20 dias de uma aventura e agora me sinto sem coragem para enfrentá-la, sem vontade até, talvez...

Perdido num vale de tristezas. À beira de um precipício de incertezas. Mergulhado num rio de ilusões.

Tão perto e tão longe. De tudo e de todos.

Neste momento sobrevivendo. Simplesmente isto.

Tão somente assim.

E não encontro nada, e não ouço nada, e não vejo ninguém.

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