Raul Nilsen Filho (PMDB), mais conhecido como dr. Raul, exerceu papel essencial no processo de cassação do então prefeito afastado, Silvio Félix (PDT). Como presidente interino da Câmara, garantiu – ora com sua aparente ausência (dando autonomia à comissão processante, por exemplo), ora com sua presença e decisões firmes – a lisura de todo o processo.
Mais: abriu (ou escancarou) as portas da chamada Casa de Leis ao povo. Não por oportunismo, registre-se. Por convicção. Quem acompanha as sessões ordinárias do Legislativo sabe bem disso.
Dr. Raul foi essencial não só por esses aspectos. Nos bastidores, colaborou decisivamente na articulação – legítima, registre-se – em busca dos dez votos necessários para a cassação de Félix, de quem se tornou ferrenho opositor (e isto será alvo de uma outra postagem).
O peemedebista foi além. Confirmou em plenário, na sessão derradeira do julgamento de Félix, a coragem e a transparência necessárias para um homem público e comandante de um dos três poderes da República na esfera municipal. Dr. Raul não cedeu à pressão que vinha sofrendo nos bastidores e que culminou, conforme queixa formalizada junto ao Ministério Público, em uma tentativa de extorsão.
Ao tornar pública a provável ação criminosa que visava intimidá-lo para que mudasse sua posição e votasse a favor de Félix, dr. Raul serviu de exemplo para muitas pessoas que penam com atitudes nada republicanas dos poderosos de plantão e seus asseclas. Ao bradar o famoso “Aqui não, jacaré!”, frase que se tornou símbolo da resistência ao jogo sujo dos bastidores da política, o presidente da Câmara talvez não imaginasse o alcance de sua voz. Foi, para muitos, um grito de liberdade. A “cereja do bolo” da necessária faxina da qual a política limeirense vem sendo alvo.
Em tempo: o peemedebista não hesitou, quando questionado por mim na transmissão da TV Jornal, em mencionar o nome de quem estava tentando possivelmente extorqui-lo.
Dr. Raul, porém, não parou aí. Teve a coragem de colocar o dedo numa ferida limeirense (e acredito que não só limeirense): o jogo sujo de alguns figurões da imprensa. Ao criticar os “jabazeiros”, sempre ligados ao poder (seja quem for o poderoso da ocasião), e aqueles que usam dos veículos de comunicação para nutrir vaidades e egos e encher os bolsos de modo desonesto, expôs um problema real: o do mau jornalismo – alguém há de negar?
Sem querer, talvez, deu uma importante contribuição para: 1) trazer à luz uma realidade restrita ao conhecimento das pessoas do meio; 2) ajudar a separar o “jogo do trigo” na imprensa (como já citado neste blog); e 3) colocar a atividade numa espécie de “banco dos réus”, oportuno neste momento decisivo, ainda que sem citar nomes (mas, como diz o ditado, quem não deve, não teme...).
0 comentários:
Postar um comentário