segunda-feira, 19 de dezembro de 2011 | |

As áreas verdes

Já escrevi no meu blog Piscitas – Travel & Fun sobre a importância dos espaços verdes – praças e parques – nas cidades mundo afora. Decidi voltar ao assunto ao constatar a falta de manutenção (ou seria descaso mesmo?) do Poder Público de Limeira em relação ao Parque Cidade, um dos poucos espaços de lazer que a população dispõe na área urbana.

Frequento o local várias vezes por semana. O que deveria ser um belo gramado ficou durante dias tomado pelo mato em muitos trechos, numa altura considerável (registre-se que na última terça-feira, dia 13, um homem – isto mesmo, um! – estava cortando o mato, mas o correto é não deixar que a situação chegue ao ponto em que se encontrava).

O mato alto num local de lazer transmite à comunidade e aos visitantes de outras cidades a ideia de descuido, de falta de apreço com a coisa pública. E isto não é bom – principalmente numa cidade que vive um tsunami político como Limeira, com o prefeito envolto em denúncias de corrupção.

Para quem considera que isto é normal, gostaria de citar o exemplo de Santiago, capital do Chile (já que no Piscitas mencionei cidades europeias). Um dos aspectos que mais me chamou a atenção em Santiago foi a quantidade de áreas verdes e o cuidado de todas elas. Parque Florestal, Cerro Santa Lucia, o canteiro central de grandes avenidas, não há espaço que não seja aproveitado e não esteja limpo, com gramado aparado e as plantas e flores regadas e devidamente podadas.




Numa das áreas, às margens do rio Mapocho, contei num pequeno trecho de menos de 200 metros quatro funcionários da municipalidade molhando o gramado e as plantas. Outra mulher dava retoques de tinta nos bancos (pintados em verde escuro). Havia muitos outros funcionários da área de manutenção de parques, mas estavam descansando por ser horário de almoço.

E, que fique claro, estamos falando de uma cidade de um país em desenvolvimento, com tantos desafios como as cidades brasileiras.

Um outro aspecto merece ser registrado sobre as áreas verdes de Santiago: tal como nas cidades europeias, os gramados servem como espaço de convivência da comunidade. Neles, pais fazem piquenique com seus filhos, casais de namorados curtem seu romantismo, jovens tocam músicas e lêem, crianças correm e se divertem. Tudo muito diferente da placa “Não pise na grama” que colocaram numa das áreas onde crianças e jovens costumam fazer atividades no Parque Cidade, em Limeira.

Tais constatações reforçam o que eu sempre desconfiei: não é a burocracia que impede a devida manutenção dos parques e jardins em Limeira; é mesmo a ineficiência e a incompetência da administração pública.

Numa cidade com quase 300 mil habitantes e cerca de cinco mil servidores municipais, é inadmissível que não se tenha uma pessoa (ao menos uma) para cuidar de cada área verde.

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