terça-feira, 31 de março de 2009 | | 1 comentários

Cliques de Inez Miranda

Na última segunda-feira, a renomada fotógrafa limeirense Inez Miranda foi ao programa "Fatos & Notícias", da TV Jornal, que eu apresento junto da colega Ana Paula Sequinatto. E não é que fomos clicados por ela! A seguir, eu "by Inez Miranda" (como costumam dizer os colunistas).

domingo, 22 de março de 2009 | | 0 comentários

Meu encontro com Warhol

Sempre apreciei arte - renascentista, barroca e, principalmente, moderna e contemporânea. Não, não sou especialista no assunto, longe disso. Aprecio apenas - e isso me basta.

Conheci Andy Warhol em setembro de 2007. Foi numa visita ao MoMA, em Nova York. Confesso que não me toquei que poderia (e iria), naquele museu, deparar-me com Warhol, mas assim foi. Lá estavam algumas de suas famosas criações, lá estava o rosto por ele imortalizado de Marilyn Monroe. Tão perto, tão acessível.

Pois agora Warhol (1928-1987) - ou parte dele - cruzou o Atlântico. "Trinta anos após uma grande retrospectiva feita nos Estados Unidos, o Grand Palais, em Paris, inaugurou na última quarta-feira a maior exposição do artista. Chamada 'Le Grand Monde d'Andy Warhol' (o grande mundo de Andy Warhol), a mostra tem 143 obras e é dedicada aos retratos feitos por Warhol durante toda a sua carreira. Logo, as célebres latas de sopa Campbell e as garrafas de Coca-Cola estão ausentes. Mas podemos ver o magnífico 'Última Ceia', de 1987, que não mostra os 12 discípulos ceando com Jesus, mas apenas um retrato de Cristo multiplicado 112 vezes", informa neste domingo a "Folha de S. Paulo".

Prossegue a reportagem: "'Com essa série de 'portraits', Warhol retratou toda a sociedade, pondo em prática uma nova forma de produção artística, em série, quase industrial', escreve na apresentação da exposição o historiador de arte e curador Alain Cueff.

Nomes como Mao Tsé-tung, Marilyn Monroe, Liz Taylor, Lênin ou Jacqueline Kennedy não chegaram a posar para a polaróide de Warhol. Ele os retratou a partir de fotos de outros fotógrafos. Na realidade, tudo começou com o retrato de Marilyn Monroe, feito em 1962, logo após a morte da atriz. O marchand do artista, Leo Castelli, o vendeu por US$ 1.800 ao colecionador Leon Kraushar, que o guardou até sua morte, em 1967, quando foi comprado por um alemão por US$ 25 mil.

Em 1998, o retrato de Marilyn por Warhol foi revendido pela Sotheby's por US$ 17,3 milhões, um recorde na época para uma obra contemporânea. Atualmente, os preços dos retratos do artista começaram a cair, oscilando entre US$ 250 mil e US$ 800 mil.

Até sua morte, em 1987, Andy Warhol havia feito retratos de estrelas do cinema, como Liz Taylor, Brigitte Bardot e Jane Fonda; de astros do rock, como Madonna e Mick Jagger; de políticos, como Willy Brandt, o xá da Pérsia e Edward Kennedy; e de personagens do jet-set internacional, como Gianni Agnelli, Caroline de Mônaco ou a princesa Lee Radziwill, irmã de Jackie Onassis."

Em tempo: eis-me no MoMA, lado a lado com Warhol e suas latas de sopa Campbell...




| | 3 comentários

Em Foco

Eis o resultado do primeiro esforço este ano da turma do quinto semestre de Jornalismo do Isca Faculdades na disciplina Jornal-laboratório 2 (apresentação copiada da página do colega Victor Real):

| | 1 comentários

Uma frase, uma música

Frase ouvida dia desses (achei que faz algum sentido hehe):

"Os sonhos movem nossas vidas. Por isso durmo muito."

Música ouvida dia desses (para mim faz todo o sentido neste momento):

"Quando não houver saída
Quando não houver mais solução
Ainda há de haver saída
Nenhuma ideia vale uma vida

Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós, algo de uma criança

Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá"
("Enquanto houver sol", de Sérgio Britto)

domingo, 15 de março de 2009 | | 0 comentários

President Obama: "A wonderful meeting of the minds"

Saturday, March 14th, 2009 at 4:31 pm

Calling himself "a great admirer of the progressive, forward-looking leadership that President Lula has shown," President Obama opened up a joint press availability this afternoon after a meeting between the two heads of state. President Lula described the topics covered in the meeting, from stemming the global financial crisis, to addressing the unemployment around the world that results from it, to development in Africa and Latin America.


President Obama was also asked about Brazil’s almost unprecedented move towards biofuels, and whether that would create friction with biofuel producers in the United States, but both President Obama and President Lula struck a very positive, optimistic note:

PRESIDENT OBAMA: Is that directed at me? Well, look, I think Brazil has shown extraordinary leadership when it comes to biofuels. And I've been a great admirer of the steps that have been taken by President Lula's government in pursuing biofuels and developing them. And this is an investment that Brazil has made for a very long time.

My policies coming into this administration have been to redouble efforts here in the United States to pursue a similar path of clean energy development. And I think we have a lot to learn from Brazil.

As I mentioned to President Lula, I think we have the potential to exchange ideas, technology to build on the biodiesel cooperation structure that we've already established. I know that the issue of Brazilian ethanol coming into the United States has been a source of tension between the two countries. It's not going to change overnight, but I do think that as we continue to build exchanges of ideas, commerce, trade around the issue of biodiesel, that over time this source of tension can get resolved.

PRESIDENT LULA: This is the very first meeting that we have between the Brazilian administration and President Obama's administration to discuss this issue. Actually, my answer is built in your question. I can't also understand while the world is concerned with climate change and with carbon emissions that bring greenhouse effect, (inaudible) fuel gets tariffs, and clean fuel also gets tariffs. I have discussed this with Angela Merkel, with Tony Blair when he was Prime Minister, with President of France, Sarkozy, with former President Bush.

I never expect an immediate answer. This is a process. As time goes by, Brazil is proving that biofuel is an extraordinary alternative. And slowly the countries will be convinced. And slowly other countries will join the biofuel effort. That's what I believe.

A seminar will be held in New York City on Monday, where I will attend, and this will be a strong issue that will be discussed there. I talked with President Obama about the possibility for us to build partnerships with third-party countries, especially a joint project with the African continent. And things will move forward as people start changing. No one can change overnight, in terms of their energy matrix. Thank God for 30 years Brazil has already control -- technological control and know-how on this issue.

And when President Obama comes to visit Brazil I'm going to ask him to get inside a car that is run by a flex-fuel engine and he will feel very comfortable.

PRESIDENT OBAMA: I actually had a flex-fuel vehicle. But one of the problems here in the United States is, is that we don't have enough gas stations that have biofuels in them. So that's one of the areas that we need to change our distribution networks here in the United States.


Fonte: The White House Blog (www.whitehouse.gov)

sábado, 14 de março de 2009 | | 0 comentários

A vez de Shakespeare

Gênios são gênios e não sem motivo.


Entre os mestres da palavra, depois de Woody Allen (já citado neste blog), decidi ler Shakespeare. "Hamlet" foi a peça escolhida (eu já lera "Romeu e Julieta"). Trata-se de um drama com contornos épicos (contornos apenas). É de "Hamlet" expressões que se imortalizaram, como "ser ou não ser - eis a questão" (reduzida assim, perdeu seu sentido), "Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que sonha a tua filosofia" (nós sempre tiramos o Horácio da frase...) e "Há algo de podre no Estado da Dinamarca" (costumamos trocar "Estado" por "reino").

Estas se imortalizaram, sabe-se lá por qual motivo, mas há no texto tantas outras (melhor seria dizer o texto todo?) passagens primorosas que ler "Hamlet" foi um grande prazer.

A seguir, reproduzo algumas dessas passagens. Por uma questão de correção, trago também um trecho mais completo da famosa "ser ou não ser...". E, de antemão, digo qual das passagens é a minha favorita: "O senhor certamente tranca a porta à própria liberdade se esconde as angústias até do seu amigo". Eis as demais:

"Fragilidade, teu nome é mulher!"

"Lhe entregar o coração ou abrir teu mais casto tesouro
À sua luxúria sem controle.
Cuidado, Ofélia, cuidado, amada irmã, vigia!"

"Quando o sangue ferve, como a alma é pródiga
Em emprestar mil artimanhas à língua."

"E ser honesto, hoje em dia, é ser um em dez mil."

"Que fazem indivíduos como eu rastejando entre o céu e a terra? Somos todos rematados canalhas, todos!"

"Felizes esses
Nos quais paixão e razão vivem em tal harmonia"

"Que faria o homem, se não risse?"

"O mundo não é eterno e tudo tem um prazo
Nossas vontades mudam nas viradas do acaso;"

"É evidente que esse que nos criou com tanto entendimento,
Capazes de olhar o passado e conceber o futuro, não nos deu
Essa capacidade e essa razão divina
Para mofar em nós, sem uso. Ora, a não ser por esquecimento animal
Ou por decisão pusilânime,
Nascida de pensar com excessiva precisão nas consequências -
Uma meditação que, dividida em quatro,
Daria apenas uma parte de sabedoria
E três de covardia"

"Ser ou não ser - eis a questão.
Será mais nobre sofrer na alma
Pedradas e flechadas do destino feroz
Ou pegar em armas contra o mar de angústias -
E, combatendo-o, dar-lhe fim?"

E, para finalizar esta humilde postagem sobre a genialidade de Shakespeare, não é mesmo gênio aquele que assim encerra uma carta de amor?

"Aquele que tu sabes teu, Hamlet!"

sexta-feira, 13 de março de 2009 | | 0 comentários

É...

"Não dá voz ao que pensares, nem transforma em ação um pensamento tolo.
Amistoso, sim, jamais vulgar.
Os amigos que tenhas, já postos à prova,
Prende-os na tua alma com grampos de aço;
Mas não caleja a mão festejando qualquer galinho implume
Mal saído do ovo. Procura não entrar em nenhuma briga;
Mas, entrando, encurrala o medo no inimigo,
Presta ouvido a muitos, tua voz a poucos.
Acolhe a opinião de todos - mas você decide.
Usa roupas tão caras quanto tua bolsa permitir,
Mas nada de extravagâncias - ricas, mas não pomposas.
O hábito revela o homem.
(...)
Não empreste nem peça emprestado:
Quem empresta perde o amigo e o dinheiro;
Quem pede emprestado já perdeu o controle de sua economia.
E, sobretudo, isto: sê fiel a ti mesmo.

Jamais será falso pra ninguém."

Trecho de "Hamlet", de William Shakespeare

| | 1 comentários

Destaque nacional

Nunca imaginei que a realização do documentário sobre a conquista do Campeonato Paulista pela Winner fosse ter tanto destaque na mídia nacional. E teve. Veja abaixo a lista de notícias.

E mais: também não imaginei que o trailer colocado no You Tube fosse ter tantas visitas em tão pouco tempo. Em menos de uma semana já foram 467 exibições (o trailer está nas postagens anteriores).

UOL
http://esporte.uol.com.br/basquete/ultimas/2009/03/11/ult4356u3464.jhtm

Terra
http://esportes.terra.com.br/interna/0,,OI3628270-EI1886,00.html

Gazeta Esportiva
http://www.gazetaesportiva.net/nota/2009/03/11/566741.html

ESPN BRASIL
http://espnbrasil.terra.com.br/basquete/noticia/38585_LIMEIRA+LANCARA+DOCUMENTARIO+SOBRE+A+CONQUISTA+DO+CAMPEONATO+PAULISTA

Abril
http://www.abril.com.br/noticias/esportes/winner-limeira-lancara-documentario-conquista-campeonato-paulista-307688.shtml

IG
http://esporte.ig.com.br/basquete/2009/03/11/limeira+lancara+documentario+sobre+a+conquista+do+campeonato+paulista+4695936.html

Draft Brasil
http://www.draftbrasil.net/wordpress/?p=1185

Jornal de Limeira
http://www.jornaldelimeira.com.br/site/noticias_detalhes.php?ID_Noticia=26217

Gazeta de Limeira
http://new.gazetadelimeira.com.br/Noticia.asp?ID=18552

Sport Mania
http://www.sportmania.com.br/consulta_noticias_exclusiva_novo.cfm?contador=13441

Limeira Esporte
http://limeiraesporte.com/index.php?mod=noticias&codigo=551

Data Basket
http://www.databasket.com/descricao.asp?NOME=Not%C3%ADcia&IDMATERIA=14252

Achei Notícia
http://acheinoticias.com.br/limeira-lancara-documentario-sobre-a-conquista-do-campeonato-paulista/

Blog – Liga NBB
http://liganbb.blogspot.com/2009/03/limeira-ganha-domumentario-em-dvd.html

Blog – Rebote
http://www.rebote.blogspot.com/

terça-feira, 10 de março de 2009 | | 1 comentários

Título da Winner ganha documentário

O título do Campeonato Paulista de Basquete 08/09 conquistado pela Winner/Limeira em janeiro ganhará um documentário. Idealizadores do projeto, os jornalistas Danilo Janine e Rodrigo Piscitelli contam que o documentário mostra os bastidores da conquista.

"Acompanhamos os jogadores e a comissão técnica da Winner nas quatro partidas finais e registramos tudo", cita Janine. Piscitelli fala que o vídeo conta com imagens exclusivas, depoimentos de atletas, dirigentes e membros da comissão técnica, além de toda a festa da Winner em Franca e Limeira. "Tentamos levar aos torcedores a mesma emoção que sentimos em Franca ao presenciar o título da Winner", comenta.

A dupla explica que a ideia para o documentário surgiu em uma conversa após o término da fase classificatória do Campeonato Paulista. "Após belíssima campanha da Winner na primeira fase do Paulista, Danilo (Janine) me procurou e perguntou se eu estaria interessado em fazer um documentário sobre o título da Winner", diz Piscitelli. "Como estávamos muito confiantes na conquista do campeonato pela equipe de Limeira, aceitei o convite", completa o jornalista.

Janine explica que ele e Piscitelli entraram em contato com a direção da Winner, que os autorizou a acompanhar a equipe e gravar tudo. "Viajamos até Franca e nos hospedamos no mesmo hotel que o time. Ficamos praticamente 24 horas ao lado dos jogadores e acompanhamos tudo sobre a conquista", afirmam os idealizadores do projeto.

Segundo os jornalistas, o documentário traz como destaques as preleções do técnico Zanon antes das partidas (acompanhadas com exclusividade), os últimos treinos da equipe em Limeira e Franca e lances dos quatro jogos finais, muitos deles não captados por nenhuma emissora da televisão. "Nas quatro partidas finais nos posicionamos atrás do banco da Winner, de onde pudemos acompanhar tudo, como as orientações do Zanon e o clima entre os jogadores", explica Janine.

A dupla diz que depois de quase dois meses de trabalho, divididos entre as gravações e a edição das imagens, o material está pronto e deverá chegar em breve às mãos do torcedor. "Tínhamos aproximadamente oito horas de imagens, que foram compiladas em uma hora", comenta Piscitelli. O DVD - que soma cerca de uma hora e 20 minutos - ainda conta com uma seção de fotos, "falha nossa" e uma "homenagem" feita em Franca.

PS: o trailer do documentário já está disponível no You Tube. Em menos de 24 horas, já eram 66 visualizações.

Em tempo: quero agradecer ao "Jornal de Limeira" e à "Gazeta de Limeira" pela divulgação de matéria sobre o documentário.

segunda-feira, 9 de março de 2009 | | 0 comentários

Uma lição

"Ao buscar um dos seus traços mais fortes nesses 80 anos, ela disse que sempre sentiu curiosidade, com vontade de conhecer coisas e gente. Falou-me, com a mesma intensidade, de uma visita que fez a Dubai como sobre entrevistas que fez num presídio feminino. Certamente, está aí a força que a manteve, por tanto tempo, fazendo perguntas num sofá num programa de auditório. "Ainda me sinto meio criança."Não conheço o segredo do sucesso. Duvido que alguém saiba, tantos são os fatores que envolvem o estrelato, desde questões genéticas até os estímulos sociais. Mas nunca conheci alguém de sucesso que não fosse um eterno curioso -e, aliás, sempre tive a sensação de que os velhos curiosos parecem nunca envelhecer porque não perderam suas crianças.

Com seus quatro anos de escolaridade, Hebe mostra como envelhecer sem perder a curiosidade -é uma magistral aula num mundo em que as pessoas vivem cada vez mais e são condenadas à inutilidade. Isso significa que o grande papel dos educadores é serem gerenciadores de curiosidade."

Fonte: Gilberto Dimenstein em sua coluna na "Folha de S. Paulo" em 9/3/2009

| | 0 comentários

Ronaldo e a mídia

"Ronaldo, ´o fenômeno´, é um dos melhores jogadores de futebol da história, o maior artilheiro em Copas do Mundo. É justificável que os veículos de comunicação acompanhem seus passos, pelo interesse que desperta em milhões de pessoas.Mas desde que foi contratado pelo Corinthians, a Folha tem demonstrado obsessão por ele que às vezes parece pueril, outras patológica.

Nos 84 dias entre o de sua contratação e anteontem, o jornal publicou 70 fotos de Ronaldo. Treinando, brincando, assistindo jogo, cortando cabelo, de frente, de costas, de lado.

Em muitas, a intenção de ressaltar seu sobrepeso era evidente. Referências à sua condição física são frequentes, nem sempre de bom gosto, com expressões como ´reforço de peso´ e ´volta redonda´.

Essa fixação já havia passado dos limites em 6 de julho, quando foram editadas lado a lado foto de um transexual "grávido" e de Ronaldo com a barriga de fora.

O mais grave é que esse monte de espaço é gasto enquanto o caderno Esporte é cobrado por centenas de leitores que se queixam de mau atendimento de suas expectativas na cobertura de seus times de futebol (como a Portuguesa e os grandes de outros Estados) e de outras modalidades esportivas.

A resposta dos editores de que lhes faltam espaço, recursos e gente para cobrir tudo simplesmente não cola diante do desperdício com Ronaldo."

Fonte: Carlos Eduardo Lins da Silva, ombudsman da "Folha de S. Paulo", em sua coluna de 8/3/2009

Está vendo, não sou só eu que acho que a cobertura vinha sendo exagerada...

sexta-feira, 6 de março de 2009 | | 0 comentários

E o americano chorou...


Alguns dias atrás recebemos em Limeira um casal de amigos norte-americanos. Na verdade, eu não os conhecia, mas acabei servindo de anfitrião. Foi uma experiência fantástica e enriquecedora. Numa das ocasiões, reunimos um grupo no apartamento de um casal de amigos para um jantar. Lá, ficamos conversando durante horas sobre a vida e o mundo. Brasileiros de lado, norte-americanos de outro. E eis que, no fim da conversa, o americano chorou. Os diálogos foram mais ou menos assim:

- (Brasileiros) Nós temos a impressão de que os americanos são teimosos, ainda que saibam que estão errados, insistem no erro, apoiaram o Bush...

- (Mike) Muitos americanos são míopes, egoístas, têm uma visão limitada de mundo. Acreditam que os EUA são o centro de tudo e que tudo gira em torno do país. Ignoram que existem outros modos de vida. Mas há também muitos americanos bons.

- (Brasileiros) O Bush fez o que fez com os muçulmanos e vocês elegeram um presidente que tem um nome muçulmano. Isso parece uma contradição...

- (Mike) Mas é justamente essa contradição que nos dá esperança. Obama representa a diversidade, o multiculturalismo. Enquanto Bush dividiu o país, Obama veio para unir.

- (Brasileiros) Sempre quando eu viajo, o que mais procuro fazer é conhecer a cultura do lugar, como as pessoas vivem, como aquela sociedade funciona. Por isso vou ao supermercado, à banca da jornais, etc.

- (Velora) Nesta nossa viagem ao Brasil, temos feito isso. Muitos americanos vêm para cá, compram tíquetes, conhecem as principais atrações turísticas, veem coisas maravilhosas, mas não falam com o povo. Nós temos feito questão de conversar com as pessoas e isso faz muita diferença.

- (Mike) Em toda a minha vida, quando ela chegar ao final, poderei olhar para trás e dizer que valeu a pena. E valeu a pena porque um dia recebemos em casa a Mirele e a Mariele. E isso mudou toda a nossa vida. Mudou a nossa visão de mundo, nossa forma de ver as pessoas, de ver o mundo. E isso foi a coisa mais importante da minha vida.

PS: Dedicated to Mike and Velora

"Cause we all
Live under the same sun
We all
Walk under the same moon
And why,
why can we live as one?"

| | 0 comentários

Reflexões pós-modernas

Desde que deixei a mídia impressa diária, tenho feito várias reflexões sobre o jornalismo e a vida. Após dez anos de dedicação a um ideal, decidi mudar de ar. Foi uma das melhores decisões que já tomei na vida. Independentemente do que acontecesse, tenho certeza que ter a vida de volta não tem preço.

Hoje, tenho convicção de que não vale a pena, do ponto de vista pessoal, ficar preso a uma empresa, a um só trabalho. Muitas vezes, fazemos isso por dinheiro (e olha que quando ouvimos outras pessoas ficamos estarrecidos por constatar que esse tal "dinheiro" nem é tanto assim...). Li certa vez, e concordo com a ideia, que o dinheiro garante liberdade. E é justamente por isso que não pode representar uma prisão. É um tanto paradoxal, eu sei, mas é fato: muitas pessoas, pensando na liberdade que o dinheiro pode garantir, prendem-se.

Poder conciliar alguns trabalhos que nos dão prazer com oportunidades de lazer (de estar com amigos, de ir a um jogo, de sair com a namorada), ainda que isso represente menos dinheiro, não tem preço. Poder plantar as sementes de um sonho, que irão germinar e dar frutos no futuro, ainda que isso represente menos dinheiro, não tem preço. Até porque o dinheiro é relativo: muitas vezes ganhar R$ 10 mil e morrer de trabalhar, só ter dor de cabeça, vale menos do que ganhar R$ 1 mil e poder viver.

Pensem nisso: a vida é curta demais para permitirmos aborrecimentos em nome do dinheiro.

Se de algum modo o dinheiro representa liberdade, não há dinheiro que pague por ela - pela liberdade de fazer o que se gosta e ainda assim poder viver.

Quanto ao jornalismo, minha esperança é que a crise atual (nos EUA isso é mais do que evidente) permita - como geralmente acontece - que se dê uma guinada e que sejam retomados os valores que sempre moveram a profissão (e, tenham certeza, não são os valores do mercado que hoje predominam, em todos os campos, em todos os sentidos).

PS: esta postagem é dedicada, com todo o carinho, a algumas pessoas com quem tenho compartilhado essas reflexões nos últimos tempos.

quarta-feira, 4 de março de 2009 | | 1 comentários

Woody Allen, fantástico

Outro dia, numa ida ao supermercado com a minha mãe, acabei comprando alguns "pocket books" - ou livros de bolso. Fazia algum tempo que queria ler uns clássicos e peguei "O Príncipe", de Maquiavel, e "Hamlet", de William Shakespeare. Também comprei "Adultérios", de Woody Allen, além de um outro livro para um amigo.

Confesso que, no caso de Allen, dois fatores me chamaram a atenção: 1) conhecer um pouco mais deste genial cineasta e escritor; 2) o fato das histórias serem ambientadas em Nova York. Conforme a própria contracapa explica, "Adultérios" traz três histórias "engraçadíssimas, espirituosas e agradabilíssimas". De fato.

Para quem conhece alguma coisa das obras cinematográficas de Allen, mas nunca tinha lido nada dele, facilmente identifica em "Adultérios" as marcas do cineasta. O texto, feito para o teatro, mistura ironia e sarcasmo em situações do cotidiano, obviamente envolvendo adultérios (cada vez mais estou convicto de que a monogamia é um compromisso ao qual a maioria dos seres humanos não está apta a viver).

Quem mais, além de Woody Allen, poderia trazer os seguintes diálogos:

"- Você é radical demais.
- E você é razoável demais."

"- Ninguém faz amor daquele jeito sem sentir amor.
- Um pau duro não tem consciência."


Quem mais poderia definir a impotência com a seguinte frase: "O mesmo que tentar enfiar uma ostra num parquímetro"? Quem mais poderia ir tão profundo na alma humana com a frase: "As pessoas nunca nos odeiam pelas nossas fraquezas... elas nos odeiam pelos nossos pontos fortes"?

Quem mais poderia dar à união conjugal esta definição: "Lembre-se, Juliet... o casamento é a morte da esperança"? E quem mais poderia diminuir uma pessoa (e quantas vezes não temos vontade de fazer isso?) com a seguinte tirada: "Por que você está dando a ele o mínimo de credibilidade? Ele é um desenho animado"?

Este é Woody Allen. No teatro e nos livros tal como no cinema. Genial.

PS: por falar em livros, outro dia decidi limpar minha estante e tirar umas obras para doar à biblioteca. Entre elas, achei um livro escolar que traz datas importantes do País. Usei muito este livro na escola e decidi folheá-lo. Qual não foi minha surpresa ao me deparar logo no início com a seguinte explicação:

"MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO DE 1964 - 31 de março de 1964 marcou uma nova fase política em nosso país. Foi um dia de ansiosa expectativa nas primeiras horas. E somente à meia-noite respirava-se o ar da vitória da democracia.

Devido a inúmeros acontecimentos que vinham perturbando a tranquilidade pública e a segurança da Nação, com grande ameaça às instituições democráticas, o general Olympio Mourão Filho lançou seu manifesto de repúdio às forças anti-democráticas (sic)..."

Assim o livro descrevia a ditadura. Assim se ensinava nas escolas nos anos 80...

segunda-feira, 2 de março de 2009 | | 1 comentários

Uma estreia "bombástica"

Após dez anos atuando em mídia impressa, mudei de área. Agora, estou na TV. Hoje, após duas semanas de observações, fiz minha estreia. Um colega entrou em férias e estou no lugar dele no programa “Fatos & Notícias”, da TV Jornal. Ao vivo. E minha estreia não podia ter sido mais “bombástica”.

Depois de rir durante anos com aquelas gafes que se comete quando se faz televisão ao vivo, jamais imaginei que pudesse acontecer comigo. E aconteceu. O programa seguia tranquilamente e eu fazia mais uma participação, comentando uma reportagem sobre a reforma do prédio do museu em Limeira. Eis que, de repente, um grande estouro é ouvido no estúdio e eu vejo ao meu lado fumaça e luzes descendo ao chão. Algo havia explodido. E eu estava no ar, com a câmera fechada em mim. Logo na minha estreia!!!

Claro que, como qualquer ser humano, eu me assustei. E isso ficou visível – e risível – no vídeo. Depois, por um milésimo de segundo, pensei o que deveria fazer. Ora, uma vez aprendi que, em rádio, você pode fazer de tudo menos parar de falar. Pois eu decidi seguir falando.

Obviamente, eu dei risada, a gafe acabou até virando um momento de descontração - a apresentadora Fabiana Fatoretto rapidamente emendou um “acidentes acontecem” e eu entrei no clima. Brinquei que aquilo tinha que acontecer justamente na minha estreia e quando a câmera estava fechada em mim. Disse não imaginar que minha estreia teria pirotecnia... E o programa seguiu (não sem que houvesse comentários da técnica por meio do nosso comunicador interno).

No final, quando o “Fatos” já tinha saído do ar, foi só risada. Até o dono da emissora entrou no estúdio rindo e brincou comigo dizendo algo do tipo: “estourou na hora certinha que eu tinha combinado”. Mais risada. Depois ele me cumprimentou por segurar a onda – no programa e naquele momento em especial.

Na técnica, todo mundo já tinha se amontoado para rever a cena. Minha curiosidade era imaginar qual foi a minha cara. Foi engraçada: um susto seguido de risada. Vimos e revimos. Alguns técnicos destacaram o fato de eu ter seguido falando. Sei que isso não impedirá que a cena vá para o tradicional clipe de gafes da TV Jornal. Quem sabe logo eu não apareço naquela série de gafes que traz figuras renomadas do telejornalismo brasileiro?

De uma coisa tenho certeza: minha estreia já ficou marcada! Ao menos para mim...

PS: convido a todos para assistirem ao “Fatos & Notícias” pela TV Jornal diariamente às 11h30, com reprise à noite.