segunda-feira, 9 de março de 2009 | |

Uma lição

"Ao buscar um dos seus traços mais fortes nesses 80 anos, ela disse que sempre sentiu curiosidade, com vontade de conhecer coisas e gente. Falou-me, com a mesma intensidade, de uma visita que fez a Dubai como sobre entrevistas que fez num presídio feminino. Certamente, está aí a força que a manteve, por tanto tempo, fazendo perguntas num sofá num programa de auditório. "Ainda me sinto meio criança."Não conheço o segredo do sucesso. Duvido que alguém saiba, tantos são os fatores que envolvem o estrelato, desde questões genéticas até os estímulos sociais. Mas nunca conheci alguém de sucesso que não fosse um eterno curioso -e, aliás, sempre tive a sensação de que os velhos curiosos parecem nunca envelhecer porque não perderam suas crianças.

Com seus quatro anos de escolaridade, Hebe mostra como envelhecer sem perder a curiosidade -é uma magistral aula num mundo em que as pessoas vivem cada vez mais e são condenadas à inutilidade. Isso significa que o grande papel dos educadores é serem gerenciadores de curiosidade."

Fonte: Gilberto Dimenstein em sua coluna na "Folha de S. Paulo" em 9/3/2009

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