Desde que deixei a mídia impressa diária, tenho feito várias reflexões sobre o jornalismo e a vida. Após dez anos de dedicação a um ideal, decidi mudar de ar. Foi uma das melhores decisões que já tomei na vida. Independentemente do que acontecesse, tenho certeza que ter a vida de volta não tem preço.
Hoje, tenho convicção de que não vale a pena, do ponto de vista pessoal, ficar preso a uma empresa, a um só trabalho. Muitas vezes, fazemos isso por dinheiro (e olha que quando ouvimos outras pessoas ficamos estarrecidos por constatar que esse tal "dinheiro" nem é tanto assim...). Li certa vez, e concordo com a ideia, que o dinheiro garante liberdade. E é justamente por isso que não pode representar uma prisão. É um tanto paradoxal, eu sei, mas é fato: muitas pessoas, pensando na liberdade que o dinheiro pode garantir, prendem-se.
Poder conciliar alguns trabalhos que nos dão prazer com oportunidades de lazer (de estar com amigos, de ir a um jogo, de sair com a namorada), ainda que isso represente menos dinheiro, não tem preço. Poder plantar as sementes de um sonho, que irão germinar e dar frutos no futuro, ainda que isso represente menos dinheiro, não tem preço. Até porque o dinheiro é relativo: muitas vezes ganhar R$ 10 mil e morrer de trabalhar, só ter dor de cabeça, vale menos do que ganhar R$ 1 mil e poder viver.
Pensem nisso: a vida é curta demais para permitirmos aborrecimentos em nome do dinheiro.
Se de algum modo o dinheiro representa liberdade, não há dinheiro que pague por ela - pela liberdade de fazer o que se gosta e ainda assim poder viver.
Quanto ao jornalismo, minha esperança é que a crise atual (nos EUA isso é mais do que evidente) permita - como geralmente acontece - que se dê uma guinada e que sejam retomados os valores que sempre moveram a profissão (e, tenham certeza, não são os valores do mercado que hoje predominam, em todos os campos, em todos os sentidos).
PS: esta postagem é dedicada, com todo o carinho, a algumas pessoas com quem tenho compartilhado essas reflexões nos últimos tempos.
sexta-feira, 6 de março de 2009 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:28 |
Reflexões pós-modernas
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