De vez em quando, acontecem umas situações curiosas. Ontem, estava trabalhando no fechamento do jornal quando pedi a um repórter que editasse a entrevista de um representante da CNBB. O foco da entrevista era o temor da conferência que reúne os bispos brasileiros em relação à volta do "rouba, mas faz" nas eleições deste ano.
À noite, na festa de aniversário de um colega, quando a política virou assunto da roda, uma colega logo lascou: "pois é, este rouba, mas faz. Pior é quem rouba e não faz nada". Não quis fazer comentário porque o assunto seguia mais pelo campo do humor do que para o da discussão séria. O fato, porém, chamou-me a atenção.
É incrível como os brasileiros ainda toleram certos desvios. É curioso como muitos brasileiros balizam seus conceitos com base naquilo que é pior e não no que é melhor, desejável. Ora, basta a existência de políticos corruptos e péssimos administradores para que aquele que "rouba, mas faz" passe a ser tolerado.
Não, não deve ser tolerado! Ninguém que rouba merece crédito - seja bom ou mau administrador. A corrupção é a origem da péssima educação, das filas nos postos de saúde, da falta de atração de investidores, do transporte público deteriorado, da falência das instituições e da criminalidade.
E aí, ainda acha válido quem "rouba, mas faz"?
domingo, 27 de julho de 2008 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:29 |
"Rouba, mas faz". Faz o quê?
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1 comentários:
A frase "rouba, mas faz" é quase perfeita. Eu só mudaria uma palavra: "rouba e faz"...
Rouba e faz safadeza, pilantragem...
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