sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014 | |

Brasil de hoje, de ontem e de amanhã

"Presidencialismo de coalizão" é o eufemismo cunhado por acadêmicos cínicos para nomear um sistema político hostil ao interesse público, endemicamente corrupto, que se reproduz parasitando as pessoas comuns. Nas jornadas de junho, a sociedade rebelou-se precisamente contra isso, provocando pânico visível entre gregos e troianos. 

Fonte: Demétrio Magnoli, “Flores no jardim”, Folha de S. Paulo, Poder, 8/2/14.

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(...) Rui Barbosa, em junho de 1899, descrevia “um Congresso de mendicantes, janízaros do chefe de Estado e de agentes de negócios dos governadores”. (p. 132-3)

(...) o Reino da Mentira, descrito pelo senador Rui Barbosa, nos idos de 1919, volta à ordem do dia: “Mentira por tudo em tudo e por tudo. Mentira na terra, no ar, até no céu. Nos inquéritos. Nas promessas. Nos projetos. Nas reformas. Nos progressos. Nas convicções. Nas transmutações. Nas soluções. Nos homens, nos atos, nas coisas. No rosto, na voz, na postura, no gesto, na palavra, na escrita. Nas responsabilidades. Nos desmentidos”. (p. 162)

“Reformar a cultura política significa, sobretudo, reformar o cidadão. Cidadãos mais exigentes, cultos e preparados, serão o oxigênio para a gestão mais racional de nossa democracia. Até chegarmos a esse estágio civilizatório, teremos de conviver com partidos do faz de conta, administrações que mais se assemelham a capitanias hereditárias, tensões políticas constantes, justiça lenta e contingentes apinhados no balão político das trocas.” (p. 274)

Fonte:
Gaudêncio Torquato, “Era uma vez... mil vezes – O Brasil de todos os vícios”, ed. Topbooks: São Paulo, 2012.

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