(...) A reivindicação não precisa ser justificável para ser
um direito. A greve, reivindicatória ou de protesto, é um direito, se não é
antissocial. Mas o que ocorre em muitas cidades brasileiras, como o ato
violento dos aeroviários dirigidos pela Força Sindical, ou como a surpresa
covarde dos metroviários paulistanos comandados pelo PSOL, e ações instigadas
pelo PSTU como a violência "black bloc", pertencem a uma categoria
nascente. São formas da pretensão de direito à violência contra o que não é violento,
nem é responsável por violências econômicas, injustiças sociais nem a má
qualidade de serviços públicos.
Essa pretensão de direito à violência cega, uma espécie de
imitação da ditadura militar, é um chamariz para a violência contrária. É claro
que a tolerância dos governantes tem limites, até porque em jogo está a sua
sobrevivência política. É claro que a contenção inofensiva dos atos mais
perturbadores, depositada na função das polícias, jamais ficará nos limites da
civilidade se houver desafio físico à ação policial. E é o que tem havido.
Quase sempre como intenção, mesmo. (...)
Fonte: Janio de Freitas, Folha de S. Paulo, Poder, 15/6/14 (íntegra aqui).
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