(...) Os contribuintes brasileiros pagaram por esses
camarotes, assentos que os fãs brasileiros jamais poderiam comprar. Em nome da
família Blatter, gostaria de agradecer a vocês. E também um muito obrigado da
empresa Taittinger, dona do contrato exclusivo de distribuição de champanhe. O
contrato de hospitalidade corporativa de todos os estádios foi concedido por
tio Sepp à empresa Match, da qual a empresa Infront, do sobrinho dele, Philippe
Blatter, é dona de uma parte. Os proprietários majoritários da Match são os irmãos
mexicanos Jaime e Enrique Byrom, trazidos para o mundo dos lucros do futebol
algumas décadas atrás por João Havelange.
Os irmãos Byrom são sortudos. Eles têm também um contrato
para fornecer todos os 3 milhões de ingressos da Copa do Mundo. Das entradas,
450 mil são reservadas para a elite nos camarotes com seus chefs, garçonetes e
estacionamentos privilegiados. (...)
Os brasileiros que percorrem grandes distâncias para
assistir aos jogos vão precisar de quartos de hotel, e nisso os irmãos podem
ajudar. Tio Sepp deu a eles o contrato da indústria hoteleira (...).
Caso Sepp Blatter queira sair inteiro do aeroporto do
Galeão, o Brasil precisa ser campeão da Copa do Mundo. Por isso, se Neymar, Fred
ou Hulk quebrarem a perna ou se Marcelo sofrer um mal súbito como ocorreu com
Ronaldo, em 1998, não há motivo para preocupação.
Por pior que seja o desempenho da seleção nos campos,
Blatter tem muito poder sobre o resultado. No passado, alguns juízes das
partidas não passaram de fantoches interessados apenas em viajar pelo mundo,
receber quantias vultosas e participar de intercâmbios culturais nos bordéis.
(...)
Fonte: Andrew Jennings, “Salvem o futebol das mãos da Fifa”, O Estado de S. Paulo, Aliás, 15/6/14, pg. 2-3.
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