(...) Trocando em
miúdos, não faz muito sentido exigir que os impostos do favelado paulista
subsidiem o estudante de medicina ou engenharia da USP, que, apesar dos
relevantes serviços que prestarão, serão recompensados com vencimentos 15 ou 20
vezes maiores que a média nacional.
A questão, no
fundo, é simples. A menos que incorrêssemos em alíquotas de imposto
significativamente maiores que as atuais, o Estado não consegue oferecer
"gratuitamente" tudo o que dele se exige. Precisamos fazer escolhas.
E aí o caso da universidade é um dos mais difíceis de defender. A educação
básica e a saúde, para citar apenas dois itens, me parecem prioridades bem mais
claras.
Fonte: Hélio Schwartsman, “Não há almoço grátis”, Folha de S.
Paulo, Opinião, 4/6/14, p. 2.
***
A seguir, trecho de e-mail que mandei para o Schwartsman a respeito do assunto:
"O modelo das universidades no Brasil já se esgotou. Ou a
autonomia é revista (não para derrubá-la, mas ao menos para impor uma espécie
de lei de responsabilidade fiscal, ou se institui o modelo que você sugeriu).
Afinal, as universidades públicas paulistas consomem mais de 10% das receitas do ICMS do Estado mais rico da federação, um modelo único no mundo. Parece-me um custo desproporcional no que diz respeito ao conjunto da sociedade.
Ainda mais quando uma universidade comete a
irresponsabilidade de comprometer 105% do seu orçamento com salários. Na
iniciativa privada isto tem nome: insolvência.
Mas em relação à USP mal se pode tocar no assunto...
Que ao menos as alternativas sejam debatidas com racionalidade, sem dogmatismos ideológicos."
Mas em relação à USP mal se pode tocar no assunto...
Que ao menos as alternativas sejam debatidas com racionalidade, sem dogmatismos ideológicos."
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