Recentemente, tive a oportunidade de jantar com dois colegas
jornalistas argentinos. Amenidades à parte, a conversa girou em torno de assuntos
necessários, como a crise política-econômica na Argentina, sobre a qual já falei neste blog, e obviamente sobre a relação entre brasileiros e argentinos e
o futebol.
Argumentei que as rivalidades esportivas são saudáveis e devem
ser alimentadas, com alegria, criatividade e provocação, mas no limite do
respeito mútuo. Estranho seria ver um argentino torcendo pelo Brasil e
vice-versa.
Fora isso, disse que ambos os países, junto aos demais irmãos
latino-americanos, compartilhamos qualidades, defeitos e desafios muito
semelhantes. De alguma forma estamos todos num mesmo barco e é contraproducente
torcer pelo pior em relação aos países vizinhos.
Neste sentido, parece-me ignorância brasileiros criticarem
os argentinos, e vice-versa. No fim das contas, somos todos um – seres humanos.
Recentemente, o técnico da seleção argentina, Alejandro
Sabella, o "Pachorra", deu uma bela contribuição para a
tese que defendi. Disse ele em entrevista sobre a Copa do Brasil:
“Sempre existe uma grande rivalidade esportiva entre Brasil e Argentina. Queremos ganhar, respeitamos muito e sabemos do valor do futebol brasileiro, assim como sabem do nosso. É uma rivalidade que temos que deixar no plano estritamente esportivo e que não passe daí. Não podemos deixar de ser povos irmãos, o motor da América Latina. Dependemos muito um do outro, principalmente em termos de cidadania. Há um limite que não temos que passar. Temos que tentar ganhar, temos as brincadeiras, e não pode passar disso. Por mais importante que seja e a paixão que exista, é um esporte. Assim esperamos que seja”.
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