(...) Entendo quem enxerga espírito de corpo no noticiário
inflamado dos últimos dias, mas, pelas circunstâncias, a morte de Santiago é
diferente das anteriores. Ele foi a primeira vítima direta da violência dos
"black blocs". As outras mortes registradas em protestos ocorreram
por acidentes, como queda de viaduto e atropelamento.
É significativo também que Santiago estivesse ali a
trabalho, exercendo o papel de informar o público. O exagero está em considerar
a sua morte um atentado à liberdade de imprensa, como fizeram editoriais da “Folha” e do "Globo".
(...) É essencial manter o sangue-frio para não perder a
isenção no dimensionamento das notícias, uma das funções mais importantes do
jornalismo. Caio de Souza e Fábio Raposo devem ser punidos pela morte trágica
que provocaram, mas sem linchamento midiático. (...)
Fonte: Suzana Singer, “Ação e reação”, Folha de S. Paulo, Ombudsman, 16/2/14.
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