Dia desses, ouvi de uma pessoa próxima o seguinte comentário
após o noticiário mostrar os tumultos na Turquia em protesto contra o governo: “Que
bom que no Brasil não tem essas coisas”.
Discordei da opinião. Afirmei que é a falta de mobilização
da sociedade que permite uma série de desmandos que o Brasil assiste há
décadas.
Pois não era preciso discordar. Porque a opinião original
estava equivocada. O Brasil tem, sim, seus tumultos. Veja os recentes protestos contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo.
Não vou entrar no mérito da discussão.
Não posso deixar de registrar, porém, que prefiro o barulho
ao silêncio das massas. Ainda que sob o risco de excessos.
Da mesma forma, prefiro a liberdade de atuação do Ministério
Público e da imprensa, ainda que sob o risco de excessos. Contra estes, há a
Justiça.
Já o silêncio favorece desmandos, abusos, corrupção.
Em tempo: políticos de hoje e de amanhã, atentem-se. O mundo
está mudando. O Brasil – e Limeira – não é imune a isto. Os ventos da chamada Primavera
Árabe sopram por aqui. Ainda tímidos, mas sopram. Com razões ou sem, com
excessos ou não, as massas estão buscando se fazer ouvir.
E este fenômeno é irreversível.
Para o bem da sociedade.
A história da humanidade é farta em revoltas. Foram elas que
mudaram o curso dos acontecimentos. Dificilmente o “status quo” foi mudado
mantendo-se a ordem. Não pretendo, com isto, defender a bagunça e o vandalismo
e sim louvar os novos tempos que se anunciam.
É certo que entre os manifestantes deve haver uns e outros
que mereçam a alcunha de “baderneiros”. Não se pode, contudo, por causa de
alguns condenar o todo – qual seja, os movimentos em favor de uma sociedade
mais justa e menos desigual.
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