quarta-feira, 12 de junho de 2013 | |

Os ventos da "Primavera" sopram por aqui

Dia desses, ouvi de uma pessoa próxima o seguinte comentário após o noticiário mostrar os tumultos na Turquia em protesto contra o governo: “Que bom que no Brasil não tem essas coisas”.

Discordei da opinião. Afirmei que é a falta de mobilização da sociedade que permite uma série de desmandos que o Brasil assiste há décadas.

Pois não era preciso discordar. Porque a opinião original estava equivocada. O Brasil tem, sim, seus tumultos. Veja os recentes protestos contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo.

Não vou entrar no mérito da discussão.

Não posso deixar de registrar, porém, que prefiro o barulho ao silêncio das massas. Ainda que sob o risco de excessos.

Da mesma forma, prefiro a liberdade de atuação do Ministério Público e da imprensa, ainda que sob o risco de excessos. Contra estes, há a Justiça.

Já o silêncio favorece desmandos, abusos, corrupção.

Em tempo: políticos de hoje e de amanhã, atentem-se. O mundo está mudando. O Brasil – e Limeira – não é imune a isto. Os ventos da chamada Primavera Árabe sopram por aqui. Ainda tímidos, mas sopram. Com razões ou sem, com excessos ou não, as massas estão buscando se fazer ouvir.

E este fenômeno é irreversível.

Para o bem da sociedade.

A história da humanidade é farta em revoltas. Foram elas que mudaram o curso dos acontecimentos. Dificilmente o “status quo” foi mudado mantendo-se a ordem. Não pretendo, com isto, defender a bagunça e o vandalismo e sim louvar os novos tempos que se anunciam.

É certo que entre os manifestantes deve haver uns e outros que mereçam a alcunha de “baderneiros”. Não se pode, contudo, por causa de alguns condenar o todo – qual seja, os movimentos em favor de uma sociedade mais justa e menos desigual.

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