Confesso que me surpreendi com a reação extasiada do povo americano (uma generalização, claro) ao saber da notícia da morte do saudita Osama Bin Laden. Sem qualquer mobilização prévia (o que, claro, seria impossível neste caso), centenas – talvez milhares – de pessoas foram às ruas comemorar tal qual a conquista de uma Copa do Mundo aqui nos trópicos. Aos gritos de “U.S.A.! U.S.A.!”
Qualquer um que tenha estado nos EUA nos últimos dez anos consegue ter noção da ferida aberta pelo 11 de Setembro. Uma ferida que talvez nem a morte de Bin Laden irá cicatrizar.
Ainda assim, não imaginava tamanha comemoração. Pelas imagens da TV, era perceptível uma sensação de alívio misturada com êxtase. Não era uma comemoração qualquer.
Ao longo da história, é comum verificar como as nações se unem diante de um inimigo externo. Muitas guerras foram usadas com esse fim, reforçar o sentimento nacional. Nos EUA não é diferente.
“A causa da segurança nacional ainda não está completa. Mas hoje, nós nos lembramos mais uma vez que a américa pode fazer qualquer coisa que se determinar a fazer. Essa é a história da nossa história, seja a busca da prosperidade do nosso povo, ou a luta pela igualdade de todos os cidadãos; nosso compromisso de defender nossos valores no exterior e nosso sacrifício para tornar o mundo um lugar mais seguro”, disse o presidente Barack Obama em seu célebre discurso na madrugada desta segunda-feira, quando anunciou “à população americana e ao mundo” a morte de Bin Laden.
Olhando assim, soa meio pretensioso. E é. Americanos são assim.
E para quem duvida dos efeitos políticos da bem-sucedida caçada a Bin Laden, um cartaz carregado por um popular, exibido na TV, é exemplar:
Obama 1
Osama 0
* Para ler o discurso de Obama na íntegra, clique aqui.
* Para ler a história dos Azulejos de Setembro (cuja imagem ilustra esta postagem), postada no blog Piscitas – Travel & Fun, clique aqui.
1 comentários:
De toda essa história, o que continua ridículo é essa hegemonia dos norte americanos. São donos do próprio caminho e fazem questão de segurar as rédeas de todo o mundo. Na minha opinião não há o que comemorar com a morte de Osama. Sempre são encarados como mocinhos e ninguém enxerga os tentáculos que o Tio Sam usou para sangrar várias nações mundo afora deste sua ascensão há pouco tempo atrás! É ridículo o papel da mídia em confraternizar com Obama, é ridículo Obama confraternizar uma morte como se ela fosse a solução de todas as discussões e conflitos políticos que aquela nação mesmo, vestida de azul, vermelho e branco, provocou por tanto tempo!!!!
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