A “Folha de S. Paulo” deste domingo publicou uma interessante e elucidativa entrevista com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele fala de sua luta a favor da descriminalização das drogas. Presidente de honra do PSDB, FHC acaba de protagonizar um documentário chamado “Quebrando o tabu”, no qual defende sua ideia. O filme - imperdível! - mostra como a questão é tratada ao redor do mundo.
A seguir, um trecho da entrevista publicada na “Folha” (a íntegra pode ser liga aqui – é preciso ter senha do jornal ou do UOL):
Folha - Claramente, qual é a sua posição sobre as drogas?
FHC - Eu sou a favor da descriminalização de todas as drogas.
Folha - Cocaína, heroína?
FHC - Todas, todas. Uma droga leve, tomada todo dia, faz mal. E uma droga pesada, tomada eventualmente, faz menos mal. Essa distinção é enganosa. Agora, quando eu digo descriminalizar, eu defendo que o consumo não seja mais considerado um crime, que o usuário não passe mais pela polícia, pelo Judiciário e pela cadeia. Mas a sociedade pode manter penas que induzam a pessoa a sair das drogas, frequentando o hospital durante um período, por exemplo, ou fazendo trabalho comunitário. Descriminalizar não é despenalizar. Nem legalizar, dar o direito de se consumir drogas.
Folha - Os manifestantes da Marcha da Maconha, por exemplo, defendem a legalização, o direito de cada um fumar ou não o seu baseado.
FHC - Eles defendem não só a legalização, como dizem: "Não faz mal". Eu não digo isso, porque ela faz mal. Agora, não adianta botar o usuário na cadeia. Você vai condená-lo, estigmatizá-lo. E não resolve. O usuário contumaz é um doente. Precisa de tratamento e não de cadeia.
FHC - Eu sou a favor da descriminalização de todas as drogas.
Folha - Cocaína, heroína?
FHC - Todas, todas. Uma droga leve, tomada todo dia, faz mal. E uma droga pesada, tomada eventualmente, faz menos mal. Essa distinção é enganosa. Agora, quando eu digo descriminalizar, eu defendo que o consumo não seja mais considerado um crime, que o usuário não passe mais pela polícia, pelo Judiciário e pela cadeia. Mas a sociedade pode manter penas que induzam a pessoa a sair das drogas, frequentando o hospital durante um período, por exemplo, ou fazendo trabalho comunitário. Descriminalizar não é despenalizar. Nem legalizar, dar o direito de se consumir drogas.
Folha - Os manifestantes da Marcha da Maconha, por exemplo, defendem a legalização, o direito de cada um fumar ou não o seu baseado.
FHC - Eles defendem não só a legalização, como dizem: "Não faz mal". Eu não digo isso, porque ela faz mal. Agora, não adianta botar o usuário na cadeia. Você vai condená-lo, estigmatizá-lo. E não resolve. O usuário contumaz é um doente. Precisa de tratamento e não de cadeia.
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