O ano era 1958. Três anos antes, Walt Disney inaugurara a Disneylândia em Anaheim, perto de Los Angeles, na Califórnia (EUA). Desde a inauguração, o novo parque – que, na verdade, fora concebido para ser mais que um parque; era um mundo de fantasia – foi um sucesso. O público chegou rapidamente à casa do milhão. Como era costume, a consolidação do novo projeto já deixava Walt inquieto para fazer algo novo, algo maior. Dessa vez, ele pensava em fazer mais que um parque, uma cidade. Faltava definir o local.
Pouca gente sabe, mas um dos locais cogitados para sediar o projeto que viria a se tornar a Disney World (embora não da forma como seu idealizador sonhava, já que a ideia da cidade, chamada EPCOT, fora abandonada após sua morte, em 1966) foi... Brasília. Isso mesmo, a nova capital do Brasil! É o que revela Neal Gabler em seu recém-lançado livro “Walt Disney – O Triunfo da Imaginação Americana”, que acabei de ler (Editora Novo Século, 911 págs.).
O primeiro local pensado foi nos arredores de New Jersey Turnpike, na região de Nova York, mas logo se concluiu pela inviabilidade do lugar. Na época, chegaram ofertas de Niagara Falls, Monterey, Kansas City e Brasília – que chegou a atrair a atenção de Disney. “Walt está interessado e pode ir pessoalmente ao Brasil se a coisa toda parecer promissora”, disse um executivo do grupo, conforme o livro (p. 677).
Disney, porém, fez estudos mais profundos a respeito de Saint Louis (após ser contatado pela cidade, que completaria 200 anos), mas acabou se decidindo mesmo por uma área na região de Orlando, na Flórida. O resto da história quase todos conhecem.
Sobre Walt, o autor escreve: “Ele mudou o mundo. Criou uma nova forma de arte e depois produziu vários clássicos indiscutíveis com ela. (...) Propiciou fuga para a Depressão (de 1929), força durante a guerra (1939-45) e conforto depois, e mostrou a gerações de crianças como aceitar a responsabilidade, permitindo-lhes, ao mesmo tempo, expressar o antagonismo presente nelas ao mundo adulto em que logo entrariam. Refinou os valores tradicionais e intensificou os mitos e arquétipos americanos. (...) E, de um ponto de vista mais amplo, reforçou a iconoclastia, o senso comunitário e a tolerância como valores americanos (...). Foi pioneiro dos filmes coloridos e da televisão em cores. Reinventou o parque de diversões (...). Estimulou e popularizou a conservação do meio ambiente, a exploração espacial, a energia atômica, o planejamento urbano e uma consciência histórica mais profunda”. (p. 709)
Em tempo: a EPCOT existente em Disney World quase em nada lembra o projeto de Walt, que previa a construção de uma cidade experimental. Cidade mesmo!
terça-feira, 28 de julho de 2009 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 15:25 |
Disney World no Brasil?
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