Desde que comecei a dar aulas numa faculdade de Jornalismo, no ano passado, acentuei meus estudos sobre a profissão. Não que um dia tivesse deixado de estudar. É que as aulas me estimularam e reforçaram minha busca por temas e novidades ligados à área. O convívio com os alunos, depois, deu-me mais motivação para aprender - principalmente o que diz respeito às novas tecnologias, que muitos deles dominam tão bem.
Este ano, em particular, li muito sobre a profissão em si em razão das aulas de Ética. Isto me fez pensar sobre uma série de coisas e discutir como estamos distantes do que um dia fomos ou do que deveríamos ser. Estamos nos entregando às amarras do mercado, aceitando isto como se fosse um fim natural... Esta, porém, é outra discussão.
Citei tudo isso para dizer que os estudos sobre jornalismo e a minha saída de um jornal diário, onde trabalhei durante dez anos, levaram-me a um certo distanciamento. Não pretendo ser o crítico que só vê defeitos no trabalho alheio (até porque estive - e estou - do outro lado, o de quem faz jornalismo diário e sei das imensas dificuldades que enfrentamos). Ainda assim, acho importante discutir o meio jornalístico.
Neste sentido, meus contatos com o ombusdman da "Folha de S. Paulo" tornaram-se mais frequentes. Não, não sou um leitor chato que faz reclamações diárias, mas vez ou outra encaminho meus registros. E não é que no último domingo fui surpreendido com a citação do meu nome pelo ombusdman Carlos Eduardo Lins da Silva! Estava lendo a coluna e de repente pensei: "isso parece algo que eu escrevi". A seguir veio meu nome (escrito errado, é verdade, mais ainda assim meu nome).
Achei curioso. Foi a primeira vez que saí na "Folha de S. Paulo" (no UOL eu já tinha sido alvo de notícia com o documentário sobre o título paulista da Winner Limeira).
Para quem tiver interesse, eis o link do texto do ombusdman: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ombudsma/om1705200902.htm.
PS: o texto pode ser lido também ao acessar o campo das mensagens nesta postagem.
terça-feira, 19 de maio de 2009 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 12:42 |
Eu saí na "Folha"
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1 comentários:
"Cobertura lenta e improvisada da tragédia
Em dezembro, o país se comoveu com a tragédia das enchentes em Santa Catarina. Este mês, de novo, agora com elas no Norte e no Nordeste.
A Folha não fez jornalismo preventivo, como deveria, em nenhuma das situações. Limitou-se a reagir aos fatos, registrar os acontecimentos.
Mas no caso atual, do Norte e do Nordeste, apesar de ele ter provocado mais vítimas e desabrigados que o anterior, o jornal lhe dedica muito menos espaço e destaque.
Vários leitores escrevem para reclamar e perguntar se a falta de vigor jornalístico reflete "um aparente descaso "sulino" com o drama do Norte/Nordeste", como um deles, Rodrigo Pisictelli, pergunta. Confio que não, mas a suspeita já é grave.
No sábado, o jornal criticou em editorial intitulado "Lentidão e improviso" o comportamento das autoridades em resposta aos efeitos das chuvas.
Mas a cobertura que ele próprio tem feito dos problemas de cerca de 1 milhão de brasileiros também deixa muito a desejar.
Fora fotos pungentes na capa, o que se constata é que o assunto não está entre as prioridades da Redação, o que é um erro e uma lástima."
Carlos Eduardo Lins da Silva, ombudsman, "Folha de S. Paulo", 17/5/09
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