(...) Em um mundo altamente tecnológico, o "pau de
selfie" se destaca pelo aspecto tosco. Os que esperavam carros voadores e
lentes multifuncionais se viram decepcionados pela realidade: o invento mais
popular do ano é um bastão.
Atrás dessa aparente simplicidade, porém, se esconde uma
revelação profunda sobre o mundo contemporâneo. Como o velho cajado que amparou
nossos antepassados, o “pau de selfie” nos oferece segurança diante de um mundo
perigoso. Não é só a nossa proteção no isolamento mas uma resposta a essa
angústia do ser humano contemporâneo – a de constatar sua própria existência.
Fonte: Emilio Lezama, tradução de Francesca Angiolillo, “Papparazi de nós mesmos”, Folha de S. Paulo, Ilustríssima, 30/8/15.
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