segunda-feira, 11 de agosto de 2014 | |

Só greve pode salvar o futebol brasileiro

O Bom Senso FC divulgou na semana passada uma dura nota contra a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), provocando seus principais dirigentes, em razão da divulgação do calendário 2015.

Ao ler a nota, reforcei uma convicção que alimento há tempos: só uma greve geral pode salvar o futebol brasileiro. E isto está nas mãos exclusivamente dos atletas.

Pode soar radical, mas para certas situações na vida apenas medidas extremas são cabíveis.

Abaixo a nota:

Marin e Del Nero 7 x 1 Futebol Brasileiro

O Calendário de 2015 também tomou de 7 a 1, e ainda tem gente comemorando o gol de honra
 
Aos 7:
1 - O calendário não foi reestruturado, foi apenas espremido. Com os campeonatos iniciando em 1º de fevereiro e terminando em 6 de dezembro, os clubes jogarão praticamente as mesmas datas em menos dias. 
2 - Qualquer reestruturação significativa do calendário trataria de resolver a sua maior deficiência: a escassez de jogos dos clubes do interior. A maior parte dos clubes pequenos continua jogando menos de 20 partidas oficiais por ano, ao longo de pouco mais de três meses - o que significa desemprego para cerca de 12 mil jogadores de futebol. 
3 - O formato de nenhuma das competições significativas foi alterado. Assim, um grande clube pode continuar fazendo inacreditáveis 84 partidas oficiais por ano, 43% a mais que qualquer clube alemão. Vale lembrar que o campeonato alemão tem média de público nos estádios três vezes maior que a nossa. 
4 - Nas datas FIFA não há jogos de clubes, mas os há na véspera destas datas. Assim, a Seleção joga partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo em terças-feiras e há jogos de clubes no Campeonato Brasileiro às quartas-feiras, por exemplo. Então basta torcermos para que nossos clubes não tenham jogadores de alto nível para não serem convocados, certo? Ou, em caso de tê-los, vemos o nosso campeonato enfraquecido sem a presença dos principais atletas em datas importantes. Ainda não entendemos como os patrocinadores e os próprios clubes admitem isso. 
5 - O horário dos jogos continua fora da pauta. Vemos o metrô mudar os seus horários, mas não vemos a CBF zelar pelo bem daqueles que de fato sustentam o futebol, os torcedores. Conforme a audiência diminui, em breve veremos nossos campeonatos na sessão Coruja. 
6 - Estabelece-se um limite de 65 jogos anuais por atleta em competições organizadas pela CBF e Federações. Esta é a famosa medida "me engana que eu gosto". De onde veio este número 65, CBF? Quantos atletas disputaram mais que 65 jogos no ano passado? Já falamos algumas vezes: não se trata de limitar o número de jogos dos atletas; é preciso organizar o calendário em torno dos clubes. Deixar um atleta impedido de jogar não oferece tempo de treinamento para o aperfeiçoamento técnico e tático da equipe. 
7 - Grande parte das rodadas do Campeonato Brasileiro continuam sendo em meios de semanas, quando seria mais interessante que todos elas, ou pelo menos a grande maioria, fossem em fins de semanas. 
Ao 1: 
- O quase mês de pré-temporada não foi inserido pensando na modernização do futebol brasileiro, qualificando-o tecnicamente, mas sim pensando no próprio umbigo, uma vez que a audiência do futebol no mês de janeiro tem caído vertiginosamente. 
Bom Senso Futebol Clube 
Por um futebol melhor para todos

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