- Li na “Folha” que apenas
três empresas – JBS (Friboi), Ambev (bebidas) e OAS (construtora) – doaram 65%
do financiamento das campanhas para presidência da República até aqui.
Reafirmo meu pensamento:
nenhum político será digno do meu voto a partir de 2014, tampouco capaz de
promover as mudanças de que o Brasil necessita, enquanto o sistema
político-eleitoral brasileiro não mudar (o que provavelmente exigirá uma
revolta).
Não é plausível crer
que três empresas doem milhões para os candidatos sem esperar nada em troca,
até porque afinidade não há - nem política nem ideológica, é pragmatismo mesmo, troca
de favores (a JBS, por exemplo, doou R$ 5 milhões para a campanha da presidente
Dilma Rousseff, do PT, e outros R$ 5 milhões para a de seu principal opositor,
o senador Aécio Neves, do PSDB).
- Quando estourou o escândalo
do “mensalão”, o então presidente Lula apressou-se para dizer que o PT fizera “apenas”
caixa dois, o que “todos os partidos fazem”. Agora, o ministro das Comunicações,
Paulo Bernardo, disse que combinar depoimentos numa CPI, como a da Petrobras, “vem
desde Pedro Álvares Cabral”.
Ambos falaram a verdade, só
ignoraram dois fatos: 1) do PT, o partido que empunhou durante duas décadas a
bandeira da ética e da moralidade e colocou o dedo na cara dos adversários,
esperava-se outro tipo de atitude; e 2) é para mudar o que “todos fazem” e o que
se faz “desde Pedro Álvares Cabral” que os políticos são eleitos.
Certa vez, assisti a uma
palestra de um jurista que fez a seguinte colocação: o fato do seu vizinho
sair todos os dias na contramão lhe dá o direito de fazer o mesmo, cometendo
uma infração?
A resposta é óbvia e deveria servir de lição para os Lulas e Bernardos da vida...
Em tempo (acrescentado em 11/8): a explicação para o apoio da JBS, por exemplo, pode ser encontrada na notícia de que a empresa recebeu do BNDES (leia-se do governo federal) nada menos do que R$ 10 bilhões para se transformar na gigante da carne no Brasil.
Toma lá, dá cá...
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