Mais efetivo do que multas, a secretária nacional do
consumidor, Juliana Pereira, acredita que carimbar as empresas com o
"selo" de quem respeita ou desrespeita o consumidor é a melhor
alternativa para puni-las.
A xerife do consumo explica que o governo criará um ranking
com base não apenas em quantidade de reclamações, mas considerando também o
tipo de problema, o que o ocasionou e a solução apresentada pela empresa.
"É direito do consumidor saber quem é quem no mercado
de consumo", defende. Diz ainda que as empresas precisam parar de tratar o
consumidor como um custo.
(...) Leia trechos da entrevista.
Não é a multa que vai melhorar?
Vários países passaram por esse processo da multa alta, da
multa que vai sendo discutida longamente, a empresa começa a diluir isso no
custo e, na hora que chega o dia para ela pagar, ela já tem todo o dinheiro.
E quando o problema for de infraestrutura?
Uma empresa de e-commerce me disse que o problema é das
estradas. Eu disse: o problema é que você promete entregar em dez dias uma
coisa que não consegue. Você mente para o consumidor.
Há os críticos que afirmam que, com isso, o governo vai
quebrar empresas...
Esse é um discurso que tem 23 anos de atraso. O Código de
Defesa do Consumidor existe desde 1990 e aconteceu o contrário. Vamos criar um
índice para mostrar quem é quem. Consumo é relação de confiança. Deu problema,
a pessoa procurou a empresa e resolveu, isso aumenta a confiança de que
escolheu a marca certa. O consumidor precisa deixar de ser custo e ser tratado
como um sujeito importante da relação.
Classificar as empresas que respeitam e as que
desrespeitam os consumidores dá mais resultado?
É direito do consumidor saber quem é quem no mercado de
consumo.
Fonte: Andreza Matais e Sheila D´Amorim, “O consumidor tem o direito de saber quem é quem”, Folha de S. Paulo, Mercado, 17/3/13.
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