"A vida é a arte do encontro embora haja tantos desencontros nesta vida...". Sábias palavras do poeta Vinícius de Moraes. Deve ter sofrido muito com a dor da saudade. Bebia e escrevia e cantava como poucos para afogar mágoas (e que ninguém entenda isso como sinônimo de rancores).
Vinícius de Moraes é um mestre. Da música, das palavras. Eu não. Ainda assim, compartilhamos a mesma melancolia. De encontros e desencontros desta vida.
No fundo, acredito que viver seja isto mesmo: uma arte. Conheço pessoas que convivem bem – e tranquilamente – com ela. Eu não. Frustro-me! A ponto dos álbuns de fotografia transformarem-se quase num martírio. Que enfrento quase como um remédio. São lembranças. De tantas pessoas que encontrei nesta vida.
Algumas delas vejo pouco, muito pouco. Raramente até. Ainda assim, não as esqueço nunca. Outras estão constantemente ao meu lado – e sou grato por isso (não sei se saberia viver essa distância). Algumas, poucas, nunca mais vi – e tampouco queria revê-las. Tiveram sua missão no meu caminho e basta. Há as que passaram por essa estrada uma única vez (e foi suficiente para criar um laço eterno).
Existem amizades de infância que pareciam eternas e se dissolveram (e isto é comum, afinal). Há encontros efêmeros e marcantes. Existem amizades novas – e torço para que sejam duradouras.
Interessante lembrar de pessoas que conheci por pouco tempo e que deixaram saudade. Seja porque sabiam ouvir, seja porque sabiam falar, seja porque compunham, cantavam, escreviam poesias, discordavam dos meus pensamentos (e como isto faz bem...!).
Entre tantos encontros e desencontros desta vida, somo ganhos e perdas e vejo como aprendi. O fato é que todas as pessoas que conheci, de algum modo, tiveram sua importância.
Ainda assim, sou forçado a admitir que alguns desencontros deixaram marcas doídas. De saudade. Confesso que às vezes não entendo porque tem que ser assim. Enfim, é a vida, esta “arte do encontro embora haja tantos desencontros...". Uma arte que, tal como Vinícius fez, preciso aprender a enfrentar.
PS: este texto é um desabafo e uma homenagem a todos os amigos de ontem, de hoje e de sempre. Que sejam amizades eternas (enquanto durem...).
segunda-feira, 25 de abril de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 11:09 |
Aos amigos
Marcadores: amizade
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2 comentários:
Todas as pessoas passam na vida da gente com algum propósito. Uns permanecem mais outros menos, mas com cada um aprendemos algo, bom ou ruim. E o que resta depois... as lembranças... boas e algumas ruins também. São raros os amigos que ficam para vida toda.. e quando temos o melhor é valorizar muito!! Parabéns pelo seu texto! Maravilhoso. beijos Mirele
Muito bonito, Rodrigo. Vinicius é meu preferido (e é sem acento, tá, rss...). Só não sei se você tem saudade do meu "incentivo" para você recitá-lo no programa que a gente fez na Unesp, rss... (digitalizei a fita cassete desse programa, quer uma cópia? - não é que a gente é da época das fitas?!!!). Te digo que em termos de nostalgia sou sua verdadeira irmã de sangue. Beijos.
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