Envolvido no escândalo da merenda acusado de ter recebido propina (R$ 140 mil) da empresa SP Alimentação para barrar na Câmara Municipal uma investigação sobre a terceirização do serviço pela Prefeitura de Limeira, o vereador Antonio César Cortez (PV) – que estava afastado do cargo por decisão da Justiça – renunciou ao mandato. O comunicado foi feito na noite de ontem e tornado público agora à tarde, momentos antes da reunião derradeira da CPI da Merenda.
Político experiente, Cortez abandona o quarto mandato de vereador para evitar uma provável cassação que viria e a consequente inelegibilidade.
Conversei há pouco com Cortez por telefone. Ele pareceu-me tranquilo e seguro do que fez. A seguir, a entrevista:
- Cortez, você quer falar sobre a renúncia?
Cortez: Hoje não. Vou esperar a reunião da CPI. Mas pode anotar aí os motivos da minha renúncia. 1º) ganhei na Justiça de São Paulo o direito de voltar (ao cargo de vereador); 2º) foram seis meses de massacre; 3º) foi uma injustiça muito grande. O foco totalmente direcionado de maneira incorreta, acabei virando o bode expiatório de uma situação que não é minha. Não há nos autos que estão na Justiça nem da CPI prova contundente de qualquer nível que me incrimine. Reafirmo que sou inocente.
- Você pensa em voltar?
Cortez: Saio temporariamente. Vou voltar na eleição do ano que vem, vou decidir ainda se vai ser para prefeito ou vereador.
- Você sai magoado de todo esse processo?
Cortez: Não digo magoado, saio com um sentimento grande de injustiça. Contra o homem, o médico, o ser humano. Sei que a política é suja, é a arte de dar rasteira em um, em outro e em outro. E aconteceu comigo perto de uma eleição em que eu era favorito (ele se refere à candidatura a deputado federal em 2010) e ia sair forte para prefeito. Foi o alvo por causa de outros interesses.
- Você continua no partido?
Cortez: Sim, sou presidente do PV. Mas a gente pode falar com mais calma amanhã.
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