segunda-feira, 21 de março de 2011 | |

Visita imperial

A imperial Fazenda Morro Azul, no morro que divide as cidades de Limeira e Iracemápolis, sediou em 1998 um dos eventos em comemoração ao bicentenário de nascimento de dom Pedro 1°. Na ocasião, a fazenda recebeu o chefe da Casa Imperial brasileira, dom Luiz de Orleans e Bragança, e o príncipe dom Antonio de Orleans e Bragança - o único dos bisnetos da princesa Isabel e do conde d’Eu a ter um casamento chamado principesco, ou seja, com membro de outra casa imperial.

Na festa, dom Antonio estava acompanhado da esposa, a princesa Christine Maria Elisabeth de Ligne. O casamento de ambos ocorreu no Castelo de Beloeil, na Bélgica, em 26 de setembro de 1981. A princesa, nascida no mesmo castelo, é filha do 14º príncipe de Ligne - uma das primeiras famílias formadoras do reino da Bélgica, com origem feudal, sendo conhecida já no século 11.

O Château de Beloeil – o “Versalhes da Bélgica”, como é conhecido - é a residência dos príncipes de Ligne desde o século 14. Ele fica numa área de 25 hectares, com um castelo repleto de mobiliário antigo e um jardim em estilo francês, cujo projeto original de 1664 está preservado. O castelo propriamente dito, cercado por fossos, tem em sua raiz uma fortaleza medieval. Um incêndio atingiu o prédio em 1900.

A família que o ocupa é originária da aldeia de Ligne, localizada oito quilômetros a nordeste de Beloeil. A casa original da família, da qual restam poucos vestígios, ficava nas margens do rio Dender. Os mais antigos registros, do século 11, em latim, mencionam os Linia ou Lignia como “cavaleiros”, “homens de honra” e “pessoas de fé e renome”.





Não é possível afirmar com exatidão a data de construção do Château de Beloeil. Talvez isto possa ser descoberto um dia após a análise de um dos 25 mil documentos do arquivo que estão sendo catalogados. A posse da propriedade pela atual família remonta a um documento datado de 6 de abril de 1394: em troca do pagamento de uma espécie de aluguel a Catherine, então senhora de Condé e Beloeil, declarou-se “seu sobrinho Jean, senhor de Ligne e Grantbruecq”, como “sucessor de sua mansão, cidade, terras, bens e dependências”. A família de Ligne fez a sua mudança definitiva para Beloeil durante o século 15.

O atual palácio foi erguido sobre uma série de outras habitações. Ao longo do tempo, o uso da propriedade passou de uma mansão para uma fortaleza e uma casa de campo. As características do Château de Beloeil também mudaram com o passar dos séculos: as fundações e as torres remontam aos tempos em que os senhores pegaram em armas para garantir a paz e a segurança do país.

Toda essa descrição está disponível no site oficial do château.

Em tempo: é tradição na Casa de Bragança que todos os seus membros, desde dom João 6°, tenham no nome a referência aos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael (ou, no caso de mulher, Miguela, Gabriela e Rafaela).

Assim, temos dom Antônio João Maria José Jorge Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orleáns e Bragança e Wittelsbach, filho de dom Pedro Henrique Afonso Filipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Bourbon e irmão de dom Luís Gastão Maria José Pio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Wittelsbach.

PS: para saber mais sobre o chefe da Casa Imperial brasileira, clique aqui.

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