Silvio Félix (PDT) é o prefeito de Limeira de direito. José Carlos Pejon, ex-prefeito e atual secretário-chefe de gabinete, o é de fato.
É com Pejon que secretários têm despachado assuntos do dia-a-dia da administração municipal. Obviamente, Félix ainda dá a palavra final nos principais assuntos, mas o poder dado pelo chefe do Executivo ao seu recém-nomeado secretário (e antigo oponente) chama a atenção.
A atitude de Félix tem explicação. O prefeito gasta seu tempo com três assuntos:
1) resolver a situação dele junto à Justiça e à Câmara Municipal no “imbróglio” da merenda escolar (o prefeito foi acusado de receber propina, segundo denúncia feita ao Ministério Público);
2) procurar um candidato à sucessão (o que não tem sido fácil diante do estilo centralizador do pedetista, que abre pouco espaço a novas lideranças, e diante de problemas com possíveis nomes);
3) definir o que fará a partir de janeiro de 2013, quando deixará a prefeitura (e terá um período de pelo menos dois anos até uma nova eleição).
Como se vê, são assuntos demais – e complexos – para que o prefeito tenha tempo de cuidar de detalhes rotineiros da administração.
Talvez isso ajude a explicar: 1) a escassez de eventos públicos da prefeitura; 2) o sumiço de Félix da mídia e dos eventos; 3) o estado de abandono em que a cidade se encontra.
Em tempo 1: as três tarefas de Félix realmente não são fáceis. No caso da merenda, ele não precisa se preocupar com a Câmara Municipal, mas com a Justiça sim – e muito! No caso da sucessão, é bom que o prefeito realmente construa um nome para sair candidato, do contrário corre o sério risco de perder influência num futuro governo municipal. Quanto ao futuro pessoal do atual chefe do Executivo, não parece haver motivos para preocupação...
Em tempo 2: no que diz respeito à sucessão municipal, a aposta de Félix já está feita. Uma série de obras para impactar o eleitorado, como em 2008. Não é à toa que muitas obras estão em ritmo lento; elas devem seguir o calendário eleitoral e não o interesse público. O prefeito baseia-se também em pesquisas de opinião, segundo as quais o governo dele ainda é aprovado pela maioria da população, para crer que elegerá seu sucessor.
PS: Félix conseguirá chegar ao final de seu governo ao lado de antigos (e ferrenhos) adversários, cooptados nos últimos tempos e transformados em neoaliados, e distante de antigos aliados (novos “adversários”?). Isso não é pouca coisa nem acaso – e explica muito da personalidade do prefeito.
terça-feira, 1 de março de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:18 |
As 3 preocupações de Félix
Marcadores: Félix, política, prefeitura, Silvio Félix
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