"Você não sabe o que é a morte, então você não tem de ter medo da morte. Você tem de ter medo é da desonra, dela você tem de ter medo, isso mata você."
José Alencar, ex-vice-presidente da República (ele esteve como presidente em exercício diversas vezes durante os oito anos de mandato do ex-presidente Lula), em 30 de dezembro de 2007
terça-feira, 29 de março de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:50 | 0 comentários
Frase
Marcadores: frase, José Alencar
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:35 | 0 comentários
Novos encontros do Clube Erdinger
Registros das últimas reuniões do Clube Erdinger, um clube exclusivo formado por quatro amigos que se reúnem para tomar a melhor cerveja!
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:24 | 0 comentários
Uma solução para as cidades
Se tivesse feito uma única obra, o Centro Georges Pompidou, em Paris, o arquiteto Richard Rogers já teria entrado para a história. O Beaubourg quebrou a assepsia que dominava os prédios dos anos 70 e antecipou o conceito de museus para grandes massas.
Mas Rogers fez muito mais: criou o mais contemporâneo dos aeroportos (o terminal cinco de Heathrow, em Londres) e arranha-céus antológicos, como as sedes da Lloyds, em Londres, e da TV japonesa, em Tóquio.
Aos 81 anos, deve fazer os seus primeiros trabalhos no Brasil. Esteve aqui por duas semanas para discutir projetos no Rio (ligados às Olimpíadas de 2016) e em São Paulo (com a prefeitura).
À Folha, o esquerdista que tem o título de barão defende que as cidades não podem virar guetos de ricos ou de pobres. "Um área só para ricos contraria a ideia de cidade."
Folha - Os arquitetos repetem que São Paulo e Rio são um desastre. O trânsito é horrível, não há áreas verdes e há favelas por todos os lados. O sr. concorda?
Não. O Rio é a cidade mais bonita que já vi. A paisagem é maravilhosa. Há praias por todos os cantos, o calçadão criado por Burle Marx é fantástico, em qualquer lugar que você vá é possível ver as montanhas e o mar. Visitei Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, a favela que tem um elevador. O problema social é terrível, há esgoto correndo nas ruas, há lixo em toda a parte. Mas esse não é um problema só do Rio: é um problema global. O terrível é a diferença de renda entre os mais pobres e os mais ricos.
Folha - O sr. viu as obras que foram feitas nessa favela?
Gostei das mudanças, principalmente do elevador. É um bom começo porque aproxima a favela da cidade. O problema é como distribuir os benefícios da cidade nessas áreas, como fazer os ricos ficarem mais próximos das favelas e como fazer a favela ficar mais perto dos ricos. Essa mistura é essencial para integrar esses dois mundos.
Folha - O sr. acha que é possível integrar mundos tão separados?
A integração é a única solução para as cidades. Em Londres, não temos favelas. Mas temos pessoas vivendo em habitações sociais, que são subsidiadas pelo governo. São prédios privados, nos quais o governo pode colocar pessoas pobres na porta ao lado de alguém muito rico. Um área só para ricos contraria a ideia de cidade.
Folha - O que fazer quando ricos não querem pobres ao lado?
O sistema londrino obriga bairros ricos a terem habitações sociais. Esse tipo de sistema já é aplicado na Holanda, na Dinamarca e na Suécia. É preciso criar leis para ter essa integração. O problema de pobres e ricos no Brasil é igual ao que existia entre brancos e negros nos Estados Unidos. Cidades não podem ter guetos, seja para negros ou pobres.
Folha - O sr. acredita em soluções para o trânsito com avenidas?
Isso é impossível. Não há soluções para o trânsito com carros. Estradas e avenidas para carros ocupam 60% da área de Los Angeles. É uma estupidez. Quanto mais estradas você abre, mais congestionamento você terá. É preciso ter um sistema de transporte público realmente bom. Londres proibiu a abertura de estacionamentos na área central. Também é preciso controlar o número de carros que não estão em condições razoáveis. Há ainda pedágio para entrar no centro de Londres. Tudo isso ajudou a criar um dos melhores sistemas de transporte público do mundo. Em Londres, 93% das pessoas usam transporte público.
Folha - O sistema de ônibus em Curitiba seria uma solução para cidades mais pobres?
Claro. Você precisa ter metrô e ônibus de alta qualidade. É inacreditável que em São Paulo as pessoas aceitem andar de carro a dez quilômetros por hora. A pé é mais rápido. É preciso cobrar mais impostos de carros para melhorar o transporte público.
Folha - O que São Paulo pode fazer?
Cingapura, como Curitiba, é um bom modelo. Lá, os impostos de carros são altíssimos e há pedágio no centro. É preciso restringir carros para ter mais espaço público. Espaço público é a principal razão para as pessoas gostarem de viver em cidades.
Folha - Como uma cidade faz para ter mais espaços públicos?
Precisa ter parques em todos os distritos. Curitiba fez isso. Jaime Lerner fez um trabalho brilhante. Curitiba é um modelo mundial. Um dos segredos é controlar as forças do mercado.
Folha - Como se faz isso?
As cidades precisam de leis para controlar as forças do mercado. Ajudei o primeiro ministro Tony Blair a preparar um plano para as cidades governadas pelo Partido Trabalhista. O plano dizia que as pessoas têm direito a espaços públicos, assim como têm direito a água. Que as cidades devem ter leis que obriguem bairros ricos a ter habitações sociais. E têm de limitar os carros no centro.
Folha - Durante a crise de 2009, o ex-presidente Lula reduziu os impostos de carros para manter os empregos e as vendas.
Não é uma boa ideia. Emprego é uma questão séria, mas é preciso adotar soluções que não levem à desertificação do mundo ou ao fim da floresta amazônica. Um terço da poluição do mundo vem dos carros. Reduzir imposto de carro não faz o menor sentido hoje.
Folha - O sr. e Renzo Piano criaram na metade dos anos 70 o Beaubourg, em Paris. Por que ele fascina tanto as pessoas?
SP e Rio têm prédios brilhantes de arquitetura moderna, como os de Niemeyer. Mas em Paris não havia isso. Foi uma surpresa. Fizemos um prédio para abrigar todos os tipos de pessoa e que tivesse interação com a cidade. O Beaubourg é popular porque é um palácio da diversão.
Folha - O governo de SP tenta recuperar uma área degradada, a Luz, com museus e salas de concerto. Isso funciona?
Não. Você precisa de usos mistos para recuperar uma área. Não faz sentido uma área só com shopping ou escritórios. Os governos estão fascinados com museus, mas só isso não funciona. Meu escritório fica numa área de Londres onde as pessoas não podiam ir há 15 anos de tão perigosa que era. Hoje é uma das melhores áreas de Londres. Isso ocorreu porque há escritórios, moradias e museus. Quanto mais misturado, melhor.
Fonte: Mario Cesar Carvalho, "Cidade não pode ter guetos, seja para negros ou pobres", "Folha de S. Paulo, Ilustrada, 29/3/2011.
Marcadores: arquitetura, cidade, Richard Rogers, sociedade, urbanismo
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:19 | 0 comentários
Exemplo que vem do Japão
Um país abalado pelo mais forte terremoto de sua história, seguido de um tsunami devastador, foi capaz de reconstruir um trecho de uma rodovia em apenas seis dias. E com a qualidade que se vê nas imagens a seguir:
Este é o Japão, um país que atravessa a mais grave crise econômica desde a Segunda Grande Guerra.
Se fosse no Brasil, a reconstrução da pista demoraria meses (talvez mais de um ano – basta lembrar da passagem da Ponte Preta, em Limeira). A obra esbarraria na bu(r)rocracia da Lei de Licitações (criada, registre-se, para reduzir as chances de roubalheira), na chuva e, acima de tudo, na INCOMPETÊNCIA dos nossos governantes e na CORRUPÇÃO.
E ainda pretendem que este país seja desenvolvido?
Em tempo: para ler na íntegra a notícia sobre o Japão, clique aqui (o crédito das fotos está na notícia original).
sexta-feira, 25 de março de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:49 | 0 comentários
Mensagem
Muitos touros me cercaram; fortes touros de Basã me rodearam.
Abriram contra mim suas bocas, como um leão que despedaça e que ruge.
Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.
A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar; e me puseste no pó da morte.
Pois me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me as mãos e os pés.
Poderia contar todos os meus ossos; eles vêem e me contemplam.
Repartem entre si as minhas vestes, e lançam sortes sobre a minha roupa.
Mas tu, Senhor, não te alongues de mim. Força minha, apressa-te em socorrer-me.
Livra a minha alma da espada, e a minha predileta da força do cão.
Salva-me da boca do leão; sim, ouviste-me, das pontas dos bois selvagens.
Então declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.
O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.
Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.
(Salmos 22,12-22; 23, 1-6)
PS: um agradecimento especial ao amigo Denis Fernando.
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:05 | 0 comentários
"Rio" vem aí
Para saber mais, clique aqui.
Marcadores: filme, Rio de Janeiro
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 17:47 | 0 comentários
Justiça tarda e falha
O Brasil realmente não é um país justo – e enquanto não for, não poderá ser considerado desenvolvido, ainda que sua economia cresça.
Veja a notícia publicada esta semana na “Gazeta de Limeira” em mais um excelente trabalho do jornalista Rafael Sereno:
“A Justiça Federal de São Paulo aceitou parcialmente o pedido do ex-deputado federal Jurandyr da Paixão de Campos Freire Filho, o Jurinha, e reconheceu que parte dos crimes pelos quais o político limeirense foi condenado a sete anos de prisão, em regime semiaberto, por crimes tributários, em novembro, está prescrita, ou seja, perdeu validade pelo passar dos prazos.
(...) O reconhecimento da prescrição teve aval do Ministério Público Federal (MPF). O crime pelo qual Jurinha foi condenado prescreve em oito anos. Como o recebimento da denúncia oferecida pelo MPF ocorreu em 4 de outubro de 2001 e a publicação da sentença foi em 26 de novembro de 2010 (mais de nove anos), decorreu o prazo legal previsto.”
E vai dizer que a Justiça não sabe que crimes assim prescrevem? E vai dizer que não é para suspeitar? E vai dizer que não há excessos nos mecanismos jurídicos que permitem procrastinar os processos?
A Justiça quando tarda não é justa.
Em tempo: para ler a notícia na íntegra, clique aqui.
segunda-feira, 21 de março de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 20:37 | 0 comentários
Visita imperial
A imperial Fazenda Morro Azul, no morro que divide as cidades de Limeira e Iracemápolis, sediou em 1998 um dos eventos em comemoração ao bicentenário de nascimento de dom Pedro 1°. Na ocasião, a fazenda recebeu o chefe da Casa Imperial brasileira, dom Luiz de Orleans e Bragança, e o príncipe dom Antonio de Orleans e Bragança - o único dos bisnetos da princesa Isabel e do conde d’Eu a ter um casamento chamado principesco, ou seja, com membro de outra casa imperial.
Na festa, dom Antonio estava acompanhado da esposa, a princesa Christine Maria Elisabeth de Ligne. O casamento de ambos ocorreu no Castelo de Beloeil, na Bélgica, em 26 de setembro de 1981. A princesa, nascida no mesmo castelo, é filha do 14º príncipe de Ligne - uma das primeiras famílias formadoras do reino da Bélgica, com origem feudal, sendo conhecida já no século 11.
O Château de Beloeil – o “Versalhes da Bélgica”, como é conhecido - é a residência dos príncipes de Ligne desde o século 14. Ele fica numa área de 25 hectares, com um castelo repleto de mobiliário antigo e um jardim em estilo francês, cujo projeto original de 1664 está preservado. O castelo propriamente dito, cercado por fossos, tem em sua raiz uma fortaleza medieval. Um incêndio atingiu o prédio em 1900.
A família que o ocupa é originária da aldeia de Ligne, localizada oito quilômetros a nordeste de Beloeil. A casa original da família, da qual restam poucos vestígios, ficava nas margens do rio Dender. Os mais antigos registros, do século 11, em latim, mencionam os Linia ou Lignia como “cavaleiros”, “homens de honra” e “pessoas de fé e renome”.
Não é possível afirmar com exatidão a data de construção do Château de Beloeil. Talvez isto possa ser descoberto um dia após a análise de um dos 25 mil documentos do arquivo que estão sendo catalogados. A posse da propriedade pela atual família remonta a um documento datado de 6 de abril de 1394: em troca do pagamento de uma espécie de aluguel a Catherine, então senhora de Condé e Beloeil, declarou-se “seu sobrinho Jean, senhor de Ligne e Grantbruecq”, como “sucessor de sua mansão, cidade, terras, bens e dependências”. A família de Ligne fez a sua mudança definitiva para Beloeil durante o século 15.
O atual palácio foi erguido sobre uma série de outras habitações. Ao longo do tempo, o uso da propriedade passou de uma mansão para uma fortaleza e uma casa de campo. As características do Château de Beloeil também mudaram com o passar dos séculos: as fundações e as torres remontam aos tempos em que os senhores pegaram em armas para garantir a paz e a segurança do país.
Toda essa descrição está disponível no site oficial do château.
Em tempo: é tradição na Casa de Bragança que todos os seus membros, desde dom João 6°, tenham no nome a referência aos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael (ou, no caso de mulher, Miguela, Gabriela e Rafaela).
Assim, temos dom Antônio João Maria José Jorge Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orleáns e Bragança e Wittelsbach, filho de dom Pedro Henrique Afonso Filipe Maria Gastão Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Bourbon e irmão de dom Luís Gastão Maria José Pio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Wittelsbach.
PS: para saber mais sobre o chefe da Casa Imperial brasileira, clique aqui.
Marcadores: Brasil, Château de Beloeil, dom Antonio, dom Luiz, família imperial, Fazenda Morro Azul, história
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:35 | 0 comentários
E Félix abortou o documentário...
Este blog informou no final de 2010 sobre a contratação, pela Prefeitura de Limeira, de uma empresa de vídeo que atuou na campanha eleitoral da primeira-dama, Constância Félix (leia aqui). Na ocasião, questionou-se o valor do produto a ser feito, um documentário nas escolas, e o período em que a produção se daria – nas férias.
Passados os 90 dias previstos no contrato, novamente questionei a prefeitura no sentido de ver o resultado final do trabalho, qual seja, o documentário “Minha escola, minha vida”. Pois bem: o vídeo não foi feito, como se vê a seguir na resposta do governo Silvio Félix (PDT).
“(...) trata-se de um projeto que foi abortado, pois a assinatura do contrato foi feita em 6 de dezembro de 2010, pouco antes das férias escolares, o que não daria prazo suficiente para a realização do trabalho. Portanto, o contrato foi rescindido em 20 de dezembro, cancelando a contratação.”
Menos mal que tenha havido um momento de bom senso na prefeitura...
Marcadores: Limeira, prefeitura
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 08:32 | 0 comentários
Cristo de braços abertos para Obama
Polêmicas à parte, a visita ao Rio de Janeiro do presidente dos Estados Unidos, Barack Oabam,a, produziu belas imagens. Ontem à noite, ele foi ao Cristo Redentor com a esposa Michelle e as filhas Malia e Sasha.
Em tempo: as imagens são de Valter Campanato, da Agência Brasil.
Marcadores: Cristo Redentor, fotos, Obama, Rio de Janeiro
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 07:11 | 0 comentários
"Cidade abandonada"
Senhor prefeito de um jeito de imediato
As ruas da cidade estão cheias de buraco
Todos os dias quebro a carro pelas ruas
O povo anda chiando dizendo que a culpa é sua
Estou falando em nome da sociedade
Eu sei que dói a verdade, eu sei que o senhor não gosta,
Mas ontem mesmo eu vi a viola em caco
Fui desviar de um buraco acabei enchendo um poste.
Senhor prefeito não dá mais pra suportar
Pelas ruas da cidade tem buraco pra danar
Buraco, aqui, buraco ali, buraco lá.
Seu prefeito tenha dó, desse jeito assim não dá.
Nossa cidade já foi cartão de visita
Mais agora ta tão feia, todo mundo só critica.
Muita sujeira, rua toda esburacada.
Os bueiros entupidos é uma vergonha danada.
A buraqueira e o asfalto corrido
Um verdadeiro perigo ontem quase fui pro saco
A qualquer hora pode haver um acidente
Pode morrer um pobre inocente por causa dos seus buracos.
* Música de Muniz Teixeira e Xote, cantada por Lourenço e Lourival
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sexta-feira, 18 de março de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 10:45 | 0 comentários
O enigmático silêncio de Pejon
O depoimento do secretário da Educação de Limeira, professor Antonio Montesano Neto, à CPI da Merenda da Câmara Municipal ontem foi sintomático. Revelou a desfaçatez da classe política, elemento essencial para o estado de coisas que se vê hoje (hoje?) na cidade e no país.
Com a experiência de quem já presidiu o Legislativo e comandou uma das mais bem feitas CPIs da história de Limeira, a que investigou irregularidades nos contratos de asfaltamento durante o governo Pedro Kühl (PSDB), Montesano foi firme em todas as respostas. Quando se defendeu e contra-atacou.
E não foram poucos os contra-ataques. Em pelo menos quatro oportunidades, todas com muita veemência, o secretário atribuiu a supostos desmandos do governo José Carlos Pejon com o setor da merenda a decisão de terceirizar os serviços.
Primeiro Montesano disse que o cenário encontrado nas escolas no início de 2005, primeiro ano do governo Silvio Félix (PDT), era precário. Problemas na infraestrutura das cozinhas e nos equipamentos (parte destes problemas não chegou a ser documentada, admitiu o secretário). Depois, afirmou que não havia sequer merendeiras oficialmente, já que o cargo havia sido extinto do quadro de funcionários municipais.
“Recordo-me de ter encontrado em 2005 uma situação caótica na merenda fornecida pelo município", disse, conforme mostra o Jornal de Limeira (clique aqui). Como se vê na reportagem, ele citou inclusive riscos à saúde das crianças devido a ninhos de baratas e insetos na cozinha de algumas unidades de ensino.
O secretário falou ainda que era comum as diretoras terem que recorrer ao dinheiro da APM (Associação de Pais e Mestres) para complementar a merenda, tamanha a falta de qualidade. Chegou a classificar a situação como uma “precariedade”.
E Montesano foi além. No fim do depoimento à CPI, pediu autorização para acrescentar um detalhe. E passou a ler o que seriam os cardápios da merenda servida no município em agosto de 2004, no governo Pejon. Sopão, mingau e por aí vai...
Quando questionado a respeito do valor gasto no primeiro ano de terceirização da merenda (R$ 8,1 milhões) em confronto com 2004, último ano do governo Pejon (R$ 6,4 milhões), o atual secretário da Educação lançou um desafio enfático: “Este valor não é verdadeiro! Desafio alguém a sustentar a merenda com esse dinheiro”.
Antes de Montesano, o próprio prefeito já havia culpado o governo Pejon pelos problemas na merenda, como registrou a imprensa (leia aqui).
Não há nenhum problema no contra-ataque de Montesano. Ele faz o papel dele. O problema está no silêncio de Pejon. Desde que deixou o comando do Executivo, o ex-prefeito se empenhou em defender sua gestão – em especial no que diz respeito à merenda, calcanhar-de-Aquiles do sucessor.
Foram inúmeras as visitas a órgãos de comunicação em que Pejon teceu críticas ferrenhas à terceirização implantada pelo governo Félix, inclusive levantando suspeitas a respeito da decisão e do valor gasto. Sempre frisava a diferença entre os R$ 6,4 milhões gastos no último ano de sua gestão e os R$ 15 milhões previstos no contrato firmado pela prefeitura no governo Félix com a SP Alimentação.
Pejon não se cansava de enviar textos à imprensa defendendo suas posições, seja diretamente ou por meio de seu assessor informal.
Agora que as críticas foram feitas numa CPI da Câmara, Pejon se calou. Coincidentemente, a atitude ocorre num momento em que o ex-prefeito virou braço direito de Félix, seu antigo desafeto. Pejon é secretário-chefe de gabinete do atual prefeito e, dizem, uma espécie de “primeiro-ministro” do atual governo – como este blog já registrou (veja aqui).
Por isso o depoimento de Montesano foi sintomático. O silêncio de Pejon é muito revelador do caráter da política. E das pessoas...
Em tempo: em dezembro de 2007, a coluna política do "Jornal de Limeira" informava que uma aliança de Pejon com Félix para a eleição de 2008 era “impossível”. Sinal de que os ventos da política realmente mudam...
quinta-feira, 17 de março de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 20:11 | 0 comentários
Frase
“Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira.”
José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal, pivô do escândalo do mensalão do DEM, ao ser questionado se seria corrupto durante entrevista para a revista “Veja”. Na mesma entrevista, ele disse: “Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso”.
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:58 | 0 comentários
As ruas de Londres
São retratos de uma das principais capitais do mundo quando ela tinha a fama de sempre, mas ainda não apresentava o desenvolvimento de hoje. Há também retratos da cidade atual numa faceta desconhecida dos turistas. Nos dois casos, a Londres da exposição exibe mazelas típicas de cidades de terceiro mundo.
Fotos da mostra foram disponibilizadas no site do jornal “The Telegraph”. As imagens englobam o período de 1860 a 2010. Veja algumas a seguir (para o álbum, clique aqui).
PS: a exposição segue até o dia 4 de setembro. Mais informações no site do museu.
* Foto 1: Jerome Liebling; foto 2: Bob Tapper; foto 3: Mimi Mollica; foto 4: Estate of Paul Martin
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:14 | 0 comentários
O jogo de xadrez de 2012
Embora todos concordem que muita, mas muita água ainda vai passar por debaixo da ponte até outubro de 2012, é fato que o processo eleitoral municipal já começou. Pelas conversas que mantive nos últimos dias, dois movimentos me parecem praticamente consolidados:
1) rancores dos últimos tempos vão mover as ações e poderão alterar o cenário eleitoral de 2012. Rancores, neste caso, significam rachas políticos, rasteiras (ou tentativas), palavras mal colocadas, mudanças de lado. Isso inclui até cartas hoje consideradas fora do baralho.
2) há um movimento crescente para que surja uma “terceira via” viável eleitoralmente. Hoje, há dois times em campo: o do prefeito, cujo candidato ainda é uma incógnita (talvez até para o próprio Silvio Félix...) e o da oposição dos últimos anos, representada pelas forças conservadoras que já estiveram no comando do Executivo recentemente. Neste lado, o candidato também é incerto.
Obviamente, nas eleições passadas sempre houve outros candidatos (um nome do PT é praxe), mas nunca com viabilidade eleitoral. Desta vez, a história (ou a tentativa) é outra. Nas conversas iniciais, dois nomes despontam: o do ex-presidente da Câmara, Eliseu Daniel dos Santos, hoje no PDT de Félix, e o do vereador Paulo Hadich, primeiro suplente de deputado estadual pelo PSB.
Eliseu é pré-candidato desde sempre e tem um eleitorado fiel. Hadich é cogitado, mas resiste em admitir uma pré-candidatura e prega a discussão de um plano de governo prioritariamente. Ele surpreendeu na eleição de 2010. Pesquisas informais indicam que ambos disputam espaço semelhante – e com força semelhante. O PR, do vereador Mário Botion, por enquanto só observa.
Interlocutores de vários partidos da oposição manifestam quase que em consonância que ainda é cedo para avançar. A palavra da vez é observar. O próximo passo será dialogar, amistosamente. As conversas hoje são amplas. No caso de Eliseu, fala-se desde a permanência dele no PDT até a saída para o PV, PSDB ou PSC (nos dois últimos o vereador já esteve). Conversas teriam sido mantidas até com o PT (não por Limeira, registre-se).
Certamente, outros candidatos vão se apresentar. O “x” da questão - que se busca desta vez - é a tal viabilidade. Suficiente a ponto de jogar de igual para igual com um candidato do governo, que sempre parte com um rescaldo positivo (e negativo idem).
A tarefa de encontrar esta tal “terceira via” viável não será fácil. Particularmente, aposto que está mais próxima uma divisão da oposição do que uma convergência. Entretanto, como todos os envolvidos gostam de salientar: “calma, muita água ainda vai passar debaixo desta ponte”. É esperar para ver.
terça-feira, 15 de março de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:27 | 0 comentários
O velho "lobo"
Lobão soltou o verbo (para variar…!) numa recente entrevista ao “Pânico”. Atacou ídolos musicais da juventude atual, como Fiuk, Restart e Luan Santana. Obviamente, gerou polêmica.
Cá entre nós: Lobão se excede às vezes, chega a ser mal educado e ofensivo, mas no que diz respeito à qualidade musical, desta vez não falou besteira.
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:19 | 0 comentários
Frase do dia
“Prefiro permanecer em silêncio por estar respondendo ações civis e criminal na Comarca de Limeira. Vou responder no momento oportuno para não antecipar minha defesa.”
Eloízo Gomes Afonso Durães, presidente da SP Alimentação, empresa acusada de pagar propina para vencer licitações em diversos municípios, em depoimento nesta terça-feira (15/3) na CPI da Merenda da Câmara de Limeira.
Em tempo 1: a frase foi repetida exaustivamente durante as quase três horas de depoimento, em que Durães se dispôs a responder somente seis perguntas, todas irrelevantes.
Em tempo 2: o empresário estava respaldado por um habeas-corpus concedido pela Justiça que lhe dava o direito de permanecer em silêncio. É um benefício previsto no ordenamento jurídico brasileiro. Portanto, legal e legítimo – não necessariamente moral.
Para mim, trata-se de uma aberração jurídica. Se prevalecessem a justiça e o bom-senso, a maior de todas as leis deveria estabelecer:
“Artigo 1° – Todo cidadão é obrigado a falar a verdade e nada além da verdade.
Artigo 2° – Quem não deve não teme. Quem não deve não tem porque usar a prerrogativa do silêncio.
Artigo 3° – Revogam-se as disposições em contrário.”
No entanto, as leis são feitas para proteger os eventuais infratores (até porque são feitas pelos políticos, grande parte deles possuidores de “ficha suja”).
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:00 | 0 comentários
It´s spring time!
Após um inverno rigoroso, com fortes nevascas, o hemisfério Norte já se prepara para a primavera. Em Nova York (EUA), prenúncios da chegada da nova estação foram captados pelo jornalista Flávio Fachel, correspondente da TV Globo na cidade.
Marcadores: Flavio Fachel, fotos, Nova York, NY
sexta-feira, 11 de março de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 20:43 | 0 comentários
Frase
“(...) no Brasil, uma penca de liberais tem o mesmo tipo de comportamento: ficam horrorizados se o Estado avança na economia, mas estavam ao lado da ditadura quando ela avançou sobre a vida dos brasileiros.”
Clóvis Rossi, em sua coluna “Liberais só com a vida alheia”, Folha de S. Paulo, Opinião, p. 2. 10/3/2011 (para ler a íntegra, clique aqui – é preciso ter senha do UOL ou do jornal)
Marcadores: Clóvis Rossi, frase, política
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 20:36 | 0 comentários
Mundo animal 2
Em tempo: sou contra manter pássaros em gaiolas!
Marcadores: animais
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 20:33 | 0 comentários
E a história ressurge...
Há muito tempo o Rio de Janeiro não recebia notícias tão boas de seu passado. É provável que uma equipe de arqueólogos do Museu Nacional tenha encontrado nas escavações da zona portuária as lajes de pedra do cais do Valongo. Entre 1758 e 1851, por aquelas pedras passaram pelo menos 600 mil escravos trazidos d'África. Metade deles tinham entre 10 e 19 anos.
Devolvido à superfície, o cais do Valongo trará ao século 21 o maior porto de chegada de escravos do mundo. Se ele foi soterrado e esquecido, isso se deveu à astuta amnésia que expulsa o negro da história do Brasil. A própria construção do cais teve o propósito de tirar do coração da cidade o mercado de escravos.
A região da Gâmboa tornou-se um mercado de gente, mas as melhores descrições do que lá acontecia saíram todas da pena de viajantes estrangeiros. Os negros ficavam expostos no térreo de sobrados da rua do Valongo (atual Camerino). Em 1817, contaram-se 50 salas onde ficavam 2.000 negros (peças, no idioma da época).
Os milhares de africanos que morreram por conta da viagem ou de padecimentos posteriores, foram jogados numa área que se denominou Cemitério dos Pretos Novos.
Ele foi achado em 1996, durante a reforma de uma casa e, desde então, está sob os cuidados de arqueólogos e historiadores. O cemitério foi soterrado por um lixão, verdadeiro monumento à cultura da amnésia. Devem-se à professora americana Mary Karach 32 páginas magistrais sobre o Valongo. Estão no seu livro "A Vida dos Escravos no Rio de Janeiro - 1808-1850".
Com o possível achado do cais, o prefeito Eduardo Paes anunciou que transformará a área num museu a céu aberto. (Cesar Maia prometeu algo parecido com o cemitério, mas deu em pouca coisa.) Felizmente, as obras do porto respeitarão as restrições recomendadas pelos arqueólogos, até porque, se o Cais do Valongo não estiver exatamente onde se acredita, estará por perto.
(...) Quem quiser saber mais (e muito) sobre o Valongo e o Cemitério dos Pretos Novos, pode buscar na internet, em PDF:
- Valongo: O Mercado de Escravos do Rio de Janeiro, 1758-1831, do professor Cláudio de Paula Honorato.
- À flor da terra: O Cemitério dos Pretos Novos do Rio de Janeiro, de Júlio César Medeiros da Silva Pereira.
Fonte: Elio Gaspari, “O Rio ganhou dois presentes da história”, Folha de S. Paulo, Poder, 9/3/2011.
Marcadores: Elio Gaspari, escravidão, história, Rio de Janeiro
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 20:11 | 0 comentários
Eles estão chegando!
Quem tem por volta de 30 anos de idade vai curtir muito!
Para mais informações, clique aqui (no site é possível assistir ao trailer, baixar aplicativos para iPad e iPhone, jogar e até mandar um cartão virtual - o Smurfin´ Ecard).
Em tempo: a estreia do filme nos EUA está agendada para o dia 3 de agosto.
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:30 | 0 comentários
"Deus me livre de ser feliz"
Deus me livre de ser feliz. Existem coisas mais sérias que a felicidade. Algum sabichão por aí vai dizer, sentindo-se inteligentinho: "Existem várias formas de felicidade!". E o colunista dirá: "Sou filósofo, cara. Conheço esse blá-blá-blá de que existem vários tipos de felicidade, mas hoje não estou a fim".
Um bom teste para saber se o que você está aprendendo vale a pena é ver se o conteúdo em questão visa te deixar feliz.
Se for o caso e você tiver uns 40 anos de idade, você corre o risco de sair do "curso" engatinhando como um bebê fora do prazo de validade. A mania da felicidade nos deixa retardados.
Querer ser feliz é uma praga. Quando queremos ser felizes sempre ficamos com cara de bobo. Preste atenção da próxima vez que vir alguém querendo ser feliz.
Mas hoje em dia todo mundo quer deixar todo mundo feliz porque agradar é, agora, um conceito "científico". Quem não agrada, não vende, assim como maçãs caem da árvore devido à lei de Newton.
Mas eu, talvez por causa de algum trauma (fiz análise por 20 anos e acho que Freud acertou em tudo o que disse), não quero agradar ninguém.
Não considero isso uma "vantagem moral", mas uma espécie de vício. Claro, por isso tenho poucos amigos. Mas, como dizem por aí, se você tiver muitos amigos, ou você é superficial, ou eles são, ou os dois.
Quanto aos meus alunos e leitores, esses eu nunca penso em deixar felizes, graças a Deus.
Desejo para eles uma vida atribulada, conflitos infernais com as famílias, dúvidas terríveis quanto a se vale a pena ou não ter filhos e casar.
Desejo que, caso optem por não ter família, experimentem a mais dura solidão da existência humana, porque, no fundo, não passam de egoístas. Mas se tiverem família, desejo que percebam como os filhos cada vez mais são egoístas porque querem ser felizes e livres.
Desejo para eles pressões violentas no mercado de trabalho. E jantares à meia-noite diante de um trabalho que não pode ficar para amanhã porque querem viajar e ter grana para gastar.
Quem quiser ser livre, que aguente a insegurança da liberdade. Quem for covarde e optar por uma vida miseravelmente cotidiana que veja um dia sua filha jogar na sua cara que você foi um covarde.
Especialmente, desejo um futuro cruel para quem acredita que "ser uma pessoa de bem" a protege de ser infiel, infeliz, abandonada e invejosa.
Espero que um dia descubram que, sim, eles têm um preço (apenas desejo que seja um preço alto) e que se vendam.
Espero que percebam que seus pais não foram santos e parem com essa coisa de gente brega de classe média que tenta inventar uma "tradição ética familiar" que só engana bobo.
E por que digo isso? Porque hoje todos nós estamos um tanto infantilizados e só queremos que nos digam o que achamos legal.
O resultado é uma massa de obviedades. A tendência é transformar o pensamento público em autoajuda ou em "compromisso com um mundo melhor", o que é a mesma coisa.
Quem quer agradar é, no fundo, um frouxo. Vejamos alguns exemplos do produto "querer ser feliz". Comecemos por quem acha que o seu "querer ser feliz" é superior e espiritualizado.
Talvez você queira virar luz quando morrer porque ser luz é legal (risadas). Deus me livre de querer virar luz quando morrer. Prefiro as trevas.
Se for para continuar vivendo depois de morto, prefiro viver no "meu elemento", as trevas, porque sou cego como um morcego.
Normalmente, quem quer virar luz quando morrer é gente feia ou magra demais. Mulheres bonitas vão para o inferno, logo...
E gente que acha que frango tem mãe (só porque ele "descende" do ovo de uma galinha, e ela de outro...) e por isso é crime matá-los? Trata-se de uma nova forma de compromisso com a "felicidade social e política".
Entre esses "felizes que desejam a felicidade para os frangos" existem pessoas de 40 anos com cérebro de dez e pessoas de dez anos que um dia terão 40, mas com o mesmo cérebro de dez. Não creio que mudem.
Hoje é Carnaval. Espero que você não tenha pegado aquele trânsito idiota de cinco horas para ser feliz na praia.
Fonte: Luiz Felipe Pondé, "Folha de S. Paulo", Ilustrada, 7/3/2011.
Marcadores: cotidiano, felicidade, reflexão
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:23 | 0 comentários
Museu da Imigração
Para saber mais, clique aqui.
Marcadores: cultura, imigração, imigrantes, museu
terça-feira, 8 de março de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:12 | 0 comentários
Um novo Brasil (?)
Uma pesquisa anual do Serviço Mundial da BBC conduzida em 27 países revela que as opiniões positivas sobre a influência do Brasil no mundo tiveram o maior aumento entre as nações pesquisadas, passando de 40% a 49%.
Já as visões negativas sobre a atuação brasileira caíram 3 pontos percentuais, para 20%. Somente em um país, a Alemanha, as opiniões negativas sobre o Brasil são superiores às positivas (32% a 31%).
Leia a íntegra aqui.
Fonte: BBC/ABr
Marcadores: Brasil, geopolítica
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 17:26 | 0 comentários
Museu da Polícia Civil - o "museu do crime"
Recentemente, estive com o cinegrafista Leandro Santos no Museu da Polícia Civil, popularmente chamado de Museu do Crime. O local, embora oficialmente tenha se transformado num museu, é na verdade uma grande sala de aula para a formação dos profissionais nas 14 carreiras da Polícia Civil. Foi com esta intenção, ensinar, que o acervo começou a ser montado.
Há partes que não podem ser filmadas, como o setor de Medicina Legal. Lá estão fotos de pessoas assassinadas das mais diferentes formas e alguns exemplares reais. Chamou minha atenção o feto de uma menina de 9 meses exposto num vidro. A criança, recém-nascida, foi morta pela mãe com um cadarço. Infanticídio.
O museu mostra a evolução do crime e dos equipamentos da polícia, o que ajuda a contar a história da instituição. Há a reprodução de uma de delegacia da década de 1920, como se vê a seguir:
Há também fotos e exemplares dos mais diversos tipos de drogas; fotos de acidentes em São Paulo entre 1925 e 75 e dos grandes incêndios na cidade; cofres arrombados; bebidas falsificadas; máquinas de jogos de azar; armas; aparelhos de comunicação antigos; detalhes sobre técnicas de investigação, como o retrato falado, identificação, um polígrafo (detector de mentiras), além de moldes com tatuagens usadas pelos criminosos.
Um dos setores mais interessantes - e procurados - é o que conta a história dos "serial killers", os matadores em série, e dos crimes que chocaram a sociedade. Lá estão os casos do "Crime da Mala", do Bandido da Luz Vermelha, Chico Picadinho, Meneghetti e do Maníaco do Parque, entre outros. Histórias assustadoras, mentes perversas, amor e ódio lado a lado, loucura e vingança.
De fato, o Museu da Polícia Civil ensina não só os policiais.
* Para quem pretende visitar o local, ele fica na Academia de Polícia na Cidade Universitária da USP (Universidade de São Paulo) - Praça Reinaldo Porchat, 219. Mais informações podem ser obtidas aqui.
PS: o resultado desta visita poderá ser conferido a partir desta quarta-feira, 9/3, no programa "A Hora Informação Verdade" (17h45), da TV Jornal de Limeira.
Marcadores: crime, cultura, museu, polícia, reportagem
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 16:58 | 0 comentários
Jornalismo, internet, educação e legislação
O governador Eduardo Campos (PSB), responsável pela exoneração, afirmou que o respeito aos direitos humanos e à liberdade de imprensa embasou a decisão e defendeu o direito ao sigilo da fonte. "Nosso governo é transparente por princípio e por decisão política. Nós consideramos essencial à democracia o preceito constitucional segundo o qual é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional", disse.
***
Tramita no Senado uma proposta de emenda à Constituição (PEC 6/11) que quer tornar o acesso à internet um direito social do cidadão brasileiro. O senador Rodrigo Rollemberg, autor da proposição, pretende popularizar o acesso à rede, garantindo que o Estado seja provedor deste direito.
Na justificativa de apresentação da PEC, protocolada no último dia 2/3, o senador argumenta que a internet se tornou uma ferramenta importante para a formação pessoal, intelectual e profissional de todos os cidadãos. (...)
Segundo o estudo, no ensino fundamental, 17,2% dos alunos das escolas públicas usam a internet, enquanto que nas escolas particulares o número é de 74,3%. No ensino médio, o percentual de estudantes das escolas públicas com acesso à internet é de 37,3%, contra 83,6% nas escolas privadas.
Leia a notícia completa aqui.
Fonte: Idem.
Marcadores: educação, Internet, jornalismo, lei
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:40 | 0 comentários
Ah, o jornalismo...
"O mundo não é tão simples nem tão maniqueísta como o jornalismo nos faz crer."
Suzana Singer, ombdusman da "Folha de S. Paulo", na coluna deste domingo (6/3/2011), "Ouvidos moucos". Para ler na íntegra, clique aqui (é preciso ter senha do jornal ou do UOL)
Marcadores: frase, jornalismo, ombudsman
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 06:42 | 4 comentários
A polêmica da Lei Fecha Bar
A polêmica sobre a falta de lazer se instalou em Limeira há tempos, motivada por duas ações: uma lei criada em 2003 pelo vereador Miguel Lombardi (PR) que proíbe a abertura de bares e similares após 22h (23h durante o horário de verão, conforme lei de 2006) e a ação do Ministério Público visando fazer respeitar o nível de barulho permitido pela legislação.
A consequência dessas duas iniciativas foi um freio nos eventos. Grandes shows e bailes deixaram de ser realizados.
Mais recentemente, a realização de uma megaoperação de fiscalização da lei que ficou conhecida como Fecha Bar fez a polêmica crescer. Há 15 dias, policiais, guardas municipais e fiscais da prefeitura fecharam cinco lojas de conveniência em postos de combustíveis (uma outra lei municipal proíbe a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nestes locais) e notificaram vários bares que não possuíam alvará especial para abertura após 22h.
O alvará especial foi instituído pela Lei Fecha Bar. Desde que entrou em vigor, 80 estabelecimentos conseguiram a permissão para estender o horário de abertura, segundo a prefeitura. Outros 90 aguardam decisão. No total, são cerca de dois mil bares e similares em Limeira.
O documento especial só é emitido após um parecer da Copar, a comissão de análise de riscos. Uma das questões analisadas pela comissão é o índice de criminalidade na região do estabelecimento. Então ficamos assim: se a região tem furtos, roubos e tráfico, não se discute o reforço da segurança – um DEVER do Estado. Mais fácil, proíbe-se a abertura de bares...
Autor da lei, Lombardi defende a regra e afirma que a população está satisfeita. Não é bem o que parece. O parlamentar, porém, faz uma ressalva: a ideia não era fechar casas noturnas e sim os “botecos” que geram insegurança. O fato, contudo, é que a lei – por seu caráter genérico (e é assim que deve ser, sob risco de discriminação) – afetou todo mundo.
Agora a situação parece ter chegado a um limite. Donos de bares, pessoas que vivem da noite (músicos, garçons, etc) e público em geral decidiram se mobilizar. Que assim seja! Chegou a hora de dialogar e buscar uma saída mais adequada para uma cidade que, na minha opinião, está ficando chata.
Não proponho o descumprimento das leis. Contudo, não posso aceitar que não exista um caminho alternativo e satisfatório para todos. Até porque, em outras cidades os bares e lojas de conveniência estão cheios de gente se divertindo.
Em tempo: como a polêmica foi apresentada esta semana no programa “A Hora Informação Verdade”, da TV Jornal (segunda a sexta, 17h45), muitos telespectadores enviaram mensagens com suas opiniões. Para enriquecer o debate, decidi reproduzi-las a seguir. Como não pedi autorização aos signatários, os nomes foram omitidos.
“De início, há que se questionar o sentido de liberdade contido na Constituição Federal, será que somos livres? Esse episódio está chamando a atenção, pois a Lei Fecha Bar está jogando a responsabilidade do aumento de criminalidade de modo geral na noite. Fechar bares não resolve, estão vendando os olhos da sociedade, dando a falsa sensação de segurança! Ademais a truculência com que age o poder publico constrange o direito de ir e vir, entre outros, e causa desconforto. Não é legal você frequentar um local e nele adentrar uma batalhão de policiais armados. Acredito no diálogo, que aliás parece não estar havendo.”
“Sou totalmente contra essa lei absurda do Fecha Bar. Acho essa lei totalmente inconstitucional, gera insatisfação popular, desemprego e ociosidade. Como se sabe, os bares não vendem só pinga e também não são frequentados só por baderneiros e, assim sendo, nos deixam sem nenhuma opção de lazer e entretenimento depois das 22h.”
“Sou radicalmente contra (a lei). Se não tem bebidas, aumenta absurdamente o uso de drogas. Se os senhores políticos não tivessem desviado as verbas públicas referente à educação, lazer etc... talvez não teria tanta desordem, vandalismo, brigas.”
“Eu acho que Limeira é uma cidade deserta. Não tem nada para famílias e nem para os adolescentes. Agora querem fechar os estabelecimentos e, lógico, os corretos. Temos que rever isso. Cidade onde tudo não pode.”
“Os bares já temos por demais. Mas nada impede de tê-los! Só que devemos analisar a perturbação dos vizinhos.Parabéns ao vereador pela lei.Fiscalização mais enérgica por parte da prefeitura.”
“Limeira sempre ficando para trás de outras cidades. Hoje, os jovens têm que ir para outras cidades, como Piracicaba e Americana, para poder se divertir. Isso só gera mais desempregos e prejuízo para a própria cidade.Nós, jovens, não temos aonde ir aos fins de semana e onde tem, fecha. Pergunto para o prefeito: temos que gastar nosso dinheiro em outras cidades para se divertir?”
“Sou jovem, trabalho e estudo todos os dias e só tenho a sexta e o sábado para sair e me divertir. Acho que Limeira já não tinha muita coisa para jovens, agora com a maravilhosa ideia de fechar estabelecimentos voltados para essa faixa etária estão forçando a gente a procurar cidades vizinhas. Fora o constrangimento quando estamos lá dentro e chega a polícia obrigando a fechar o local. Isso está sendo uma falta de respeito com a juventude que, querendo ou não, é o futuro da cidade. E tem mais: Limeira, pela sua população jovem, deveria ter muito mais lugares para suportar todos e não fechar os que tem. Quem estuda em faculdade e vem para a cidade pensando que aqui vai ter algo para fazer acaba se frustrando.”
“A respeito da Lei Fecha Bar, isto é uma verdadeira palhaçada com os comerciantes de Limeira em geral. A população, porém, também tem culpa por colocar os vereadores e o atual prefeito na Câmara e prefeitura. E tem mais: em Limeira não tem nada para se curtir a não ser posto de gasolina, só que o prefeito apoia isso (a lei), o alvará nunca vai sair da gaveta.”
“Trabalho com eventos já há um bom tempo nesta cidade e sempre vejo a falta de opção para os jovens. Sou um apreciador das noites em Limeira e fico indignado com o fechamento de alguns bares. A prefeitura demora tanto para emitir o alvará e para fechá-los é questão de minutos. Fica aqui a minha revolta!!!”
“Sou DJ, toco em festas em Limeira e não entendo porque algumas casas têm privilégios e outras não. Os jovens não estão nem podendo frequentar casa noturna com segurança e então vamos para onde? Para fora da cidade. Acorda senhor prefeito.”
“Sou contra a Lei Fecha Bar, pois sou músico de uma dupla sertaneja da cidade e por causa da lei estou deixando de tocar e, consequentemente, tendo a vida financeira e profissional prejudicada.”
“No caso das lojas de conveniência, basta um aviso proibindo o consumo das mercadorias adquiridas na loja no recinto do posto de combustível e segurança particular para manter a ordem.Quanto aos bares, é obrigação do proprietário manter a ordem no seu comércio e verificar a emissão de decibéis através de medições específicas. Proibir o trabalho e a diversão é coisa do tempo da Inquisição.”
“A respeito da Lei Fecha Bar, ela me lembra uma outra coisa que prejudica a cidade e a diversão do público jovem: a lei que proíbe fazer barulho depois das 22h. Sempre teve shows de bandas grandes na cidade, como no Gran e no Nosso Clube, agora por causa dessa lei não tem show na cidade também.”
quinta-feira, 3 de março de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:52 | 0 comentários
Uhmm! (mais um...!!!)
Marcadores: alimentação, café
terça-feira, 1 de março de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:18 | 0 comentários
As 3 preocupações de Félix
Silvio Félix (PDT) é o prefeito de Limeira de direito. José Carlos Pejon, ex-prefeito e atual secretário-chefe de gabinete, o é de fato.
É com Pejon que secretários têm despachado assuntos do dia-a-dia da administração municipal. Obviamente, Félix ainda dá a palavra final nos principais assuntos, mas o poder dado pelo chefe do Executivo ao seu recém-nomeado secretário (e antigo oponente) chama a atenção.
A atitude de Félix tem explicação. O prefeito gasta seu tempo com três assuntos:
1) resolver a situação dele junto à Justiça e à Câmara Municipal no “imbróglio” da merenda escolar (o prefeito foi acusado de receber propina, segundo denúncia feita ao Ministério Público);
2) procurar um candidato à sucessão (o que não tem sido fácil diante do estilo centralizador do pedetista, que abre pouco espaço a novas lideranças, e diante de problemas com possíveis nomes);
3) definir o que fará a partir de janeiro de 2013, quando deixará a prefeitura (e terá um período de pelo menos dois anos até uma nova eleição).
Como se vê, são assuntos demais – e complexos – para que o prefeito tenha tempo de cuidar de detalhes rotineiros da administração.
Talvez isso ajude a explicar: 1) a escassez de eventos públicos da prefeitura; 2) o sumiço de Félix da mídia e dos eventos; 3) o estado de abandono em que a cidade se encontra.
Em tempo 1: as três tarefas de Félix realmente não são fáceis. No caso da merenda, ele não precisa se preocupar com a Câmara Municipal, mas com a Justiça sim – e muito! No caso da sucessão, é bom que o prefeito realmente construa um nome para sair candidato, do contrário corre o sério risco de perder influência num futuro governo municipal. Quanto ao futuro pessoal do atual chefe do Executivo, não parece haver motivos para preocupação...
Em tempo 2: no que diz respeito à sucessão municipal, a aposta de Félix já está feita. Uma série de obras para impactar o eleitorado, como em 2008. Não é à toa que muitas obras estão em ritmo lento; elas devem seguir o calendário eleitoral e não o interesse público. O prefeito baseia-se também em pesquisas de opinião, segundo as quais o governo dele ainda é aprovado pela maioria da população, para crer que elegerá seu sucessor.
PS: Félix conseguirá chegar ao final de seu governo ao lado de antigos (e ferrenhos) adversários, cooptados nos últimos tempos e transformados em neoaliados, e distante de antigos aliados (novos “adversários”?). Isso não é pouca coisa nem acaso – e explica muito da personalidade do prefeito.
Marcadores: Félix, política, prefeitura, Silvio Félix