“Boa noite. Como costuma dizer um amigo meu: ‘Olá, tudo bem?’.” Foi desta forma que o jornalista Paulo Henrique Amorim abriu a palestra que fez na última quinta-feira em Limeira, na 3° edição do Dia do Empreendedor – prêmio criado pela Prefeitura de Limeira. Como a noite pedia (no sentido figurado), a mensagem que ele passou foi de otimismo.
Em meio a alfinetadas (leia mais sobre isso no blog "Comunicação & Negócios", do jornalista e atual secretário da Cultura de Limeira, Adalberto Mansur) na Rede Globo (a quem se referiu como “aquela outra emissora”) e na “Folha de S. Paulo” (considerada “contra a boa notícia”), Amorim afirmou que o Brasil está sendo palco da “maior revolução capitalista do mundo”. E o mais importante: em meio a um regime democrático. A tal revolução, segundo ele, está diretamente ligada à ascensão de uma nova classe: a “C”. Hoje, a classe média - grupo que concentra famílias com renda mensal entre R$ 1,1 mil e R$ 4,8 mil - já representa 53,2% da população. É ela que está puxando o consumo – e, de resto, a economia nacional.
De acordo com o jornalista, a venda de computadores pessoais, por exemplo, cresceu 33% no primeiro trimestre. Impulsionada pelas classes “C” e “D”.
Amorim destacou alguns fenômenos que contribuíram para a ascensão dessa massa consumidora. Um deles foi a “banquerização”. Vencido o período da hiperinflação, o brasileiro acostumou-se com a economia estável e perdeu o medo de ir ao banco, guardar dinheiro, investir e, sobretudo, tomar empréstimo. Isso mesmo: assumir dívidas para abrir um negócio, crescer, gerar emprego e renda. Com responsabilidade, claro.
A entrada da mulher no mercado de trabalho também ajudou nesse fenômeno. Citando um estudo, o jornalista comentou que a mobilidade vertical “é maior quanto mais a mulher participa da renda da família”. Também apontou que a mobilidade é maior nas cidades médias do que nos grandes centros e que ela cresce conforme aumenta a escolaridade.
Para quem duvida do destino brasileiro, Amorim lembrou que entre os dez maiores países com extensão territorial, entre os dez com maior população e entre os dez com maior PIB (Produto Interno Bruto), apenas três aparecem em todas as listas: Estados Unidos, China e Brasil.
Ainda conforme o jornalista, o Brasil nos últimos anos mudou alguns paradigmas, que tornaram possível a tal “revolução” (ou são as marcas dela). São eles:
- consolidação democrática (as instituições funcionam, Justiça, Parlamento, leis, marcos regulatórios, etc);
- agricultura eficiente (tecnologia de ponta fez do país um dos maiores produtores de alimentos do mundo);
- economia sanada (após 508 anos como devedor, o Brasil quitou suas dívidas e hoje tornou-se um credor internacional);
- regime econômico responsável (a opção pelas metas de inflação, câmbio flutuante e Banco Central independente garantem que não haverá aventuras futuras);
- energia (o país se tornou uma potência energética, com o álcool, o pré-sal e as novas fontes, inclusive urânio);
- ascensão da classe média (a divisão por classes deixou de ter um desenho de pirâmide para se tornar um barril).
Em tempo: o encerramento da palestra não poderia ter sido de outra forma senão com um “boa noite e boa sorte”.
* A imagem está péssima, mas o que vale é o áudio (eu não pretendia usar isso como vídeo, mas não consegui converter só o som).
* A foto é de divulgação da Prefeitura de Limeira.
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