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* Reflexões sobre uma incessante busca *
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 17:58 | 1 comentários
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Marcadores: cotidiano, crepúsculo, fotos
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 17:52 | 1 comentários
Marcadores: Chaves
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 17:41 | 0 comentários
Seis meses após voltar às quadras, depois de um ano parada, a Winner Limeira está na final do Campeonato Paulista de Basquete. Considerando que o time ficou uma temporada sem disputar o campeonato, o time de Limeira disputará sua segunda final seguida - na ocasião anterior, bateu Franca por 3 a 1.
A disputa desta vez começa no dia 5 de janeiro, contra o Pinheiros, na Capital.
Em tese, o time de São Paulo é favorito, mas só a emoção de vivenciar de novo um momento importante do basquete limeirense já valeu a pena!
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:18 | 0 comentários
No momento em que o vereador Ronei Costa Martins (PT), de Limeira, discute a proposta de reduzir a tarifa do transporte coletivo aos finais de semana e feriados como forma de estimular o lazer e ao mesmo tempo combater a baixa ocupação dos ônibus nesses dias, considero pertinente apresentar uma experiência que registrei numa recente viagem à Itália.
Em países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos e os da Europa Ocidental, o transporte público está anos luz à frente do Brasil. Desconheço cidade brasileira – incluindo Curitiba (PR), considerada exemplo – que tenha resolvido o problema do transporte coletivo.
Segundo o arquiteto e urbanista Felipe Penedo, o transporte público exige alguns requisitos para ser considerado de qualidade: 1) pontualidade; 2) conforto; 3) acessibilidade (o que inclui as calçadas de acesso); 4) eficiência (o que inclui informação); e 5) preço justo. Sem algum desses fatores, não se pode considerar um modelo como bem sucedido. O problema é que no Brasil nenhum dos itens funciona!
Os problemas do transporte por aqui começam pelo abandono “criminoso” do sistema ferroviário em favor do rodoviário. O resultado é o que se vê nas estradas e nas cidades – cada vez mais congestionadas. A opção do brasileiro pelo transporte individual e o estímulo dado pelo governo nos últimos anos para a compra de carros e motos só fizeram acentuar os problemas.
As “soluções”, por enquanto, têm se limitado à expansão da malha viária. Resultados paliativos e de curto prazo, quando muito – veja as novas faixas da Marginal Tietê em São Paulo...
No norte da Itália, ao contrário, milhares (talvez milhões) de pessoas diariamente deixam seus carros em casa e optam pelos trens para se deslocar entre cidades próximas ou até distantes. Fazem isso porque encontram no serviço todos os fatores mencionados anteriormente.
Durante toda a viagem, chegava diariamente nas estações de trem, dirigia-me a um terminal de computador e em menos de um minuto comprava a passagem para um destino que, invariavelmente, apresentava várias opções de horários e preços. Só tive problema em uma ocasião, no trajeto direto Firenze-Milão, cujos trens de alta velocidade saíam de hora em hora (havia opções de saída em intervalos menores de tempo, mas com paradas) e estavam lotados nas três primeiras tentativas de compra (9h, 10h e 11h).
Nos trens regionais ou de alta velocidade, o conforto é muito maior do que nos ônibus e aviões. Em alguns deles, o sistema de informação aponta temperatura, velocidade, etc.
Nas estações, os letreiros informam com precisão horário de partida/chegada, eventuais atrasos e o binário correspondente. Simples assim.
Imaginar todas as pessoas que usam os trens na Itália com seus carros nas estradas é lembrar do que vemos diariamente nas rodovias brasileiras...
Nas cidades italianas, o transporte por ônibus também é exemplar. Em Milão e Verona, encontrei pontos com letreiros digitais informando com exatidão a linha e o horário e/ou tempo de chegada do próximo veículo.
Até em Veneza, onde o transporte é feito por barcos, há informações eletrônicas sobre as linhas, com o percurso de cada uma delas, e o tempo para a chegada do próximo vaporeto. Detalhe: o tempo previsto invariavelmente confere com a realidade.
Em Limeira (e em muitas outras cidades brasileiras), nenhum cidadão que desconheça o sistema de transporte saberá onde pegar um ônibus e qual linha poderá levá-lo ao destino pretendido. Isso porque não há informação alguma em qualquer ponto.
O cidadão terá ainda que esperar por muitos minutos (40 ou mais) para pegar um ônibus que chegará provavelmente lotado. Estará num veículo sem conforto, quente, ficará possivelmente em pé e ainda pagará por esse serviço uma tarifa de R$ 2,40 (a do metrô de Milão é um euro – cerca de R$ 2,70 - se comprada isoladamente; para mais de um trajeto há descontos).
Diante deste cenário, alguns dúvidas apresentam-se:
1) é tão difícil assim disponibilizar ao menos informação aos usuários no Brasil (não estou sequer falando de pontualidade, conforto...)?
2) por que a opção prioritária pelas rodovias e o sucateamento do transporte ferroviário?
3) até quando nossos governantes vão optar por medidas paliativas ao invés de atacar o problema de fato?
4) como falar em desenvolvimento quando não conseguimos sequer oferecer um transporte decente para os cidadãos?
PS: em Milão, aliás, carros e bondes convivem tranquila e pacificamente nas mesmas vias.
Marcadores: cidade, Itália, transporte
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 17:32 | 0 comentários
Marcadores: Arnaldo Jabor, Jornal da Globo, política, salário
domingo, 19 de dezembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:15 | 1 comentários
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:09 | 0 comentários
Marcadores: Constância Félix, Limeira, prefeitura, Silvio Félix
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:54 | 0 comentários
Sessão da Câmara de Limeira do dia 4 de dezembro. Item segundo da pauta:
“Projeto de Lei nº. 129/08 de autoria do Vereador Miguel Lombardi, que regulamenta a coleta, triagem, reutilização, reciclagem, reservação ou destinação, disposição e o transporte de Resíduos da Construção Civil e de Resíduos Volumosos no município de Limeira, de acordo com o previsto no Estatuto das Cidades, Lei nº 10.257/01, e na Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 e dá outras providências. PREJUDICADO POR APRESENTAÇÃO DE EMENDA.”
Sessão da Câmara de Limeira do dia 13 de dezembro. Item segundo da pauta:
“Projeto de Lei n°129/08, de autoria do Vereador Miguel Lombardi, que regulamenta a coleta, triagem, reutilização, reciclagem, reservação ou destinação, disposição e o transporte de Resíduos da Construção Civil e de Resíduos Volumosos no Município de Limeira, de acordo com o previsto no Estatuto das Cidades, Lei n°10.257/01, e na Resolução CONAMA n°307, de 5 de julho de 2002, e dá outras providências. PREJUDICADO POR APRESENTAÇÃO DE EMENDAS.”
Esta cena se repete desde que o projeto foi apresentado, há mais de dois anos. Sempre que vai à pauta, sua votação é adiada devido à apresentação de emendas.
É realmente muito estranho o fato de vereadores sempre terem algo novo a acrescentar, sessão a sessão, a uma proposta que tramita na Câmara há mais de dois anos – proposta que já deveriam ter estudado.
Obviamente, o projeto é complexo – o próprio autor admite isso. No entanto, NADA (repito, NADA) justifica tantos adiamentos. Se há dúvidas técnicas, por que a Câmara não agenda uma audiência para discutir a questão com especialistas?
O que não se pode é aceitar o que parece ser uma manobra – a apresentação de emenda - para impedir a votação. Afinal, não é plausível que, semana a semana, surja uma nova dúvida em relação à proposta.
Prefiro acreditar que tem faltado interesse político para votar o projeto, embora saiba que há muitos outros interesses em jogo.
Com a palavra, Miguel Lombardi (que já deveria ter se rebelado em público contra tamanho descaso com um projeto de sua autoria) e os demais vereadores.
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:02 | 0 comentários
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 17:55 | 0 comentários
O Ministério da Educação apresentou hoje o novo Plano Nacional de Educação. Ele fixa 20 metas para a próxima década. São elas:
Meta 1: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de 4 e 5 anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil de forma a atender a 50% da população de até 3 anos.
Meta 2: Criar mecanismos para o acompanhamento individual de cada estudante do ensino fundamental.
Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%, nesta faixa etária.
Meta 4: Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.
Meta 5: Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os 8 anos de idade.
Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica.
Meta 7: Atingir as médias nacionais para o Ideb já previstas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 a 24 anos de modo a alcançar mínimo de 12 anos de estudo para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade educacional.
Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e erradicar, até 2020, o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.
Meta 10: Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.
Meta 11: Duplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta.
Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta.
Meta 13: Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior para 75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, 35% doutores.
Meta 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.
Meta 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios, que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.
Meta 16: Formar 50% dos professores da educação básica em nível de pós-graduação lato e stricto sensu, garantir a todos formação continuada em sua área de atuação.
Meta 17: Valorizar o magistério público da educação básica a fim de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente.
Meta 18: Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de ensino.
Meta 19: Garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a nomeação comissionada de diretores de escola vinculada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à participação da comunidade escolar.
Meta 20: Ampliar progressivamente o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Fonte: Agência Brasil
Marcadores: educação
terça-feira, 14 de dezembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 16:14 | 0 comentários
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 14:46 | 0 comentários
O PIB (Produto Interno Bruto), soma de todas as riquezas produzidas numa localidade, de Limeira cresceu 46% durante o primeiro governo Silvio Félix (PDT). É o que aponta um recente levantamento divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ele passou de R$ 3,867 bilhões em 2004 para R$ 5,646 bilhões em 2008.
Comparando com outros municípios cujo PIB é semelhante ao de Limeira e com algumas cidades da região, o resultado limeirense é regular. No mesmo período, a riqueza de Hortolândia subiu 155% e de Louveira 139%. Nos casos de Cotia e Sumaré, os aumentos foram de 87,6% e 73,3% respectivamente. Piracicaba (66,5%), Campinas (61%) e Jundiaí (58%) também tiveram crescimento maior do que Limeira. Da região (excluindo as cidades com PIB muito menor), só Americana teve um crescimento inferior - 33%. Indaiatuba teve um desempenho praticamente igual ao limeirense: alta de 45,9%.
Em geral, constata-se que cidades mais ricas tendem a apresentar um crescimento maior do PIB. Isso pode ser explicado pelo dinamismo da economia, típico de localidades com maior riqueza. Isso vale para Jundiaí, Campinas, Santos, São Bernardo do Campo, Diadema, São José dos Campos e Sorocaba, por exemplo.
O dado mais relevante e preocupante, porém, é o da renda per capita (ou seja, por pessoa). Embora seja um indicador relativo, já que sofre forte influência do tamanho da população (é costumeiramente desconsiderado para cidades com menos de 100 mil habitantes), não deixa de ser um interessante e importante sinal do desenvolvimento. E, neste aspecto, Limeira – infelizmente – deixa a desejar.
Considerando as mesmas cidades já mencionadas aqui, a renda média do limeirense em 2008 ficou em último lugar. O dado reforça outros indicativos - como o custo de vida - de que Limeira é uma cidade mais pobre no que diz respeito à renda de sua população.
Renda per capita em 2008
Louveira – R$ 171.506
Jundiaí – R$ 43.442
Cotia – R$ 30.003
Sumaré – R$ 28.659
Campinas – R$ 27.788
Americana – R$ 27.681
Indaiatuba – R$ 25.461
Piracicaba – R$ 24.226
Hortolândia – R$ 23.441
Limeira – R$ 20.252
PIB em 2008
Campinas – R$ 29,363 bilhões
Jundiaí – R$ 15,106 bilhões
Piracicaba – R$ 8,853 bilhões
Sumaré – R$ 6,796 bilhões
Limeira – R$ 5,646 bilhões
Americana – R$ 5,627 bilhões
Louveira – R$ 5,557 bilhões
Cotia – R$ 5,373 bilhões
Hortolândia – R$ 4,712 bilhões
Indaiatuba – R$ 4,596 bilhões
Fonte: IBGE (para acessar os dados completos, clique aqui)
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 16:12 | 0 comentários
O estudante Stuart Angel, morto pelo regime militar, será homenageado nesta quinta-feira (9), no Rio de Janeiro (RJ), em ato promovido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR). A atividade contará com a participação de remadores do Clube de Regatas do Flamengo, onde ele praticava diversos esportes, tendo inclusive conquistado o bicampeonato carioca de Remo, em 1964 e 1965.
O ministro Paulo Vannuchi, da SDH/PR, e a jornalista Hildegard Angel, irmã de Stuart, participarão do ato, que consiste na inauguração do memorial “Pessoas Imprescindíveis” em homenagem ao jovem. A iniciativa faz parte do projeto Direito à Memória e à Verdade, da SDH/PR, que tem o objetivo contar a história das vítimas do último período de ditadura no Brasil, resgatando a trajetória de operários, estudantes, profissionais liberais e camponeses que se engajaram em organizações de esquerda para combater o regime militar.
(...) Stuart Edgar Angel Jones foi assassinado sob terríveis torturas na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. Morreu na noite de 14 de maio de 1971 e o nome dele consta da lista de (136) desaparecidos políticos anexa à Lei nº 9.140/95. O caso gerou grande repercussão nacional e internacional.
Filho da estilista de alta costura Zuzu Angel com o norte-americano Norman Angel Jones, irmão da colunista social Hildegard Angel, Stuart nasceu em Salvador e cresceu no Rio de Janeiro. Apaixonado por esportes, praticou tênis, natação, capoeira, levantamento de peso e remo.
Era estudante de Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo trabalhado também como professor. Em 18/8/1968, havia casado com Sonia Maria Lopes de Moraes, que também seria morta em 1973, em São Paulo. Moravam na Tijuca.
Militante do MR-8 desde o período em que a organização tinha o nome de Dissidência da Guanabara, Stuart, conforme documentos dos órgãos de segurança, integrou sua direção geral a partir de meados de 1969, ao lado de Daniel Aarão Reis e Franklin de Souza Martins. Também era apontado como participante de diversas ações armadas e se presume que os militares o torturaram com tamanha brutalidade porque pretendiam, através dele, chegar a Carlos Lamarca, recentemente integrado à organização.
Stuart foi preso por volta das 9h da manhã do dia 14, na Avenida 28 de Setembro, em Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro, por agentes do CISA. As circunstâncias de sua morte sob torturas foram narradas, em carta a Zuzu, pelo preso político Alex Polari de Alverga, que esteve com ele naquela unidade da Aeronáutica, na Base Aérea do Galeão.
“Em um momento retiraram o capuz e pude vê-lo sendo espancado depois de descido do pau-de-arara. Antes, à tarde, ouvi durante muito tempo um alvoroço no pátio do CISA. Havia barulho de carros sendo ligados, acelerações, gritos, e uma tosse constante de engasgo e que pude notar que se sucedia sempre às acelerações. Consegui com muito esforço olhar pela janela que ficava a uns dois metros do chão e me deparei com algo difícil de esquecer: junto a um sem número de torturadores, oficiais e soldados, Stuart, já com a pele semi-esfolada, era arrastado de um lado para outro do pátio, amarrado a uma viatura e, de quando em quando, obrigado, com a boca quase colada a uma descarga aberta, a aspirar gases tóxicos que eram expelidos”.
Zuzu Angel procurou o filho infatigavelmente, abordando autoridades nacionais e internacionais e concedendo entrevistas a quantos veículos de imprensa tivessem a coragem de publicá-las. Conseguiu fazer chegar sua denúncia ao então senador Edward Kennedy, que levou o caso à tribuna do Senado dos Estados Unidos. Pessoalmente, conseguiu entregar ao secretário de Estado Henry Kissinger, em visita ao Brasil em fevereiro de 1976, uma carta com a denúncia e um exemplar do livro de Hélio Silva, onde era relatada a morte de Stuart.
(...) Zuzu foi morta, em março de 1976, sem nunca descobrir qualquer indício do paradeiro do filho. O desaparecimento de Stuart e a luta de Zuzu foram evocados por Chico Buarque e Miltinho na canção "Angélica", de 1977, e levados ao cinema, em 2006, pelo diretor Sérgio Rezende, tendo a atriz Patrícia Pilar atuado como a mãe de Stuart.
Fonte: SDH/PR (para ler a notícia completa, clique aqui)
Marcadores: ditadura, Stuart Angel, Zuzu Angel
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 16:06 | 0 comentários
Uma homenagem mais do que justa neste 8/12/2010, quando se relembra os 30 anos do assassinato de John Lennon - o beatle que imaginou um mundo perfeito.
Marcadores: Imagine, John Lennon, música
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 15:38 | 0 comentários
Abaixo, reproduzo na íntegra a moção 052/2010, aprovada anteontem por unanimidade na Câmara de Vereadores de Iracemápolis, em razão das notícias divulgadas na imprensa dando conta de que a Prefeitura de Limeira indicaria ao governo do Estado uma área nas margens da Rodovia Iracemápolis/Santa Bárbara d´Oeste para a construção de um presídio.
Em tempo: a área fica em Limeira.
Autoria: vereadores Cláudio Cosenza Filho, Denise Calice Martin, Donizete Aparecido Stein, Marcos César Gomes, Rodrigo Pereira da Silva, Valmir Gonçalves de Almeida e Vânia Aparecida Denardi de Castro
Apresentamos à Mesa Diretora, ouvido o Plenário e dispensadas as demais formalidades regimentais, a presente Moção “De Repúdio ao prefeito do município de Limeira, Silvio Félix, pela indicação de área para instalação de presídio próximo ao município de Iracemápolis.
Considerando que a área sugerida pela Prefeitura de Limeira fica próxima ao município de Iracemápolis;
Considerando que há praticamente 2 meses a candidata e esposa do prefeito de Limeira que concorria a vaga de deputada estadual, Constância Félix, esteve fazendo sua campanha eleitoral em nosso município, sempre declarando em suas visitas que lutaria em prol de benefícios a Iracemápolis e em momento algum citou a suposta vinda de um presídio em nossa região;
Considerando que a população, ao ler as publicações inseridas à pag. 7 do Jornal de Limeira sob o título “Área escolhida fica na Iracemápolis/S. Bárbara” e à pag. 3 do jornal Gazeta de Limeira sob o título “Município vai propor presídio na rodovia Iracemápolis-Santa Bárbara”, ficou revoltada com as notícias pois, sendo uma cidade de 20.000 habitantes, não aprova a ideia proposta pelo governo Félix;
Considerando os inúmeros manifestos dos moradores de Limeira contra a instalação do presídio, dá-se a impressão de que o prefeito de Limeira quis se resguardar e transferir o problema para nossa cidade.
O Poder Legislativo de Iracemápolis sente-se indignado com o Poder Executivo do município de Limeira e vem a público mostrar seu repúdio à atitude tomada.
Que seja enviada cópia da presente moção aos Poderes Executivo e Legislativo do município de Limeira.
Plenário “Vereador Benedito Alves de Oliveira”, 3 de dezembro de 2010.
A resposta da Prefeitura de Limeira, por meio de nota da Assessoria de Comunicações, segue abaixo:
A Prefeitura de Limeira esclarece, a respeito da área que será indicada ao governo estadual para a instalação de unidade prisional, que muitos têm se confundido sobre a localização. O que tem sido dito até o momento é especulação, sendo que a área a ser indicada está em estudo e não está definida.
A respeito de moção dos vereadores do município de Iracemápolis, a Prefeitura de Limeira pode apenas dizer que se confundiram, pois é a área indicada pela Prefeitura de Piracicaba que fica próxima à cidade. As áreas que Limeira está cogitando ficam longe do município de Iracemápolis.
Para mim, a polêmica só ocorre porque falta transparência por parte da Prefeitura de Limeira ao tratar do assunto.
PS: fiz as correções gramaticais necessárias no texto da moção.
Marcadores: Câmara, Iracemápolis, Limeira, presídio
domingo, 5 de dezembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:41 | 0 comentários
Em 1986
11 anos depois
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:38 | 0 comentários
Pedi, no final de novembro, ao governo de São Paulo, uma posição oficial sobre a possibilidade de Limeira receber uma unidade do Poupatempo. A resposta - enviada no dia 23 daquele mês e assinada pela Juliana Montilha, da Assessoria de Comunicação do órgão - informava o que segue:
“Por enquanto, não há nenhuma novidade sobre implantação do Poupatempo em Limeira.
O Plano de Expansão do Poupatempo, anunciado em outubro de 2007 pelo Governador José Serra, já entregou Unidades nos municípios de Osasco, Santos, São José do Rio Preto, Jundiaí, Taubaté, Piracicaba, Caraguatatuba e Araraquara, e prevê ainda a implantação de Unidades nos municípios de Araçatuba, São Carlos, Rio Claro, Franca, Marília, Presidente Prudente, Sorocaba, Tatuí, Botucatu, Mogi das Cruzes, além de Cidade Ademar (região sul) e Lapa (região oeste), ambas na capital paulista”.
Exatamente um mês antes, o vereador Silvio Brito (PDT) e um grupo de vereadores juniores de Limeira entregaram ao governador Alberto Goldman (PSDB) um pedido de instalação do Poupatempo na cidade. A resposta, segundo informou a assessoria de imprensa da Câmara de Limeira: “Ressaltamos que está sendo realizado estudo para a implementação de uma nova fase do plano de expansão do Programa Poupatempo, no qual a cidade de Limeira está inclusa”.
Este ano, durante uma visita a Cordeirópolis, o secretário estadual de Gestão, Sidney Beraldo, futuro chefe da Casa Civil no governo Geraldo Alckmin (PSDB), manifestou que a Prefeitura de Limeira não havia indicado uma área para instalação do Poupatempo. O município contestou a afirmação do secretário.
O fato é que na campanha eleitoral de 2008 não faltaram candidatos anunciando a vinda de um Poupatempo para Limeira. Nem o fato da cidade ter um deputado estadual – Otoniel de Lima – foi suficiente para conseguir a instalação de uma unidade do órgão. E pelo que se vê nas manifestações citadas nesta postagem, há um desencontro de informações no governo do Estado.
Ou seja: o Poupatempo ainda vai demorar para chegar até Limeira...
Marcadores: Limeira, Poupatempo, Silvio Brito
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:47 | 0 comentários
Pela primeira vez, a Copa do Mundo de Futebol vai para o Leste Europeu e para o Oriente Médio.
Em 2018, Rússia:
Em 2022, Qatar:
Polêmicas à parte (sei que a escolha dos países-sede não é nem um pouco republicana), acho interessante levar o Mundial para terras "nunca antes desbravadas" - em que pese opiniões contrárias interessantes que li hoje.
Marcadores: Catar, Copa do Mundo, Fifa, futebol, Rússia
domingo, 28 de novembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 17:53 | 0 comentários
A seguir, dois vídeos da FIA GT, um deles da largada.
Marcadores: automobilismo, Fórmula GT, Interlagos
sexta-feira, 26 de novembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:53 | 0 comentários
Tão logo Elza Tank (PTB) venceu a eleição para a Câmara de Limeira em 2008, o nome dela surgiu com força para, mais uma vez, comandar o Legislativo. Na época, eu ainda era editor-chefe do “Jornal de Limeira” e responsável pela coluna política “Vai & Vem”.
Liguei para a petebista e tive com ela o diálogo reproduzido nesta postagem (publicado no “JL” dia 10 de outubro daquele ano). Referindo-se ao sonho de ser prefeita de Limeira, Elza foi clara e honesta ao afirmar que a fase dela tinha passado. Quando o assunto foi a disputa pela presidência da Câmara, disse categoricamente que não seria candidata. E não foi. “Já cumpri a minha parte”.
Pois agora Elza deve voltar ao cargo. Para cumprir o que sabe fazer como poucos: a defesa do governo no Legislativo – e num momento em que o prefeito Silvio Félix (PDT) vive uma situação delicada, cercado de suspeitas no caso da merenda escolar, envolto em problemas com a Justiça e enfraquecido politicamente.
Consultei dia desses dois especialistas nos bastidores políticos limeirenses sobre a disputa para a presidência da Câmara, que se avizinha. Para um deles, a pergunta foi direta: “Quem vai ser o novo presidente?”. A resposta veio no mesmo tom: “Elza”.
A explicação é simples: se os governistas se unirem, a oposição não tem chance. A petebista teria os votos de Nilce Segalla (PTB), Carlinhos Silva (PDT), Farid Zaine (PDT), Silvio Brito (PDT), Iraciara Bassetto (PV) e Almir Pedro dos Santos (PSDB), além do dela. Metade dos vereadores. Ou seja, um empate. Elza, como a candidata mais velha, levaria a presidência, segundo estabelece o Regimento Interno da Câmara.
À oposição, resta contar com um racha na bancada governista, buscando votos dos dissidentes. Hoje, os votos certos num candidato anti-Elza (o grupo aceitaria de bom grado Farid e Carlinhos, governistas mais “maleáveis”) seriam de Ronei Martins (PT), Paulo Hadich (PSB), Mario Botion (PR) e Eliseu Daniel dos Santos (PDT). Podem votar com a oposição Raul Nilsen Filho (PMDB) e Miguel Lombardi (PR).
A posição de Piuí (PR) é dúvida (embora seus colegas de partido votem com a oposição, ele é governista; a aposta dos oposicionistas é numa eventual pressão do partido sobre o vereador).
Para vencer a disputa, porém, Elza terá que unir a bancada da situação. É que pelo menos outros três governistas, todos do PDT do prefeito, manifestaram o desejo de ser presidente. Dois deles - Brito e Carlinhos - trabalhavam mais arduamente nos bastidores até dias atrás. Hoje, a informação é que Brito abriria mão do cargo em prol de Elza em troca de ser o primeiro-secretário. Farid, o terceiro pedetista, teria mais chances com a oposição, mas é o que mostra menos apetite para o cargo.
Neste jogo de xadrez, pesa na intenção de qualquer um dos três pedetistas o fato de ter que sair candidato contra a vontade do prefeito – o que implicaria um rompimento.
Assim, se Elza desconsiderar o que disse dois anos atrás, entrará em 2011 como a poderosa presidente da Câmara. Para alegria do “senhor prefeito”, como ela gosta de dizer.
Marcadores: Câmara, Elza Tank, Limeira, política, presidência, vereadores
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:19 | 0 comentários
Vi, com o olhar fascinado de menino, o Palmeiras transformar-se em Academia, nos agitados anos 1960, com Valdir, Dudu, Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina, Ferrari, Zequinha, Ademir da Guia, Julinho Botelho, Servílio, Vavá, Gildo, Rinaldo e tantos outros astros. Vi aquele time encarar, intimidar e envolver o Santos de Gilmar, Mauro, Lima, Zito, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pepe e um certo Pelé. Vi aquela equipe não dar bola pra São Paulo e Corinthians e conquistar títulos locais e nacionais com a autoridade que lhe era inerente.
Vi o Palmeiras trocar a camisa verde pela amarelinha e bater o Uruguai por 3 a 0, na inauguração do Mineirão, em 1965. Sem mais nem menos, sem fazer força, Rinaldo, Tupãzinho, Germano estufaram redes novinhas. Ninguém estranhou a metamorfose. Afinal, aquele time era sinônimo de seleção. Por que perder tempo com convocações aqui e ali? Era mais fácil, mais prático, mais justo converter um uniforme em outro, só por 90 minutos. A nação, agradecida, fez reverência à máquina dirigida pelo argentino Don Ernesto Filpo Nuñez.
Vi o Palestra ser o Brasil de fato, e sem ironia, na Libertadores de 1968, em duelos épicos nas finais contra o Estudiantes. Vi no Pacaembu lotado à noite bandeiras de rivais ao lado dos estandartes com enormes "P", todos unidos contra os argentinos. E as vi serem agitadas nos 3 a 1, gols de Tupãzinho (2) e Rinaldo. Imaginava, então, que por algumas horas fosse possível esquecer diferenças clubísticas em nome da pátria de chuteiras. Não existiam ainda as torcidas organizadas e o radicalismo que levaram para as arquibancadas.
Vi, com o olhar inquieto de adolescente, o surgimento e o auge da segunda edição da Academia, nos anos 1970. Revista e melhorada, talvez mais implacável do que a primeira. A formação titular até hoje soa como doce estrofe musical, a ser entoada com suavidade: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir; Edu, Leivinha, César e Nei. Quem já dobrou a curva dos 40 anos ou mais sabe o bolão que jogou aquele amontoado de astros, sob o comando de mestre Osvaldo Brandão.
Vi, com o olhar atento da maturidade, o renascimento palestrino, nos anos 1990, na parceria com a Parmalat. Um consórcio ousado, que tirou o time do limbo, acabou com a abstinência de taças e o recolocou na trilha da qual jamais deveria ter saído. Breve, e inesquecível, parêntese nessa jornada em direção à decadência. A versão 3 da Academia abrigou craques do quilate de Veloso, Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo, Evair, Edmundo, Zinho, Mazinho, César Sampaio. Lotou estádios, devolveu a autoestima à torcida. Isso foi dia atrás, não faz tanto tempo assim, e acabou num instante, dissolveu-se, azedou.
Lembrei desses momentos anteontem, enquanto assistia à derrota para o Goiás - com casa cheia, de virada, com direito a estupefação e choro. Vieram em mente outros episódios de quedas históricas, diante de Guarani, Internacional de Limeira, XV de Jaú, ASA, Ceará, Vitória, Ipatinga, Santo André... Vi um Palmeiras impotente, pequeno, perdido, com jogadores que não aguentam o peso da camisa. Um Palmeiras punido por sua arrogância, um Palmeiras que "não sabia" se domingo haveria jogo com o Flu. Um Palmeiras prostrado, entregue.
Que Palmeiras verei, daqui a alguns anos, já com o olhar cansado da velhice? Ou que Palmeiras haverá? Décadas de equívocos, de ideias encarquilhadas, brigas, ciúmes, conchavos, personalismo, traições e vendettas embicaram o Palestra para o fosso dos times comuns, banais, corriqueiros, pálidos coadjuvantes.
Talvez ocorra nova ressurreição. Tomara, para alegria de sua torcida. Mas estou cético, por aquilo que sai dos calabouços da Turiaçu. Por enquanto, me resta dizer: descanse em paz, Palmeiras, à espera de um Messias que o faça reviver. E danação eterna aos mascates que o apequenaram, aos que desonraram a memória dos nonnos e às hienas prontas para dar o bote e roer a carcaça de um clube que um dia mereceu ser seleção.
Fonte: Antero Greco, “O Estado de S. Paulo”, Esportes, 26/11/10.
PS: situação fruto de brigas políticas que parecem eternas e de má gestão - o Palmeiras foi o time que mais gastou com o futebol este ano entre os grandes da capital, informou esta semana o jornal "Folha de S. Paulo".
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:32 | 0 comentários
Quarta-feira (24/11) foi a greve geral em Portugal, um protesto dos trabalhadores – organizado pelas duas maiores centrais sindicais do país – contra medidas de austeridade fiscal anunciadas pelo governo para 2011: aumento do IVA (o imposto sobre valor agregado, algo como o ICMS no Brasil) em dois pontos percentuais, redução dos salários em média de 5% e redução das pensões, entre outras.
No dia seguinte (25/11), foi a vez dos estudantes ocuparem o Coliseu, em Roma, e a famosa torre da catedral de Pisa protestando contra uma reforma do Ministério da Educação que inclui cortes de verbas do setor.
Recentemente, a França foi agitada por paralisações e protestos contra o aumento – de 60 para 62 anos - da idade mínima para se aposentar.
São os ventos que sacodem a Europa desde que a crise financeira mundial estourou, em outubro de 2008. A ferida do que muitos consideram gastança e outros chamam de estado de bem-estar social foi aberta. Uma bolha que estouraria em algum momento. A Grécia já quebrou. A Irlanda ruma para isso (ambas recorreram ao dinheiro da União Europeia). Especialistas afirmam que Portugal, Espanha e Itália seguem de modo acelerado no mesmo caminho.
Diante deste cenário, duas palavras têm dominado o noticiário nos principais jornais europeus: crise e reforma. Não se fala em outra coisa, não se discute outro assunto, embora muitas vezes com posições diversas – não raramente divergentes. É preciso reformar o Estado, as finanças públicas não se sustentam diante do atual nível de gastos, pregam quase em uníssono.
Isso implica mexer em algo caro para os europeus, o gasto social. Implica também melhorar a eficiência dos gastos públicos, atacar a corrupção, estabelecer freios para o mercado (principalmente o sistema financeiro) e por fim a benesses populistas.
Na Itália, o “la Repubblica” de 19/10 informava sobre um decreto do governo prevendo que a Igreja volte a pagar impostos. Em busca de votos num país tradicionalmente católico, isenções foram concedidas em dezembro de 2005 pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi com vistas às eleições da primavera seguinte. Cerca de um bilhão de euros.
Agora a conta chegou.
Pelo que entendi, a Igreja aceitou uma espécie de acordo de cavalheiros para voltar a pagar tributos a partir de 2014. Funcionará assim: escolas, hospitais, clubes, etc, da Igreja vão pagar os mesmos impostos que qualquer outro empreendimento privado semelhante. Ou seja: a volta de uma concorrência leal.
No “24 Ore” de 31/10 (a mesma edição em que a então candidata – hoje presidente eleita – Dilma Rousseff foi chamada de “alterego feminino do presidente Lula”), vejo a entrevista de uma líder da oposição italiana cobrando reformas drásticas por parte do governo. E urgentes.
Uma brasileira que vive na Itália há anos contou que muitas empresas estão oferecendo dinheiro para que os trabalhadores estrangeiros voltem para seus países de origem. “Aqui já foi bom, o bom agora é o Brasil”, disse, enquanto esperava o trem na estação central de Milão e contava os dias para as férias no Brasil (ela embarcaria dali três dias).
Faz sentido.
Enquanto por lá o desemprego bate na casa de 20% em muitos lugares, como a Espanha, no Brasil ele atingiu o menor índice desde que a série histórica de registros começou, em março de 2002: 6,1% nas seis principais regiões metropolitanas, apontou nesta quinta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para tomar o exemplo espanhol, quando um em cada cinco trabalhadores está sem uma ocupação formal – e vê ameaçados os benefícios sociais de que os desempregados desfrutam -, as reações são previsíveis. Quando não se vislumbra uma luz no túnel, a situação tende a piorar. Daí ao perigo da volta de um cenário sombrio de 70 anos atrás é um passo.
Sinais nesse sentido já são vistos com certa frequência na Europa. São os efeitos colaterais que surgiram com a crise. A ultradireita avança e conquista espaço em vários países, informou o “Corriere della Sera” em matéria de uma página. Crescem também as manifestações de xenofobia (a França expulsou os ciganos).
Crescem também as ondas separatistas e as respectivas reações contrárias (de resistência), como vi em duas pichações em Pisa.
Não se sabe se reformas serão suficientes para salvar o euro e, de resto, a União Europeia. Se salvarem, não se sabe se a sociedade sobreviverá (no sentido figurado) a uma anunciada convulsão social decorrente das medidas.
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:30 | 0 comentários
terça-feira, 23 de novembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 17:24 | 0 comentários
Desde que anunciou o rompimento de relações políticas com o atual prefeito de Limeira e presidente de seu partido na cidade, Silvio Félix, o presidente da Câmara Municipal, Eliseu Daniel dos Santos (PDT), não mais falou com o chefe do Executivo. A não ser de forma protocolar, em algum evento. Garantiu ao prefeito a governabilidade necessária no que dependesse de sua atuação como presidente do Legislativo, mas não mais se comprometeu a defender o governo.
Hoje, quem ouve o presidente da Câmara falar sobre o prefeito sabe que a reconciliação é difícil – só não digo impossível porque esta palavra definitivamente não combina com o mundo político. Eliseu ainda não se conforma (se é que um dia se conformará...) com a deslealdade do prefeito e da primeira-dama Constância durante a última campanha eleitoral. Ambos, marido e esposa, ignoraram o até então aliado e colega de chapa em toda a propaganda política e, mais que isso, apoiaram outra candidata a deputado federal.
Félix, por sua vez, vivendo um delicado momento político e quase isolado, prefere o silêncio para não polemizar. Questionado pela imprensa sobre o caso, preferiu não se pronunciar. Espera – e aposta – que o tempo faça a poeira baixar e isso de alguma forma permita um diálogo (hoje impensável) com o ex-aliado. Nos bastidores, o prefeito sinalizou querer conversar. Fez isso por meio de interlocutores, mas Eliseu mostra-se irredutível na decisão de romper as relações políticas.
O presidente da Câmara, porém, agora é mais cauteloso quando fala da possibilidade de deixar o PDT. De início, quando anunciou o rompimento com Félix e a sua pré-candidatura a prefeito em 2012, Eliseu não hesitava em comentar que, se preciso fosse, trocaria de partido.
Questionado sobre o assunto nesta terça-feira no programa “Fatos & Notícias” (TV Jornal), afirmou categoricamente que entra no Ano Novo no PDT. Chega até a Páscoa e se depender unicamente dele, disputa a próxima eleição pelo partido. Disse que o PDT confiou nele ao dar-lhe legenda para a eleição deste ano e lembrou que é suplente de deputado federal pela sigla.
Segundo Eliseu, a única condição que o faria deixar o PDT seria um clima “insustentável” com o partido na cidade. Por partido entenda-se o prefeito. Indagado se o clima está rumando para o insustentável, o presidente da Câmara sorriu, hesitou, engasgou... Não era preciso mais responder, mas ele confirmou o que já estava dito por suas expressões: “sim, está insuportável”.
O que isso significa ainda não se sabe. Lendo assim, de modo simples, a fala de Eliseu soa quase contraditória. Manifestou que permanece no partido a não ser que o clima fique insustentável e, ao mesmo tempo, afirmou que o clima está insustentável. Logo, estaria posta a condição para sair.
Mas numa análise mais ampla, não é isso exatamente que Eliseu quer neste momento. Ele aposta numa disputa que vai se travar em São Paulo, junto ao diretório estadual – onde tem contatos e acredita ter influência. Como o partido vai lidar com Félix neste embate, já que o prefeito é fundador da sigla em Limeira e seu principal expoente até então, não se sabe.
Uma batalha interessante se anuncia nos bastidores. É esperar para ver.
De certo, o fato de que Eliseu não terá o apoio de Félix para uma candidatura a prefeito em 2012. E, se fosse hoje, o presidente da Câmara não ia querer tal apoio.
PS: a eleição para a presidência da Câmara, agora em dezembro, deve contribuir para clarear um pouco mais este cenário. Da definição do novo presidente do Legislativo depende a força que o prefeito terá para os seus últimos dois anos de governo – que prometem ser conturbados.
É praticamente certo que a bancada governista deve fazer o novo presidente. A dúvida é como (mais do que quem) será este novo presidente: alguém mão-de-ferro com a oposição (a tradicional e a neo, Eliseu incluído) ou alguém mais maleável, adepto do diálogo.
As respostas começarão a surgir em menos de um mês.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 16:30 | 0 comentários
Marcadores: amizade, Buenos Aires, fotos
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 16:29 | 0 comentários
Argentina, Chile, Japão, EUA e a Europa, num total de 80 países, aprovaram resolução na ONU, encaminhada pelo Canadá, contra as "recorrentes violações dos direitos humanos" por parte do governo do Irã. O Brasil se absteve. Votou como Sudão, Síria, Líbia, Cuba e Venezuela, entre outros.
Na resolução, está em jogo o repúdio às execuções por apedrejamento, às execuções de menores, à tortura, às mutilações, à perseguição a mulheres, minorias e presos políticos pelo Estado iraniano.
Ao justificar a posição brasileira, a embaixadora Maria Luiza Viotti defendeu que os direitos humanos devem ser examinados "de uma maneira holística, multilateral, despolitizada e não seletiva".
Maneira "holística"? Cabe um "voto de protesto" contra esse jargão eufemístico, a serviço da empulhação diplomática? Diante da iraniana que está prestes a morrer apedrejada, a fala brasileira soa simplesmente cínica.
Mas a abstenção do Brasil também é política. Ela faz eco à posição do próprio Irã, que vê na defesa dos direitos humanos uma cortina de fumaça para os interesses da política externa norte-americana.
O Brasil se nega a criticar o Irã publicamente. Insiste que a cooperação e o diálogo são preferíveis ao isolamento de Ahmadinejad. Na prática, transige com a barbárie, negociando vergonhosamente os direitos humanos, em nome, talvez, de um antiamericanismo fora de época e de lugar, como quem quisesse acertar contas do passado por razões equivocadas.
Lula, ao oferecer asilo a Sakineh Ashtani, acredita ter feito a sua parte. Lavou as mãos. Mas o Brasil será cobrado, e com razão, se sua execução se consumar. Por que não tratar o caso Sakineh como um divisor de águas? Ou melhor: por que, sabendo que ele assumiu essa dimensão, emprestar solidariedade aos facínoras? Por que jogar o peso político do país na simpatia acovardada e covarde pelo obscurantismo? Pois é disso, afinal, que se trata.
Fonte: Fernando de Barros e Silva, ” Abstenção pela pedra”, Folha de S. Paulo, Opinião, p. 2, 22/11/10.
Está nítido que a posição brasileira é política. A única dúvida é: a afronta aos direitos humanos aceita – ou permite – concessões, ainda que politicamente justificadas?
Marcadores: Brasil, direitos humanos, geopolítica, Irã
sexta-feira, 19 de novembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:07 | 0 comentários
O “Jornal da Globo” exibe esta semana uma interessante série de reportagens – encabeçada pelo repórter Fábio Turci (que, por sinal, foi responsável por cortar o meu cabelo no trote da faculdade) – sobre o conflito de gerações no mercado profissional.
A matéria de quinta-feira em especial foi, além de interessante, estimulante!
Marcadores: mercado, profissão, reportagem, TV
quinta-feira, 18 de novembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:11 | 0 comentários
Após despencarem nos três primeiros anos do governo Silvio Félix (PDT), como já mostrou este blog (veja aqui), os investimentos anunciados em Limeira se recuperaram e deixaram a cidade com o segundo melhor desempenho da região em 2009. É o que aponta o levantamento feito anualmente pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). No total, foram anunciados 11 investimentos em Limeira, que somam US$ 60,66 milhões.
Só Rio Claro teve desempenho melhor no ano passado, com US$ 63,18 milhões (dos quais US$ 43 milhões são fruto da parceria público-privada firmada com a Foz do Brasil para tratamento de esgoto). Atrás de Limeira, aparecem Piracicaba (US$ 49,89 milhões), Americana (US$ 20,61 milhões) e Sumaré (US$ 11,86 milhões). São Carlos, um dos principais polos tecnológicos do país, teve investimentos de US$ 13,24 milhões.
Não custa lembrar que, após a publicação da postagem anterior, em meados do ano passado, o prefeito criticou o Seade. Félix manifestou na ocasião que o levantamento era um “chutômetro” e que a metodologia usada pela fundação era “furada” (veja aqui).
Dos investimentos anunciados para Limeira em 2009, segundo o Seade, destaca-se a multinacional japonesa Yachiyo/Honda: US$ 30,23 milhões, metade do total da cidade no ano. A empresa está implantando uma unidade nas margens da Via Anhanguera.
As demais empresas que anunciaram investimentos para Limeira em 2009 foram Doce Vida (implantação), Hospital Frei Galvão/Santa Casa (ampliação), Maxxi Atacadista/Wal-Mart (implantação - US$ 14,38 milhões), Senac (ampliação), Sindicato dos Comerciários (implantação de nova sede), Siscom (implantação - US$ 5,8 milhões), Sixtini (implantação), Supermercados Covabra (implantação nova loja - US$ 6,21 milhões), Tennis One (implantação) e Wal-Mart (implantação).
Americana teve nove investimentos anunciados, Piracicaba somou 14 (destaques para a Cosan, com US$ 16,49 milhões, e a CNH-Case New Holland/Fiat, com US$ 15 milhões), Rio Claro teve sete, Sumaré cinco e São Carlos seis.
Em todo o Estado, o Seade somou 742 anúncios de investimentos no ano passado. Eles totalizaram US$ 28 bilhões, um aumento de 20% em relação a 2008 (US$ 23,7 bilhões). A pesquisa de investimentos (Piesp) tem como base os anúncios publicados por grandes jornais, como “Folha de S. Paulo”, “Estado de S. Paulo”, “Valor Econômico” e “Gazeta Mercantil”.
Apesar do resultado positivo de Limeira em nível regional e do crescimento expressivo em relação aos anos anteriores, os números ainda estão muito distantes do período de 2001 a 2004, notadamente a partir de 2002, no governo José Carlos Pejon (agora integrado à equipe de Félix). Nesse período, o ano que teve investimentos mais modestos anunciados registrou um valor três vezes maior do que o verificado em 2009.
1998 ..... 2 anúncios ..... US$ 252 milhões
1999 ..... 5 anúncios ..... US$ 26,81 milhões
2000 ..... 6 anúncios ..... US$ 32,08 milhões
2001 ..... 16 anúncios ..... US$ 89,9 milhões
2002 ..... 14 anúncios ..... US$ 515,74 milhões
2003 ..... 30 anúncios ..... US$ 285,02 milhões
2004 ..... 13 anúncios ..... US$ 173,06 milhões
2005 ..... 6 anúncios ..... US$ 3,03 milhões
2006 ..... 9 anúncios ..... US$ 5,29 milhões
2007 ..... 16 anúncios ..... US$ 14,43 milhões
2008 ..... 10 anúncios ..... US$ 18,48 milhões*
2009 ..... 11 anúncios ..... US$ 60,66 milhões
Fonte: Seade
* PS: do total de dez investimentos anunciados em 2008, um deles não se concretizou: o da empresa Worksheep. A empresa investiria US$ 3,01 milhões para uma fábrica na unidade da antiga União, mas o negócio não chegou a ser implantado em definitivo.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:25 | 0 comentários
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