sexta-feira, 26 de junho de 2015 | | 0 comentários

Os primeiros projetos do deputado Miguel Lombardi

O ex-vereador Miguel Lombardi (PR) apresentou seu primeiro projeto de lei como deputado federal. Trata-se da proposta 743/15, que classifica Limeira como Capital Nacional da Jóia Folheada.

Protocolada em 13 de março, foi encaminhada no dia 24 do mesmo mês, pela Mesa Diretora da Cãmara, à Comissão de Cultura. Lá, espera parecer do relator - o cantor e deputado Sérgio Reis (PRB-SP) foi designado para a tarefa.

O projeto de Lombardi desengaveta outro, de mesmo teor, que havia sido apresentado pela então deputada Aline Corrêa (PP-SP) em 31 de outubro de 2012. Como não chegou a ser votada a tempo, a proposta - de número 4647/12 - foi arquivada pela Mesa Diretora em 31 de janeiro deste ano, ao término da legislatura da qual Aline fez parte.

Em abril, Lombardi fez seu segundo projeto -
número 1.189/15. Ele estabelece a obrigatoriedade de casas noturnas e boates publicarem em seus sites o alvará de funcionamento e o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). 

A proposta foi juntada a uma outra, da deputada Nilda Gondim (PMDB-PB), de número 4.923, de 2013, que "dispõe sobre as obrigações que devem ser observadas por proprietários, administradores e responsáveis por boates, casas de shows, bares, restaurantes e estabelecimentos congêneres".

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Arte na chuva

Dizem que Seattle, na Costa Oeste norte-americana, é tão chuvosa quanto... São Paulo? Ubatuba? Chicago? Bem, o fato é que lá chove muito – e a paisagem vive cinzenta.

Pois um artista local encontrou um jeito de transformar o clima teoricamente adverso em arte. Peregrine Church seguiu à risca o ditado de “fazer do limão uma limonada” e usou a própria chuva para levar um pouco de alegria às pessoas.

O resultado é fantástico!

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Fragmentos da história de Limeira

Em 1854, ainda durante o Império, Limeira e Rio Claro passaram a ter autonomia judicial em relação a Piracicaba (então chamada Constituição). Foi quando um decreto do então secretário dos Negócios da Justiça, José Thomaz Nabuco de Araujo, endossado pelo imperador Pedro 2°, deu a ambas um juiz municipal - que também atuaria como juiz de órfãos.

Na época, Limeira tinha apenas 28 anos de fundação e era uma vila (categoria para a qual foi elevada em 1842) - só viria a se tornar cidade em 1863. Naquele período, a figura do juiz representava a dos atuais prefeitos.

DECRETO Nº 1.447 - de 2 de Outubro de 1854 

Separa os Termos de Limeira, e São João do Rio Claro, do de Constituição, na Provincia de São Paulo; crea nelles hum Juiz Municipal, que accumulará as funcções de Juiz de Orphãos, e marca o respectivo ordenado.
 

Ficão reunidos os Termos de Limeira, e São João do Rio Claro, na Provincia de São Paulo, sob a jurisdicção de hum Juiz Municipal e de Orphãos, que terá o ordenado annual de seiscentos mil réis. José Thomaz Nabuco de Araujo, do Meu Conselho, Ministro e Secretario d'Estado dos Negocios da Justiça, assim o tenha entendido e faça executar. Palacio do Rio de Janeiro em dous de Outubro de mil oitocentos cincoenta e quatro trigesimo terceiro da Independencia e do Imperio.
 

Com a Rudrica de Sua Magestade o Imperador.
 

José Thomaz Nabuco de Araujo.

A seguir, as leis que elevaram Limeira à categoria de Vila e posteriormente de cidade:

LEI N. 25, DE 8 DE MARÇO DE 1842* 

O Barão de Mont'Alegre, Presidente etc.
 

Art. 1º - Fica elevada á Villa a Freguezia da Limeira, comprehendendo no seu Termo o Districto da mesma Freguezia, de S. Joaõ do Rio Claro, e de Pirassununga.
 

Art. 2° - O Municipio fica obrigado a construir cadeia e casa de Camara á sua custa, sem auxilio do cofre Provincial.
 

Art. 3º - Ficam revogadas as disposições em contrario.
 

LEI N. 13 DE 18 DE ABRIL DE 1863* 

O Conselheiro Vicente Pires da Motta, Presidente da Provincia de S. Paulo etc. ele etc. Faço saber á todos os seus habitantes que a Assembléa Legislativa Provincial decretou e eu sanccionei a Lei seguinte:
 

Art. 1° - A villa da Limeira fica elevada a cathegoria de cidade.
 

Art. 2° - Ficam revogadas as disposições em contratio.
 

Mando portanto a todas as Auctoridades a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente como n'ella se contem.
 

O Secretario desta Provincia a faça imprimir, publicar e correr. Dada no Palacio do Governo de São Paulo aos desoito dias do mez de Abril de mil oito cento e sessenta e tres.
 

(L. S.) VICENTE PIRES DA MOTTA.
 

Carta de Lei pela qual Vossa Excellencia manda executar o decreto da Assembléa Legislativa Piovincial que houve por bem sanccionar, elevando a villa da Limeira á cathegoria de cidade, como acima se declara.
 

Para Vossa Excellencia vêr
 

Jeronymo Ghirlanda a fez.
 

Publicada na Secretaria do Governo de São Paulo aos desoito dias do mez de Abril de mil oito centos e sessenta e tres.
 

João Carlos da Silva Telles.
 

Registrada a fl. 32 do livro competente. Secretaria do Governo de S. Paulo 18 de Abril de 1863.
 

O 1.° official
 
João Soares.

Ainda em 1854, um outro decreto organizou a Guarda Nacional em Limeira, o que pode ser considerada a primeira força oficial de segurança da cidade:

DECRETO Nº 1.499 - de 23 de Dezembro de 1854 

Dá nova organisação á Guarda Nacional dos Municipios de Mogy-mirim, Limeira, São João do Rio Claro, e Araraquara da Provincia de São Paulo.
 

Attendendo á Proposta do Presidente da Provincia de São Paulo, Hei por bem Decretar o seguinte:
 

Art. 1º - Fica creado nos Municipios de Mogy-mirim, Limeira, São João do Rio Claro, e Araraquara da Provincia de São Paulo, hum commando superior de Guardas Nacionaes, o qual comprehenderá em Mogy-mirim, hum Corpo de Cavallaria de dous Esquadrões, com a designação de terceiro, hum Batalhão de Infantaria de 8 companhias do serviço activo, com a designação de 26º, e 1 Secção de Batalhão de reserva de 3 companhias, com a designação de 10º; em Limeira, 1 Batalhão de Infantaria de 6 companhias do serviço activo, com a designação de 27º, e 1 companhia avulsa de reserva com a designação de 3ª em São João do Rio Claro, 1 Batalhão de 6 companhias do serviço activo, com a designação de 28º, e 1 companhia avulsa, e 1 Secção de companhia de reserva, tendo esta a designação de 2ª, e aquella de 18ª; e em Araraquara, 1 Batalhão de Infantaria de 4 companhias do serviço activo com a designação de 29º, e 1 companhia avulsa da reserva com a designação de 19ª.
 

Art. 2º - Os Corpos terão as suas paradas nos lugares que lhe forem marcados pelo Presidente da Provincia, na fórma da Lei.
 

José Thomaz Nabuco de Araujo, do Meu Conselho, Ministro e Secretario d'Estado dos Negocios da Justiça, assim o tenha entendido e faça executar. Palacio do Rio de Janeiro em vinte e tres de Dezembro de mil oitocentos cincoenta e quatro, trigesimo terceiro da Independencia e do Imperio.
 

Com a Rubrica de Sua Magestade o Imperador.
 

José Thomaz Nabuco de Araujo.

E mal começara a República, Limeira ganhava autorização para exploração de uma central telefônica, conforme estabeleceu o decreto 1.249 de 8 de janeiro de 1891:

DECRETO N. 1249 - DE 8 DE JANEIRO DE 1891 

Confirma a concessão feita pela Intendencia Municipal da cidade da Limeira a Antonio Maria da Silva Gordinho para estabelecer um centro telephonico na mesma cidade e concede-lhes autorização para construir linhas telephonicas para quaesquer pontos daquelle municipio.
 

O Chefe do Governo Provisorio da Republica dos Estados Unidos do Brazil, constituido pelo Exercito e Armada, em nome da Nação, considerando que o centro telephonico estabelecido na cidade da Limeira por Antonio Mariano da Silva Gordinho attende a interesses daquella localidade, resolve confirmar a concessão que lhe foi feita pela respectiva Intendencia Municipal e bem assim conceder-lhe autorização para estabelecer linhas para quaesquer pontos comprehendidos os limites do municipio da referida cidade.
 

O concessionario sujeitar-se-ha ás seguintes clausulas:
 

I - O prazo da concessão é de 15 annos.
 

II - O concessionario pagará ao Estado Federal 10 % da renda bruta da empreza.
 

III - No caso de querer o Governo proceder a resgate, o pagamento será feito em apolices da divida publica que produzam juros equivalentes á receita liquida média annual da empreza nos cinco annos anteriores á data do resgate, ou sómente nos annos anteriores, si o resgate tiver logar antes do primeiro quinquennio.
 

IV - Fica ao Governo o direito de fiscalizar a empreza do modo que entender conveniente.
 

V - A concessão caducará si não forem começadas as obras antes de seis mezes.O Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Instrucção Publica, Correios e Telegraphos assim o faça executar.
 

Palacio do Governo Provisorio, 8 de janeiro de 1891, 3º da Republica.
 

Manoel Deodoro da Fonseca.
 

Benjamin Constant Botelho de Magalhães.

* Estas leis foram oficialmente revogadas em 2007, de acordo com a lei 12.621, durante a revisão da legislação paulista.

** Todas as leis e decretos foram reproduzidos tal como no original.

segunda-feira, 22 de junho de 2015 | | 0 comentários

Um exemplo de 800 anos atrás

No momento em que o Brasil discute a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos (com apoio gigantesco da sociedade, segundo pesquisas de opinião) e assiste ao desbravar de um verdadeiro mar de lama de corrupção, vale lembrar um princípio que completou recentemente 800 anos.

Refiro-me à famosa Carta Magna britânica, que limitou os poderes dos reis e abriu espaço para conquistas importantes no decorrer dos séculos: democracia e liberdade.

Conforme reportagem publicada pela “Folha de S. Paulo”, a Carta Magna estabeleceu que os “homens livres” (basicamente os proprietários de terras na época, 1215) “não poderiam ser presos sem um ‘julgamento justo’, e a Justiça não poderia tardar a ser aplicada. Estipulava, ainda, que as penas deveriam ser correspondentes à gravidade dos crimes”.

Ou seja: 800 anos atrás, os ingleses estabeleceram as bases de qualquer sistema judicial eficiente e de qualquer sociedade civilizada:

1 – julgamento justo (direito de defesa de todos);
2 – Justiça rápida;
3 – Punição condizente com a gravidade da pena.

Vê-se, com base em princípios estabelecidos 800 atrás, porque o Brasil ainda é um dos países mais violentes do mundo. Nosso sistema jurídico é injusto, lento e prevê penas brandas.

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A arte e a cor de Miró em São Paulo

Meu encontro com Joan Miró, um dos pilares da pintura espanhola no século 20, foi em 1995. Eu estava na faculdade de Comunicação Social e tinha o desafio de escolher um objeto de análise para o trabalho final de Semiótica – uma disciplina que exigia de mim e, creio, dos colegas uma atenção além do comum.

Compreender os signos, símbolos, ícones, significantes e significados era tarefa difícil, embora interessante.

Ainda meio – ou bastante – perdido, sem saber o rumo que o trabalho tomaria, decidi ir à biblioteca. Não sei responder o motivo, mas de alguma forma fui parar na seção de livros de arte. Comecei a folheá-los e me deparei com uma obra de Miró, “Interior holandês”, de 1928. Uma versão alegre, colorida e um tanto surrealista do quadro do holandês Hendrick Sorgh, “O tocador de alaúde”, de 1661 (veja aqui os dois quadros – em tempo: o link não é de minha autoria).

Além do entusiasmo transmitido pela obra de Miró (que, descobri depois, está presente na maioria dos seus trabalhos), chamou minha atenção a forma como ele subverteu o pretenso realismo do quadro original, feito quase três séculos antes. Estava, então, escolhido meu objeto de análise.

Com ele em mãos, fui até a professora e pedi uma orientação. O que ela me disse não ajudou muito: fiquei olhando para o quadro, várias horas se for preciso.

Foi o que fiz. Nada me vinha à mente – a não ser um anunciado “zero” no trabalho. Até que tive uma “luz”: comparar a geometria dos dois quadros. Tracei os riscos que a visão percorria, um desenho meio sem sentido, mas que rendeu um inesperado elogio da professora e um acréscimo na nota. A primeira, um oito, foi riscada para virar um dez, com uma observação: “pela dificuldade do objeto”.

Desde então passei a admirar o trabalho de Miró.

Anos depois, já em 2007, tive a surpresa e o prazer de me deparar com o quadro que me desafiou e me rendeu elogios na faculdade. “Interior holandês” está exposto no MoMA, o Museu de Arte Moderna de Nova York.

Todo este preâmbulo veio à minha mente em razão da exposição do artista catalão no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Aberta em maio, “Joan Miró - a força da matéria” pode ser visitada até 16 de agosto. É, segundo o instituto, a maior exposição dele no Brasil, com mais de 100 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, objetos e fotos.


Alguns desenhos até soam infantis:


Outros, com uso intenso do preto, ganham um ar sombrio:



Mas o que prevalece mesmo são as cores tradicionais com que Miró dá ritmo aos seus traços:

 
 

 







Nas esculturas, é comum identificar rostos estilizados:


 
 
 

O instituto fica na avenida Faria Lima, 201, com entrada pela rua Coropés, em Pinheiros.

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“Jornalismo e emoções”

(...) com pixels e telas cada vez mais substituindo a tinta e o papel, pesquisas indicam que nossa maneira de vivenciar aquilo que lemos pode ser alterada de maneiras profundas. As telas podem reduzir o tempo que dedicamos à leitura mais concentrada – o tipo de leitura que desenvolve o raciocínio abstrato e criativo, como destacou a cientista Maryanne Wolf. Outros cientistas indicam que nossa maneira de processar as palavras nas telas pode até afetar a empatia que sentimos pelos personagens das histórias que lemos. Em “The Shallows: what the Internet is doing to our brains”, o autor Nicholas Carr escreve até que a Internet pode estar “alterando a profundidade das nossas emoções e pensamentos”.

Será que a mudança da forma impressa para a digital realmente afeta nossa capacidade de sentir empatia pelos personagens das reportagens? Quais seriam os efeitos disso no jornalismo?


(...) A pesquisa a respeito da leitura digital oferece uma hipótese clara: parece possível que os leitores digitais se sintam menos transportados por uma reportagem de revista por causa da velocidade mais acelerada e do nível de distração incentivados pelas telas. Se os leitores não investirem seu tempo e adquirirem informação suficiente a respeito do personagem de uma reportagem, seu nível de transporte deve ser mínimo. Em outras palavras, se as telas estão reduzindo a capacidade do leitor de ser transportado pela reportagem, o jornalismo terá menos impacto. Os leitores podem se tornar mais seletivos em relação às reportagens que desejam ler e podem até evitar deliberadamente os relatos sobre incompreendidos e sub-representados da sociedade em favor de grupos e narrativas com os quais já sintam à vontade. (...)


Fonte: Lene Bech Sillesen, Chris Ip e David Uberti, “O Estado de S. Paulo”, Aliás, p. E5, 14/6/15, reproduzido da “Columbia Journalism Review”, com tradução de Augusto Calil (íntegra aqui).

sexta-feira, 19 de junho de 2015 | | 0 comentários

Preconceito é sintoma de uma sociedade doente

Para quem acha que preconceito é uma palavra superada na sociedade atual, não é preciso recorrer aos eventos de Baltimore ou Charleston, nos EUA (tema sobre o qual já escrevi neste blog). No Brasil, não faltam exemplos de intolerância racial, religiosa, sexual, política e afins.

Exemplo recente é a pichação na rua contra o humorista Jô Soares. Tudo por causa de uma entrevista feita por ele com a presidente Dilma Rousseff, considerada "dócil demais". 

Discordo radicalmente de 99% das medidas adotadas por Dilma em seus mandatos (aprovo algumas, como o corajoso debate a respeito dos limites da Previdência Social), mas tampouco posso considerar normal o nível de radicalismo que tomou conta de alguns oposicionistas no país (e não me refiro apenas à oposição formal, partidária).

E o que falar da exigência feita por um famoso clube da elite paulistana de que babás usem roupas brancas no local? Por sorte, neste caso o Ministério Público entrou na história - que repercutiu até na Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Também recentemente, uma menina de apenas 11 anos foi atingida por uma pedra ao sair de um culto de candomblé no Rio de Janeiro. Não sei se há relação de causa-efeito, mas desconfio que a onda conservadora (parte dela apoiada por alas cristãs extremistas) que tomou conta do Congresso Nacional possa servir de estímulo para que pessoas ou grupos ajam de forma criminosa contra alguém que é apenas diferente.

Esta semana, ao entrevistar para o "Jornal da Cultura" (TV Cultura, seg. a sáb., 21h) um especialista em recrutamento de pessoas, ouvi que uma determinada empresa o contratou para intermediar o preenchimento de uma vaga de trabalha. Recomendação importante: o contratado não poderia ser obeso ou homossexual. "Às vezes nem acredito no que eu ouço", observou o especialista.

Neste último caso, o preconceito se dá de forma velada, ou indireta, ou encoberta, porque só o recrutador toma conhecimento, mas não deixa de ser grave da mesma forma.

Ao ver tantos episódios no intervalo de alguns dias, fico me perguntando se estamos mesmo no século 21...

Em tempo: creio que a onda do "politicamente correto" tenha também alguma relação com o conservadorismo latente. Como explicar as críticas a uma propaganda de remédio feminino e à nova novela da TV Globo

Falta de humor é outro sintoma de uma sociedade doente.

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Um passeio pela Antártica

Quer conhecer a Antártica? Não tem como ir para lá? Tem medo? Teme o frio?

Pois então viaje pelo continente gelado e inóspito pelas lentes do sueco Kalle Ljung. É fantástico e você não precisa sequer sair do seu conforto:

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O papa, o ambiente e o futuro

O papa Francisco acertou o alvo ao escrever sua nova encíclica, a primeira que assina sozinho (a anterior foi feita a quatro mãos, já que fora iniciada pelo antecessor, o hoje papa emérito Bento 16). 

Ao trazer a questão ambiental para o centro do debate religioso, Francisco mostra - como bem registrou o jornalista André Trigueiro em seu blog no G1 - ser "um homem à altura do seu tempo, do seu cargo, e do discurso que vocaliza em favor de um mundo melhor e mais justo".

É uma pena que encíclicas papais não passem de bons textos para reflexão. É uma pena que não ecoem nas práticas das nações, limitando-se a receber palavras elogiosas, porém sem efeito prático, dos governantes.

Não me arriscarei a comentar de modo mais profundo a nova encíclica. Primeiro porque não tenho conhecimento suficiente para isto. Segundo porque Trigueiro já o fez - certamente de modo muito mais competente que eu, porque antes de tudo é um conhecedor da causa ambiental.

Escreve o jornalista:


(...) O Papa explicita "a relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta ", num mundo onde o modelo de desenvolvimento concentra renda, polui o ar e as águas, agrava o efeito estufa e reduz a qualidade de vida das atuais gerações e, principalmente, das gerações futuras. Em resumo: o modelo vigente castiga o planeta e agrava a exclusão. (...)

Recomendo, portanto, a católicos e não católicos, cristãos e ateus, lerem com atenção a análise feita por Trigueiro. E, a quem se interessar, a leitura da própria encíclica.

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As contradições do caminho

Em um dos seus raros escritos, o sábio sufi Hafik comenta a busca espiritual.

“Aceite com sabedoria o fato de que o caminho está cheio de contradições. Há momento de alegria e desespero, confiança e falta de fé. Assim como o coração cresce e se encolhe para continuar batendo, o caminho muitas vezes nega-se a si mesmo, para estimular o viajante a descobrir o que existe além da próxima curva. Se dois companheiros de jornada estão seguindo o mesmo método, isto significa que um deles está na pista falsa. Porque não há fórmulas para se atingir a verdade do caminho, e cada um precisa correr os riscos de seus próprios passos. Só os ignorantes procuram imitar o comportamento dos outros. Os homens inteligentes não perdem seu tempo com isto, e desenvolvem suas habilidades pessoais; sabem que não existem duas folhas iguais numa floresta de cem mil árvores. Não existem duas viagens iguais no mesmo caminho.”

Fonte: blog do Paulo Coelho, "O sufi Hafik e a busca espiritual", postado em 19/6/15.

quinta-feira, 18 de junho de 2015 | | 0 comentários

"Hendrix Hits London" em SP

O Shopping JK Iguatemi, no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, sedia até 31 de julho uma interessante exposição sobre aquele que é considerado o maior guitarrista de todos os tempos: Jimmy Hendrix.


A mostra, embora pequena, tem grande valor histórico. Ela apresenta, por exemplo, as guitarras usadas por Hendrix no seu último show em Londres e no famoso festival de Woodstock, em 1969, além dos restos do instrumento queimado e destruído ao vivo no palco do festival de Monterey, em 1967. 

 


Também tem cartas de fãs, contratos do artista (como para Woodstock), roupas, fotos, etc, bem como objetos de Mitch Mitchell, o baterista que esteve com Hendrix em momentos históricos.









A mostra foca justamente o período em que o cantor e compositor que virou lenda do rock deixou os Estados Unidos rumo à Inglaterra, onde estourou nas paradas.

Sem dúvida, vale a pena conferir!

A exposição custa R$ 40 inteira, R$ 20 meia (seg. a qui.) / R$ 50 inteira, R$ 25 meia (sex. a dom.). Mais informações: (11) 3152-6810.


* Leia também (acrescentado em 22/6/15):

- Mostra sobre Hendrix é pequena, mas intensa

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Quem vai ter coragem de corrigir a história de Limeira?

Vereadores de Florianópolis tiveram a coragem - e a correção - de revisar a história da cidade e mudar, em lei, a data da fundação da famosa ilha. Assim, Floripa comemorou agora 289 anos e, em 2016, vai celebrar 343 anos. Inusitado, mas justo com a história e com as próximas gerações.

Enquanto isto, em Limeira, mesmo após anos de alerta, nenhum vereador se dispôs a corrigir a data da fundação da cidade, que apresenta uma divergência entre o que diz a lei (1824) e o que de fato se comemora (1826). Ora, ou se muda a lei ou muda-se a celebração. Basta ter coragem!


Lei Ordinária 452 de 1964*
 

Art. 1º - Fica instituída a Data da Cidade de Limeira, que será comemorada no dia 15 de setembro de todos os anos, lembrando a fundação da cidade que ocorrera naquele dia, do ano de 1824.
 

Art. 2º - A Prefeitura Municipal elaborará e fará executar, todos os anos, um programa comemorativo e alusivo àquela data.
 

Uma pesquisa no arquivo da Câmara indica “nenhuma alteração realizada” e “nenhuma revogação realizada”. Ou seja, a lei segue em vigor.

Em tempo: esta seria uma tarefa muito nobre para a vereadora Érika Tank, neta do autor das pesquisas que resultaram na lei que estabeleceu o ano de 1824 como sendo o da fundação de Limeira, Lázaro da Costa Tank. 

A mãe de Érika, a falecida vereadora Elza Tank, chegou a fazer projeto mudando a data, mas a proposta nunca foi levada a plenário e adormece no arquivo da Câmara Municipal - talvez até junto da tal lei...

Projeto de lei 348/2009 - Dá nova redação ao art. 1º da Lei nº 452, de 02 de abril de 1956, que instituiu a Data da Cidade de Limeira. 

Trâmite: “Arquivado nos termos do art. 189 do R.I.C.M.L.

* O ano mencionado nos arquivos da Câmara está errado; o correto é 1956.

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Frase

“Transar é fácil. Você pode achar em cinco segundos. Mas se falarmos em alguém para conversar, (...) as opções ficam muito mais escassas.”
Miley Cyrus, atriz, cantora e compositora norte-americana

segunda-feira, 15 de junho de 2015 | | 0 comentários

O legado da Copa um ano depois

Eis, pois, o fruto produzido pela sra. Fifa, sob anuência do governo brasileira, parte da imprensa e da sociedade: um prejuízo de R$ 126 milhões em apenas um ano, considerando unicamente 12 estádios - pouco ou nada utilizados.

Nestas horas, lembro das frases do então ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, a respeito das "acusações" da imprensa sulista a respeito de estádios que virariam elefantes-branco:



Em tempo: e olha que nem citei as obras para a Copa que ainda esperam trilhos, telhado, licitações...

quarta-feira, 10 de junho de 2015 | | 0 comentários

A América Latina e o jornalismo

“A situação econômica da América Latina é fictícia.”

Ouvi a frase acima em abril de 2012, durante uma visita à sede da CNN em Atlanta (EUA). Foi dita pelo jornalista argentino Guillermo Arduino. Na época, ela até pareceu um tanto exagerado, embora existissem já claros sinais da deterioração do continente, principalmente na Argentina.

Hoje, ao rever as anotações daquela visita, lembrei da conversa com Arduino, na praça de alimentação pública no térreo do prédio da CNN, e reforcei a convicção de que ser visionário (no sentido de fazer análises e antecipar cenários) é papel fundamental do bom jornalista e do bom jornalismo.

Esta tarefa exige essencialmente uma qualidade (saber interpretar fatos) e duas características: leitura e cultivo de boas fontes.

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Direto do toca-CD (51)

Os devotos do divino
Vão abrir sua morada
Pra bandeira do Menino
Ser bem-vinda, ser louvada, ai, ai

Deus vos salve esse devoto
Pela esmola em Vosso nome
Dando água a quem tem sede
Dando pão a quem tem fome, ai, ai

A bandeira acredita
Que a semente seja tanta
Que essa mesa seja farta
Que essa casa seja santa, ai, ai

Que o perdão seja sagrado
Que a fé seja infinita
Que o homem seja livre
Que a justiça sobreviva, ai, ai

Assim como os três reis Magos
Que seguiram a estrela-guia
A bandeira segue em frente
Atrás de melhores dias, ai, ai

No estandarte vai escrito
Que Ele voltará de novo
E o Rei será bendito
Ele nascerá do povo, ai, ai

(“A Bandeira do Divino”; não encontrei identificação do compositor)

terça-feira, 9 de junho de 2015 | | 0 comentários

Arte nos palácios

No fim de semana, o jornal "O Estado de S. Paulo" trouxe uma interessante reportagem que mostrava casas de figuras ilustres que acabaram virando museus. Alguns outros prédios públicos, embora não recebam oficialmente este nome, também são verdadeiros museus, seja por sua história e arquitetura ou pelas peças que abrigam (ou por ambos os fatores).

Um bom exemplo disso, da mistura de história, arquitetura e peças, é a sede do governo paulista. No Palácio dos Bandeirantes (cujos atributos artísticos já tinham sido pincelados aqui), no bairro do Morumbi, destacam-se dos lustres aos quadros, passando pelas esculturas:




  
   
   

  
O Palácio da Justiça, sede do Tribunal de Justiça de São Paulo, localizado no Centro da capital paulista, tem um estilo mais clássico em sua arquitetura - o que o faz talvez mais belo que o Bandeirantes, que apresenta traços modernistas. O mobiliário antigo e os vitrais também chamam a atenção:










  

Em tempo: por falha, não anotei o nome de nenhum dos artistas responsáveis pelas obras aqui mostradas.