Reeleita, Dilma Rousseff fez
um discurso interessante. Deu passos em direção a uma posição estadista ausente
até aqui.
Acenou também com diálogo (mais
por necessidade do que por convicção ou humildade), mas evitou sequer mencionar
o nome do seu adversário derrotado – um gesto de gentileza que soaria bem para
quem falou em união e reconciliação.
O fato é que se Dilma for bem
sucedida em metade do que se propôs a fazer apenas no discurso da vitória (não
estou considerando nem as promessas marqueteiras de campanha), entrará para a
história.
Contudo, há alguns aspectos a
observar:
- Dilma apelou por união
porque sabe bem as dificuldades que terá pela frente (a começar pelo “aliado”
de primeira hora, o PMDB – principal beneficiário de um processo de
impeachment, tema que paira pelo ar);
- pelo que se depreende do discurso de Dilma, a estratégia petista já está traçada para sustentar o governo: convocar a militância. Daí a menção, mais uma vez, a um plebiscito ou referendo sobre a reforma política. Mais do que os partidos aliados, é com o povo (ou os apoiadores e militantes) que a presidente pretende contar.
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