quarta-feira, 31 de março de 2010 | |

Teria o Estado "sumido" com 78 assassinatos em Limeira?

O Instituto Sangari, de São Paulo, acaba de divulgar o Mapa da Violência 2010. O estudo traz alguns dados interessantes: Limeira aparece numa posição intermediária no Estado (240ª) no ranking de assassinatos. A cidade exibe um índice de 9,1 casos para cada 100 mil habitantes – menos do que Iracemápolis (19,5) e Piracicaba (16,7), mas mais do que Santa Bárbara d´Oeste (8,4), Americana (7,7) e Cordeirópolis (6,3).

Não deixa de ser positivo o fato do estudo confirmar a queda dos assassinatos no município em cinco anos (de 2003 a 2007) – fenômeno ocorrido também no Estado. Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) já indicavam essa tendência. Aliás, para o governo estadual, a taxa de assassinatos em Limeira em 2007 era de 2,5 por 100 mil pessoas (longe, portanto, do índice do mapa).

No entanto, é impossível não “estranhar” o fato do Mapa da Violência apontar 78 assassinatos a mais em Limeira do que os dados oficiais do Estado. É sabido que a SSP contabiliza como homicídio apenas os casos em que a vítima morre no local do crime. Isso exclui, por exemplo, aquela pessoa que leva três tiros e morre no dia seguinte num hospital.

Ainda assim, a diferença de 78 ocorrências é considerável. Estaria o Estado “maquiando” seus números da criminalidade? Ou estaria o Mapa da Violência errando nas suas estatísticas?

Só para registrar: este fato não é exclusivo de Limeira, como se pode ver aqui.

Em tempo: o Mapa da Violência – de autoria do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz - teve como fonte principal o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

Homicídios segundo a SSP
2003 .......... 39
2004 .......... 31
2005 .......... 30
2006 .......... 22
2007 ............ 7
Total ........ 129

Homicídios segundo o Mapa da Violência
2003 .......... 61
2004 .......... 43
2005 .......... 39
2006 .......... 38
2007 .......... 26
Total ........ 207




* O vídeo acima destaca o Estatuto do Desarmamento, bom motivo de reflexão para aqueles que consideram a pena de morte e o posse de armas as soluções para o co,bate à violência.

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