(...) O que estamos vivendo em São Paulo hoje não é muito
diferente. A mudança proposta pelos cicloativistas e encampada pelo Plano
Diretor significa muito mais do que a introdução de um novo modal. Faz parte de
um movimento bem mais amplo de desconstituição da cidade para os carros - onde
reina a lógica de que só os pontos de partida e chegada importam, e não o
percurso -, em direção a uma cidade onde estar no espaço público é parte
integrante da vida urbana.
Evidentemente, ainda falta muito para que São Paulo se
reinvente. Para os que criticam ciclovias ainda sem muitos ciclistas, a
resposta dos especialistas em transportes é que a oferta da nova infraestrutura
fará que o novo modal cresça cada vez mais. Ainda, para os que denunciam que
muitas faixas estão sendo mal executadas, basta olhar ao redor -para nossas
calçadas ou mesmo vias pavimentadas - para constatar a péssima qualidade de
execução. Este é, portanto, um daqueles temas que vão muito além das
ciclovias... (...)
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