Alunos do ensino médio das escolas particulares de Limeira têm um desempenho melhor do que os colegas da rede pública – com exceção das unidades técnicas. É o que revela o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por escola, divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Educação.
Das dez melhores escolas da cidade no Enem, seis são particulares. Considerando apenas as cinco melhores, quatro são privadas. A destoar nesta lista está o Colégio Técnico de Limeira (Cotil), que exibe a grife Unicamp.
Apenas sete escolas limeirenses tiveram média total (a soma das notas da prova objetiva e da redação) acima de 600 (para efeito de comparação, a escola com melhor desempenho do Brasil, o Colégio Vértice, de São Paulo, teve média de 749,7). Cinco dessas sete são particulares. Além do Cotil, a única pública com esse desempenho é a Etec “Trajano Camargo". Talvez não seja coincidência que as duas melhores unidades da rede pública tenham como foco o ensino técnico.
Das 35 escolas de Limeira que oferecem ensino médio (EMR) ou educação de jovens e adultos (EJA), 18 tiveram nota acima da média nacional – 500 (o que, embora positivo, não deve ser motivo de tanta comemoração considerando o baixo nível da educação no Brasil). Oito, porém, sequer atingiram a média do país. Fosse uma prova, estariam reprovadas. Nove unidades não tiveram médias.
Em Limeira, 1.536 alunos se inscreveram no Enem 2009, exatamente um terço do total de estudantes do ensino médio das 35 escolas.
Há quem considere o Enem um parâmetro de desempenho meramente individual e não da escola em si. Não são os alunos, contudo, o fruto do ensino de uma unidade? Obviamente há em qualquer escola estudantes de desempenho muito acima da média e outros muito abaixo. Neste sentido, checar quantos estudantes de cada unidade fizeram o Enem pode ajudar a evitar distorções.
Entretanto, não se deve negar que o exame é, sim, um parâmetro da qualidade do ensino. Não deve ser o único, mas não pode ser desconsiderado.
Tenho certeza de que se outras ferramentas de avaliação forem adotadas, o ranking não ficará muito diferente do apresentado pelo Enem. Sinal de que muitas escolas têm muito a melhorar.
DIFERENÇAS
No Brasil, segundo o MEC, persistem as agudas diferenças regionais. Não é à toa que das 20 melhores escolas do país no Enem, 12 ficam na região Sudeste. Também persiste o abismo - verificado em Limeira - que separa unidades particulares e públicas. Das 20 melhores, 18 são privadas (leia mais aqui).
Para corrigir essa distorção, não há outro caminho que não seja investimento. Atualmente, 25% do orçamento da União, estados e municípios são obrigatoriamente destinados à educação. Das duas, uma: o dinheiro é insuficiente (e neste caso é preciso investir mais) ou é mal gasto (neste caso é preciso garantir maior eficiência dos recursos).Enquanto o Brasil tiver professores mal remunerados, desestimulados e mal preparados; metodologia atrasada e escolas com infraestrutura deficiente (em Limeira, há unidades onde os alunos não conseguem ficar na classe por causa do calor em razão do telhado de zinco, sem contar as instalações elétricas precárias), o ensino não vai melhorar.
É inaceitável que em pleno século 21, na era da produção e disseminação do conhecimento e da informação, persistam as velhas lousas de giz, a cópia da tarefa e a posição passiva dos estudantes.
* Para ler mais sobre educação neste blog, especificamente o desafio do ensino em Limeira e no Brasil, clique aqui.
1 comentários:
Alá, escola Perches Lordello em nono lugar, quando eu estudava lá e a escola era a melhor do Estado.
Tá vendo como faz falta um ótimo aluno como eu, hahaha
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