domingo, 8 de agosto de 2010 | |

Umberto Eco e os livros

Li hoje, com muito atraso, uma entrevista publicada em março no caderno “Sabático”, do jornal “O Estado de S. Paulo”, com o semiólogo, ensaísta e escritor italiano Umberto Eco, autor do famoso “O Nome da Rosa”. Ele fala sobre sua mais recente obra, “Não Contem Com o Fim do Livro”, lançado no Brasil pela Editora Record.

Na obra, Eco e o colega roteirista e escritor francês Jean-Claude Charrière discutem o que parece ter virado um dilema dos tempos modernos: afinal, a tecnologia vai acabar com os livros (e por extensão com os jornais)?

Da entrevista publicada pelo “Estadão”, reproduzo a primeira – e principal – pergunta e também o vídeo disponibilizado pelo jornal:

- O livro não está condenado, como apregoam os adoradores das novas tecnologias?
Eco - O desaparecimento do livro é uma obsessão de jornalistas, que me perguntam isso há 15 anos. Mesmo eu tendo escrito um artigo sobre o tema, continua o questionamento. O livro, para mim, é como uma colher, um machado, uma tesoura, esse tipo de objeto que, uma vez inventado, não muda jamais. Continua o mesmo e é difícil de ser substituído. O livro ainda é o meio mais fácil de transportar informação. Os eletrônicos chegaram, mas percebemos que sua vida útil não passa de dez anos. Afinal, ciência significa fazer novas experiências. Assim, quem poderia afirmar, anos atrás, que não teríamos hoje computadores capazes de ler os antigos disquetes? E que, ao contrário, temos livros que sobrevivem há mais de cinco séculos? Conversei recentemente com o diretor da Biblioteca Nacional de Paris, que me disse ter escaneado praticamente todo o seu acervo, mas manteve o original em papel, como medida de segurança.



Para ler a entrevista na íntegra, clique
aqui. Para ler a resenha sobre o livro, assinada pelo jornalista A. P. Quartim de Moraes, clique aqui.

Ainda sobre o assunto, não deixe de ler uma reportagem do UOL sobre o debate a esse respeito ocorrido na Flip 2010, a Feira Literária Internacional de Paraty, reunindo os historiadores Robert Darnton e Peter Burke (clique aqui). E tem ainda, sobre o mesmo assunto, uma reportagem da Agência Brasil (leia aqui).

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