De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e
dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor
especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja, ficamos
tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de sermos felizes.
Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente
contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que nossa
tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo que atribuímos à
felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie de
decepção".
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