Com pouco
tempo de governo pela frente, Zovico tinha uma missão primordial: devolver à
cidade a necessária governabilidade, dando tranquilidade à população e a entes
públicos e empresas com os quais a prefeitura tem ligação.
Isto
ajudaria a garantir a retomada da credibilidade da administração pública
limeirense após o “tsunami” político pelo qual a cidade passou, sendo destaque
em todo o país pelo afastamento e cassação de um prefeito acusado de corrupção.
Em outras
palavras, a missão de Zovico era “entregar” a prefeitura em condições
minimamente decentes para o futuro prefeito, a ser eleito em outubro próximo.
Não se esperava
de Zovico nenhuma revolução administrativa em razão do pouco tempo de governo e
da falta de conhecimento dos assuntos da prefeitura, como ele próprio admitiu
em entrevista (o vice fora “escanteado” pelo então prefeito, centralizador,
durante boa parte do mandato).
Zovico, porém,
está surpreendendo – até porque a expectativa em relação a ele era pouca.
Com um jeito
radicalmente oposto ao de Félix, que gostava de aparecer e de trazer para si os
louros de qualquer conquista, o atual prefeito tem se caracterizado pela
discrição, transparência e diplomacia. Com isso, tem marcado pontos e “corre o
risco” de entrar para a história da cidade com feitos positivos para tão pouco
tempo de governo.
Foi o que
disse, em outras palavras, o juiz diretor do Fórum de Limeira, Mário Sérgio
Menezes, na última terça-feira (24/7), durante anúncio da instalação de uma
vara da Justiça Federal na cidade. O magistrado carregou nos elogios e comparou
Zovico ao ex-presidente Juscelino Kubitschek – cujo governo foi marcado pelo lema
“50 anos em 5” .
Para Menezes, Zovico está fazendo “8 anos em 10 meses”.
Aos fatos:
tão logo assumiu em definitivo a prefeitura, Zovico fez chegar a alguns
secretários que a saída deles era necessária. Estavam umbilicalmente ligados ao
prefeito cassado. Depois, diante de uma nova denúncia envolvendo membros do
alto escalão, não hesitou em dispensá-los.
Com
fornecedores, tratou com a lisura exigida pelo cargo, conforme sabe-se nos
bastidores.
Determinou
uma varredura no Edifício Prada, sede do Executivo, a fim de encontrar
possíveis escutas e/ou grampos. Também determinou a revisão de algumas obras,
caso do Palacete Levy.
Adotou
medidas duras e arriscadas, como a decisão de retomar o fornecimento da merenda
escolar pela prefeitura – o serviço havia sido terceirizado por Félix ainda no
início da primeira gestão e desde então vinha sendo alvo de denúncias de
corrupção e de má qualidade. Parece pouco, mas foi como “colocar a mão num
vespeiro” (está em jogo a alimentação de cerca de 40 mil estudantes).
Por fim, foi
decisivo na conquista da vara da Justiça Federal para a cidade, como
registraram juízes locais. Teve a vontade política necessária que faltou a
governantes de outrora.
Sem alarde,
Zovico vai tocando a administração e, quase sem querer (porque não planeja
louros pessoais), deixando sua marca.
Guardadas as
devidas proporções, o atual prefeito governa com um certo jeito “Dilma de ser”
– ou seja, uma administração técnica e discreta.
PS: antes
que se insinue qualquer bobagem (algo comum em Limeira), é bom deixar claro que sou funcionário da TV Jornal, empresa ligada à
Fundação Orlando Zovico. Como estou todos os dias no ar das 17h30 às 19h30 (não
tendo, portanto, que esconder a condição de funcionário), não possuo
compromisso algum com a crítica ou o elogio ao atual prefeito – uma e outro serão
feitos sempre que eu julgar necessário.
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