Giovanni Falcone, juiz
Exatamente
às 17h58 (horário da Itália) de 23 de maio de 1992 morria de modo brutal um
dos ícones mundiais no combate às máfias. O juiz italiano Giovanni Falcone foi
assassinado num atentado a bomba contra o carro onde ele estava. Foram 150
quilos de explosivos para calar o homem que colocou mafiosos atrás das grades e
mostrou que um outro caminho era possível.
No atentado, a cargo da Cosa Nostra, a famosa e temida máfia siciliana, morreram também a esposa dele, a juíza Francesca Morvillo, e três seguranças do casal.
A máfia achou que, com o ataque, calaria Falcone. A voz do juiz, porém, será eternamente ouvida. Em todos os cantos onde houver ilegalidades, na Itália e em todo o mundo, alguém há de se levantar em defesa da justiça. Como registrou a edição desta quarta-feira do “El País”, mais do que os 400 mafiosos que colocou no banco dos réus e das condenações que somam mais de 2,5 mil anos de prisão, Falcone deixou um legado. “Marcou um caminho. Levantou a voz. Passou um testemunho”.
Vinte anos depois, as máfias ainda resistem, alertou o primeiro-ministro italiano, Mario Monti. As três principais facções – Cosa Nostra, a Camorra napolitana e a N´drangheta, da Calábria – espalharam seus tentáculos pelo mundo. É, pois, apenas um sinal de que a guerra não terminou. Que o exemplo de Falcone, portanto, continue servindo de sustentáculo para todos os que lutam pela justiça e pela verdade.
PS: quem se interessar em saber mais profundamente como funciona a máfia italiana, recomendo a leitura de “Gomorra”, brilhante livro-reportagem do jornalista Roberto Saviano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário