quarta-feira, 1 de abril de 2015 | |

"Abril e silêncio"

A primavera jaz abandonada
Uma valeta de cor roxa escura
move-se ao meu lado
sem restituir nenhuma imagem.
A única coisa que brilha
são algumas flores amarelas.
Carrego-me dentro de minha
própria sombra como um violino
em seu estojo.
A única coisa que quero dizer
paira bem fora do alcance
como a prataria da família
numa casa de penhores.

(De Tomas Tranströmer, tradução de Enaiê Azambuja)

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