quinta-feira, 2 de outubro de 2014 | |

A bomba está armada (e o país tem o direito de saber)

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa já está em sua casa, no Rio de Janeiro. Ganhou o direito de trocar a cana dura pela prisão domiciliar graças ao suor do seu dedo indicador. Chama-se Beatriz Cattapreta a advogada do delator. Nas palavras da doutora, o destampatório do seu cliente, mantido em segredo, “é um acontecimento de grandes proporções.”

O que Beatriz Cattapreta disse, com outras palavras, é que vem aí mais um grandioso escândalo de corrupção. Ao homologar o acordo que levou Paulo Roberto a mover os lábios, o ministro Teori Zavascki, do STF, deu a entender que a encrenca será realmente grande, muito grande, gigantesca.

“…Há elementos indicativos, a partir dos termos do depoimento, de possível envolvimento de várias autoridades detentoras de prerrogativa de foro perante tribunais superiores, inclusive de parlamentares federais”, anotou Teori em seu despacho.

Ao se referir aos “tribunais superiores” de Brasília assim, no plural, Teori sinalizou que, além de besuntar ministros e congressistas, que usufruem do foro do STF, o derramamento de óleo deve engolfar governadores de Estado, cujo foro é o STJ.

Teori informou, de resto, que há nos depoimentos de Paulo Roberto Costa indícios de “vantagens econômicas ilícitas oriundas dos cofres públicos”. Anotou que as vantagens foram “distribuídas entre diversos agentes públicos e particulares.” No português das ruas: rolou uma fe$ta. E o contribuinte entrou com o bolso. (...)

Fonte: Josias de Souza, Blog do Josias,
“Sem saber, eleitor pode consagrar futuros réus”, postado em 2/10/14.

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