Para ver toda a “Retrospectiva”,
acesse o canal da TV Jornal no YouTube clicando aqui.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Trabalho em retrospectiva
O vídeo a seguir – parte da “Retrospectiva
2012”
levada ao ar pela TV Jornal de Limeira – relembra alguns bons momentos
profissioais do ano:
Direto do toca-CD (29)
Your heart is saying there is no way out
A voice keeps telling you that it's over
People say that it will take a miracle
They say so many things
Circumstance say it's impossible
Friends keep telling you that you have failed
But God is saying everithing is possible
Oh, he is able, just believe!
Don' say you are nobody, don't try to hide
Use the faith that you have deep inside
I will make you stronger
It's really only up to you, this is your time
I'll change the story of your life
If you believe and only trust in me
If tears begin to flow, I'll be your comfort
I'll be with you no matter where you are
And if some barries come along the road
You faith will give you wings so you can fly
("If you believe", de Beno e Solange de César)
A voice keeps telling you that it's over
People say that it will take a miracle
They say so many things
Circumstance say it's impossible
Friends keep telling you that you have failed
But God is saying everithing is possible
Oh, he is able, just believe!
Don' say you are nobody, don't try to hide
Use the faith that you have deep inside
I will make you stronger
It's really only up to you, this is your time
I'll change the story of your life
If you believe and only trust in me
If tears begin to flow, I'll be your comfort
I'll be with you no matter where you are
And if some barries come along the road
You faith will give you wings so you can fly
("If you believe", de Beno e Solange de César)
Réveillon com agenda cheia
Após tantos obstáculos em 2012, chegar ao último dia do ano com cinco convites de amigos para festas de réveillon não deixa de ser motivo de alegria e alento.
Em consideração aos que se mostraram leais, amigos de verdade durante este ano difícil, farei questão de passar por todas as festas - perdoem-me, não será possível curtir integralmente um único lugar, todos vocês merecem.
E olha que são festas de amigos, nada de festa paga.
Então, Danilo 1, Danilo 2, David, Laine e Thiago - aguardem que "é nóis"!!!
PS: antecipadamente (e publicamente), agradeço a vocês pela amizade durante o ano e pela lembrança neste réveillon.
Em consideração aos que se mostraram leais, amigos de verdade durante este ano difícil, farei questão de passar por todas as festas - perdoem-me, não será possível curtir integralmente um único lugar, todos vocês merecem.
E olha que são festas de amigos, nada de festa paga.
Então, Danilo 1, Danilo 2, David, Laine e Thiago - aguardem que "é nóis"!!!
PS: antecipadamente (e publicamente), agradeço a vocês pela amizade durante o ano e pela lembrança neste réveillon.
A era Hadich vem aí
Começa amanhã a "era" Paulo Hadich (PSB) à frente da Prefeitura de Limeira.
Flagrei o diploma - ainda sem a assinatura do juiz eleitoral - que formaliza a eleição de Hadich para prefeito.
Ao novo prefeito e sua equipe, boa sorte!
Flagrei o diploma - ainda sem a assinatura do juiz eleitoral - que formaliza a eleição de Hadich para prefeito.
Ao novo prefeito e sua equipe, boa sorte!
Frase
"Paz não é aquilo que encontramos em um lugar sem ruídos, sem problemas, sem trabalho duro, mas o que permite manter a calma em nosso coração, mesmo no meio das situações mais adversas. Este é o seu verdadeiro e único significado."
Dulce Rojas, como parte de uma história, citada no blog do Paulo Coelho
Dulce Rojas, como parte de uma história, citada no blog do Paulo Coelho
domingo, 30 de dezembro de 2012
2012 em retrospectiva
“Deixe 2012 para trás!”
Ouvi esta frase, na verdade
um conselho, de um colega de trabalho, o jornalista Gustavo Nolasco, repórter da
TV Jornal de Limeira. Dita de modo um tanto imperativo, soou quase como imposição.
Poucas vezes uma frase fez
tanto sentido.
Gustavo – e algumas outras
pessoas que estiveram mais próximas no ano que agora chega ao fim – acompanhou muitos
momentos de silêncio, de tensão e de raiva vividos em 2012. Daí o conselho.
Não bastasse a tal frase
ouvida por volta das 19h35 da sexta-feira 28/12, a mãe de uma colega me abordou
já na madrugada do dia 29, por volta das 2h30, durante o churrasco na casa de
um amigo, com uma pergunta emblemática e com certo ar místico (eu estava
conhecendo a mãe dela naquela noite). Algo mais ou menos assim – com sotaque
uruguaio (ela é natural daquele país):
“2012 foi um ano estranho
para você?”
A resposta saiu quase como um
mantra. Já registrei neste blog que, para mim, 2012 foi trágico. De algum modo,
respondi, o mundo tinha realmente acabado. O “meu mundo” (assumo esta pretensão).
Tantas coisas ocorreram, situações doloridas, encontros e desencontros, situações
mágicas, perdas (físicas e emocionais) que foi inevitável não encontrar um
certo sentido na tal “profecia maia” (que, registre-se, nunca tocou no assunto
do fim do mundo).
Sim, 2012 foi estranho.
Talvez esta palavra – “estranho” – resuma melhor o que se passou. Talvez agora,
neste apagar das luzes, eu entenda que essa palavra se encaixa melhor na
definição que eu havia feito anteriormente para os últimos 12 meses (“trágico”).
O ano que está terminando derrubou
minhas certezas, abalou minha confiança - e, reconheço, minha fé. Chego ao
final deste 2012, porém, com espírito revigorado. Não que as dores tenham
passado, as cicatrizes se curado e as dúvidas se amainado, mas consigo sentir
um novo ar (ainda incerto) e notar que, aos poucos, a locomotiva vai voltando
aos trilhos (para onde ela me levará não sei).
Em 2012, eu tive que aprender
pela dor.
Descobri que algumas coisas são
IMPOSSÍVEIS - e não me venha com a tal história de que “nada é impossível”
porque há sonhos e desejos que não encontram outro lugar senão dentro da gente.
São simplesmente impossíveis!
Descobri que preciso ser mais
tolerante (sim, ainda mais), mais paciente (sim, ainda mais), mais leve, menos
preocupado, mais amigo dos amigos.
Descobri que ninguém é igual
a ninguém (e é preciso respeitar os diferentes modos de pensar e de agir).
Descobri que não posso salvar
o mundo tampouco mudar o que é imutável. Sou humano, não mágico.
Em 2012, chorei como nunca –
e cada lágrima ajudou a irrigar o “meu jardim da vida”. Chorei sozinho, chorei
acompanhado de pessoas que me querem bem.
Tive ajuda “de quem você não
acredita” e “tive a esperança de chegar até aqui” (para lembrar uma música que
eu cantava na igreja quando jovem).
Exagerei nos sentimentos,
busquei um irmão.
Fiz tudo do meu jeito e vivi
emoções – alegres e tristes, como raras vezes.
Sim, desejei poder voltar no
tempo e mudar o rumo de muitos acontecimentos, mas quero crer que para tudo havia
uma razão (embora eu não tenha a menor noção de qual seja).
Ainda não encontrei respostas
para muitas perguntas (e provavelmente nunca as encontrarei). Ainda não consigo
entender muitos fatos (e talvez nunca consiga mesmo).
Não importa. É preciso olhar
adiante, 2013 vem aí.
Sou cético quanto ao “ano
novo”, considero a data uma mera convenção (como de fato é, já escrevi a
respeito neste blog – houve um tempo em que se comemorava o ano novo em 1° de
abril, daí a origem da brincadeira do “dia da mentira” quando decidiram mudar o
“ano novo” para 1° de janeiro).
Contudo, só me resta o futuro
– o que passou não pode mais ser alterado.
Então, o melhor é seguir o
conselho do Gustavo, deixar 2012 para trás. Quem sabe os maias não estavam
certos e estamos de fato iniciando um novo ciclo?
Feliz Ano Novo!
2012 em uma imagem
PS: mais uma vez agradeço a todos que contribuíram para tornar isto possível. Muito obrigado!
* A foto é de Sabrina Yamamoto
Os EUA segundo Paulo Francis
Não é fácil constatar, interpretar e eventualmente traduzir
a cultura de todo um país, o jeito de ser de um povo. Alguns bons observadores, porém, conseguem este feito. No caso dos Estados
Unidos, poucos fizeram isto tão bem quanto o jornalista Paulo Francis (1930-1997).
Em suas colunas nos jornais e na TV, ele falava da sociedade
norte-americana e dos EUA como nação de modo crítico e, às vezes, mordaz. Para
isso, fazia uso da política doméstica e dos costumes da sociedade.
O resultado é um retrato fiel do que são os Estados Unidos
da América. Ou alguém há de discordar das afirmações de Francis mencionadas a
seguir?
“Ideias radicais que transcendessem o liberalismo de 1776
nunca, porém, vingaram, e até hoje os EUA são o único país industrializado sem
um movimento esquerdista consolidado em partidos e sindicatos operários.” (p.
34)
“O país, porém, é jovem e nunca revelou incapacidade de
aprender. E o povo, o que é mais importante, nunca permitiu que lhe roubassem o
direito de pensar e agir livremente.” (p. 40)
“Diário da Corte” (IN: Reafirma-se o
espírito liberal de 1776, 4/7/1976)
“Celebridade é
prostituição em vários sentidos. (...) As celebridades vendem jornais. Vender é
a palavra-chave. Tudo está à venda neste país, o mais vendido do mundo.” (p. 69-70)
“Diário
da Corte” (IN: Como vivem os ricos, 2/2/1978)
As observações foram tão bem feitas que, mais de três décadas depois, continuam verdadeiras.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Sentimentos (saudade, dor, desilusão...)
Saudade, vai dizer ao vento
Que a dor da desilusão passou
E saiba que não há tormento tão intenso
Como aquele que você me provocou
Saudade, tudo tem seu tempo
E o seu já terminou
Espero que depois de tudo que eu passei
Você me faça esse favor
Andei revendo tanta coisa em minha vida
E hoje posso controlar a emoção
Fui apagando cada sombra de amargura
Que havia dentro do meu coração
Agora, vou seguir outro caminho
Quem sabe esquecer o que passou
Saudade, diga ao vento que a tristeza deu um tempo
E não esqueça que você já me deixou
("Vai dizer ao vento", de Paulinho da Viola)
Que a dor da desilusão passou
E saiba que não há tormento tão intenso
Como aquele que você me provocou
Saudade, tudo tem seu tempo
E o seu já terminou
Espero que depois de tudo que eu passei
Você me faça esse favor
Andei revendo tanta coisa em minha vida
E hoje posso controlar a emoção
Fui apagando cada sombra de amargura
Que havia dentro do meu coração
Agora, vou seguir outro caminho
Quem sabe esquecer o que passou
Saudade, diga ao vento que a tristeza deu um tempo
E não esqueça que você já me deixou
("Vai dizer ao vento", de Paulinho da Viola)
A ausência escancarada*
A arte é pródiga em produzir efeitos de uma forma lúdica. Aliás, esta é a sua essência. Quando trata de temas delicados, esta característica torna-se ainda mais evidente.
Um bom exemplo é a exposição "Ausências Brasil", aberta no último dia 10 no Arquivo Público do Estado de São Paulo. Ela mostra - por meio de fotos aparentemente singelas, mas de uma dor e uma verdade impressionantes - famílias que tiveram parentes mortos pela repressão do regime militar (1964-85).
A exposição funciona assim: fotos antigas de família, nas quais aparece o parente morto pela ditadura ou desaparecido, são colocadas lado a lado de imagens atuais, feitas com as mesmas pessoas e no mesmo cenário. É quando a tal "ausência" que dá título ao projeto revela-se, desnudando também a face mais sangrenta e sombria do regime miliar. Evidencia-se um vazio dolorido, cruel, exposto de forma nua, embora delicada.
As imagens atuais foram captadas pelo fotógrafo argentino Gustavo Germano.
A mostra é promovida pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e organizada pela ONG Alice (Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação). Uma versão do mesmo projeto já foi feita na Argentina, onde a ditadura deixou cerca de 30 mil mortos, conforme entidades como a Anistia Internacional.
“É um projeto político e estético ao mesmo tempo, algo que faltava no país”, disse Luciano Piccoli, coordenador do projeto na Alice, segundo notícia divulgada no site do Arquivo Público do Estado.
A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9 às 17h, e uma vez por mês no sábado. A entrada é livre. O Arquivo Público do Estado fica na Rua Voluntários da Pátria, 596, ao lado da estação Tietê do metrô, em São Paulo.
* O título desta postagem é uma referência à obra "A ditadura escancarada", do brilhante jornalista Elio Gaspari, parte da trilogia sobre o regime militar brasileiro que tem ainda: "A ditadura revelada" e "A ditadura encurralada".
** As fotos foram retiradas do site do Arquivo Público do Estado. A primeira é de 1967 e traz Suzana Keniger Lisboa, Milke Waldemar Keniger e Luiz Eurico Tejera Lisboa. Em 2012, a foto sem Luiz Eurico.
Um bom exemplo é a exposição "Ausências Brasil", aberta no último dia 10 no Arquivo Público do Estado de São Paulo. Ela mostra - por meio de fotos aparentemente singelas, mas de uma dor e uma verdade impressionantes - famílias que tiveram parentes mortos pela repressão do regime militar (1964-85).
A exposição funciona assim: fotos antigas de família, nas quais aparece o parente morto pela ditadura ou desaparecido, são colocadas lado a lado de imagens atuais, feitas com as mesmas pessoas e no mesmo cenário. É quando a tal "ausência" que dá título ao projeto revela-se, desnudando também a face mais sangrenta e sombria do regime miliar. Evidencia-se um vazio dolorido, cruel, exposto de forma nua, embora delicada.
As imagens atuais foram captadas pelo fotógrafo argentino Gustavo Germano.
A mostra é promovida pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e organizada pela ONG Alice (Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação). Uma versão do mesmo projeto já foi feita na Argentina, onde a ditadura deixou cerca de 30 mil mortos, conforme entidades como a Anistia Internacional.
“É um projeto político e estético ao mesmo tempo, algo que faltava no país”, disse Luciano Piccoli, coordenador do projeto na Alice, segundo notícia divulgada no site do Arquivo Público do Estado.
A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9 às 17h, e uma vez por mês no sábado. A entrada é livre. O Arquivo Público do Estado fica na Rua Voluntários da Pátria, 596, ao lado da estação Tietê do metrô, em São Paulo.
* O título desta postagem é uma referência à obra "A ditadura escancarada", do brilhante jornalista Elio Gaspari, parte da trilogia sobre o regime militar brasileiro que tem ainda: "A ditadura revelada" e "A ditadura encurralada".
** As fotos foram retiradas do site do Arquivo Público do Estado. A primeira é de 1967 e traz Suzana Keniger Lisboa, Milke Waldemar Keniger e Luiz Eurico Tejera Lisboa. Em 2012, a foto sem Luiz Eurico.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Frase
"Amigo a gente não trai. Amigo a gente guarda no coração. E como é muito difícil ter amigos nos nossos dias (...)."
Eurípedes Higino Reis, filho do médium Chico Xavier, ao falar do pai
Eurípedes Higino Reis, filho do médium Chico Xavier, ao falar do pai
Aeroporto prestes a sair, mas sem verba federal
Limeira acaba de sofrer uma derrota em suas intenções (e por enquanto é só isto, uma intenção) de sediar um moderno aeroporto regional.
A cidade - que finalmente está prestes a ganhar uma pista de pouso após dez anos da compra da área e do anúncio do projeto de um novo aeroporto - levou a discussão sobre o aeródromo regional ao recém-formado Aglomerado Urbano de Piracicaba, uma espécie de região metropolitana.
Membros do governo municipal também estiveram recentemente em Brasília para dar entrada na documentação visando a liberação para operação da nova pista, sediada às margens da rodovia Limeira/Mogi-Mirim (SP-147).
Contudo, a cidade ficou fora do pacote de investimentos em aeroportos regionais anunciado pelo governo Dilma Rousseff no último dia 20/12. No total, R$ 360,5 milhões serão destinados a 19 aeroportos no estado de São Paulo. Da região, o governo federal vai destinar recursos para aeroportos de Campinas (Amarais), Piracicaba e Rio Claro.
Mais uma mostra do atraso de Limeira em relação ao assunto, fruto do descaso dos governantes, como já mostrado neste blog, e também da falta de poder e prestígio político da cidade junto ao governo federal.
A cidade - que finalmente está prestes a ganhar uma pista de pouso após dez anos da compra da área e do anúncio do projeto de um novo aeroporto - levou a discussão sobre o aeródromo regional ao recém-formado Aglomerado Urbano de Piracicaba, uma espécie de região metropolitana.
Membros do governo municipal também estiveram recentemente em Brasília para dar entrada na documentação visando a liberação para operação da nova pista, sediada às margens da rodovia Limeira/Mogi-Mirim (SP-147).
Contudo, a cidade ficou fora do pacote de investimentos em aeroportos regionais anunciado pelo governo Dilma Rousseff no último dia 20/12. No total, R$ 360,5 milhões serão destinados a 19 aeroportos no estado de São Paulo. Da região, o governo federal vai destinar recursos para aeroportos de Campinas (Amarais), Piracicaba e Rio Claro.
Mais uma mostra do atraso de Limeira em relação ao assunto, fruto do descaso dos governantes, como já mostrado neste blog, e também da falta de poder e prestígio político da cidade junto ao governo federal.
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
As fazendas históricas de São Paulo
"A história de casarões, terreiros de café, tulhas e moinhos de fazendas centenárias do Estado de São Paulo não ficará mais apenas na memória dos descendentes das famílias proprietárias.
Um levantamento inédito começou a catalogar esse patrimônio, tanto os bens materiais quanto os imateriais - caso das receitas culinárias."
Estes são os dois primeiros parágrafos da reportagem "Inventário 'ressuscita' legado de fazendas", assinada por Andressa Taffarel e publicada no caderno Cotidiano da "Folha de S. Paulo" do último domingo (23/12).
Limeira é um dos polos de fazendas históricas no estado. A pesquisa mencionada na reportagem passou por pelo menos uma fazenda de Limeira, a Quilombo, que aparece no álbum de fotos da versão digital da reportagem postada no UOL.
Eu já estive na Quilombo, sem dúvida um dos mais belos e preservados exemplares das antigas fazendas de café que impulsionaram o desenvolvimento de São Paulo. Fotos foram postados na minha galeria no Flickr.
As fazendas históricas também já foram tema de postagem no meu blog Piscitas - travel & fun.
Sobre o mesmo assunto, leia também "Turismo ajuda a preservar o patrimônio", outro texto da reportagem que abriu esta postagem.
Um levantamento inédito começou a catalogar esse patrimônio, tanto os bens materiais quanto os imateriais - caso das receitas culinárias."
Estes são os dois primeiros parágrafos da reportagem "Inventário 'ressuscita' legado de fazendas", assinada por Andressa Taffarel e publicada no caderno Cotidiano da "Folha de S. Paulo" do último domingo (23/12).
Limeira é um dos polos de fazendas históricas no estado. A pesquisa mencionada na reportagem passou por pelo menos uma fazenda de Limeira, a Quilombo, que aparece no álbum de fotos da versão digital da reportagem postada no UOL.
Eu já estive na Quilombo, sem dúvida um dos mais belos e preservados exemplares das antigas fazendas de café que impulsionaram o desenvolvimento de São Paulo. Fotos foram postados na minha galeria no Flickr.
As fazendas históricas também já foram tema de postagem no meu blog Piscitas - travel & fun.
Sobre o mesmo assunto, leia também "Turismo ajuda a preservar o patrimônio", outro texto da reportagem que abriu esta postagem.
"É preciso humanizar as histórias de violência"
Corpos decapitados. Covas coletivas. Execuções públicas.
Seis anos depois, a guerra contra o narcotráfico no México deixou pouco espaço para a imaginação. Com todos esses atos terríveis de violência, a cobertura do tema desafia os repórteres a ir além das descobertas aterrorizantes.
Foi esse desafio que orientou o trabalho de Erin Siegal, uma repórter da organização Fronteras Desk, em sua cobertura da violência na região da fronteira com os Estados Unidos.
Recentemente, em Tijuana, na fronteira com a o estado da Califórnia, Siegal acompanhou a localização de covas com os restos mortais de pelo menos 100 pessoas. Os corpos foram dissolvidos em soda cáustica.
Na cobertura de uma história como essa, Siegal disse que contextualizar e humanizar as fontes, incluindo um ativista cujo filho desapareceu em 2007, são fatores fundamentais para manter o interesse na história e tornar seus personagens mais próximo.
Em entrevista ao Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, ela falou dessa cobertura.
(...) CK: Para você que trabalha na região, houve desafios específicos nessa cobertura?
ES: Acho que é importante que os jornalistas preservem uma certa novidade, um sentimento de surpresa, uma curiosidade em relação a certas coisas. Eu não faço coberturas de assassinatos com muita frequência. Eu tento escolher histórias para contextualizar, então quando algo como isso acontece, não é apenas sobre aquela cena em particular. Sou capaz de ir lá e contar essa história a partir de uma perspectiva mais ampla e acho que isso é muito importante.
(...) CK: Há algo mais que os jornalistas devem consideram ao participarem de tais coberturas ou abordarem pessoa como Fernando, que estão no México todos os dias, buscando respostas?
ES: É importante fazer personagens como esses parecerem próximos e não apenas vítimas. Mas meio que todo mundo envolvido. Investigadores enfrentam seus próprios obstáculos fazendo esse tipo de trabalho. É muito perigoso. Todo mundo, dos soldados aos familiares de desaparecidos. Acho importante fazer essas pessoas saltarem da página, para que se aproximem do leitor, porque as estatísticas são tão fortes. Quando você lê sobre 25 mil desaparecidos, como você entende isso de forma humana? Acho que a única maneira de fazer isso é se concentrar em uma situação ou em certas pessoas e trazer isso para a realidade.
Fonte: Nathan Frandino, "É preciso humanizar as histórias de violência no México, diz repórter que atua na fronteira com os EUA", blog Jornalismo nas Américas, Knight Center for Journalism in the Americas, 13/12/12.
Seis anos depois, a guerra contra o narcotráfico no México deixou pouco espaço para a imaginação. Com todos esses atos terríveis de violência, a cobertura do tema desafia os repórteres a ir além das descobertas aterrorizantes.
Foi esse desafio que orientou o trabalho de Erin Siegal, uma repórter da organização Fronteras Desk, em sua cobertura da violência na região da fronteira com os Estados Unidos.
Recentemente, em Tijuana, na fronteira com a o estado da Califórnia, Siegal acompanhou a localização de covas com os restos mortais de pelo menos 100 pessoas. Os corpos foram dissolvidos em soda cáustica.
Na cobertura de uma história como essa, Siegal disse que contextualizar e humanizar as fontes, incluindo um ativista cujo filho desapareceu em 2007, são fatores fundamentais para manter o interesse na história e tornar seus personagens mais próximo.
Em entrevista ao Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, ela falou dessa cobertura.
(...) CK: Para você que trabalha na região, houve desafios específicos nessa cobertura?
ES: Acho que é importante que os jornalistas preservem uma certa novidade, um sentimento de surpresa, uma curiosidade em relação a certas coisas. Eu não faço coberturas de assassinatos com muita frequência. Eu tento escolher histórias para contextualizar, então quando algo como isso acontece, não é apenas sobre aquela cena em particular. Sou capaz de ir lá e contar essa história a partir de uma perspectiva mais ampla e acho que isso é muito importante.
(...) CK: Há algo mais que os jornalistas devem consideram ao participarem de tais coberturas ou abordarem pessoa como Fernando, que estão no México todos os dias, buscando respostas?
ES: É importante fazer personagens como esses parecerem próximos e não apenas vítimas. Mas meio que todo mundo envolvido. Investigadores enfrentam seus próprios obstáculos fazendo esse tipo de trabalho. É muito perigoso. Todo mundo, dos soldados aos familiares de desaparecidos. Acho importante fazer essas pessoas saltarem da página, para que se aproximem do leitor, porque as estatísticas são tão fortes. Quando você lê sobre 25 mil desaparecidos, como você entende isso de forma humana? Acho que a única maneira de fazer isso é se concentrar em uma situação ou em certas pessoas e trazer isso para a realidade.
Fonte: Nathan Frandino, "É preciso humanizar as histórias de violência no México, diz repórter que atua na fronteira com os EUA", blog Jornalismo nas Américas, Knight Center for Journalism in the Americas, 13/12/12.
Direto do toca-CD (28)
Are you strong enough?
Can we make the cut?
Can we cross the finish line?
Make it out in time?
Can we pass the bar?
Can we make the grade?
Can we make it on our own?
Make it all alone?
Can we pull it off?
Can we save the day?
When we start to recognize
And start to realize
We can do anything!
We can be anyone!
Just close your eyes and try
To see
If you believe
Believe
("If you believe", por Blues Saraceno)
Can we make the cut?
Can we cross the finish line?
Make it out in time?
Can we pass the bar?
Can we make the grade?
Can we make it on our own?
Make it all alone?
Can we pull it off?
Can we save the day?
When we start to recognize
And start to realize
We can do anything!
We can be anyone!
Just close your eyes and try
To see
If you believe
Believe
("If you believe", por Blues Saraceno)
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Paisagens paulistas
Pegar a estrada às vezes é prazeroso, principalmente quando a gente se depara com paisagens diferentes. Este é o cenário ao redor da rodovia Engenheiro Paulo Nilo Romano (SP-225), que corta a área central do estado de São Paulo entre Itirapina e Jaú:
O rio Tietê (acredite!), na divisa entre Pederneiras e Bauru, uma realidade completamente diferente da que se vê na capital, uma mostra da força da natureza (o rio nasce na serra do Mar e corre em direção ao interior, ou seja, a água se depura ao longo da caminho, deixando a poluição para trás):
* As fotos são de Mirele Parronchi
Leia também:
- Marcha para o oeste paulista
O rio Tietê (acredite!), na divisa entre Pederneiras e Bauru, uma realidade completamente diferente da que se vê na capital, uma mostra da força da natureza (o rio nasce na serra do Mar e corre em direção ao interior, ou seja, a água se depura ao longo da caminho, deixando a poluição para trás):
* As fotos são de Mirele Parronchi
Leia também:
- Marcha para o oeste paulista
domingo, 23 de dezembro de 2012
Quem vai salvar o Centro de Limeira?
Alguém precisa fazer algo pelo Centro de Limeira.
A região padece dos mesmos problemas que atingem as áreas centrais de tantas outras cidades brasileiras.
Neste período pré-natalino, no qual as lojas ficaram abertas até às dez horas da noite, passei duas vezes pelo Centro de carro. Estranhei o baixo movimento de consumidores potenciais em relação a anos anteriores.
Como não sou um frequentador do Centro, temi que minha impressão estivesse equivocada. Passei, então, a consultar alguns comerciantes e comerciários que atuam há anos na área a fim de obter delas uma visão mais próxima da realidade. As respostas que ouvi me deixaram preocupado.
A funcionária de uma loja com mais de 40 anos de tradição numa das principais ruas da área central confirmou: as vendas de Natal estavam terríveis. "Acho que o pessoal está indo para os shoppings", disse ela.
Do dono de uma loja de informática, ouvi o seguinte: "Está tudo parado".
Uma funcionária de uma loja com mais de 20 anos de tradição em roupas vendeu em dezembro de 2011 um total de R$ 60 mil. Este ano, no mesmo período, tinha registrado exatamente a metade.
O gerente de uma loja de rede que trabalha há pelo menos 20 anos na área central acrescentou alguns ingredientes: "O Centro está feito, inseguro", afirmou.
A soma do embelezamento precário (as praças estão horríveis, apesar do "banho de loja" que ganharam para o período de Natal), falta de segurança e de vagas para estacionar veículos e um atendimento que muitas vezes deixa a desejar tem levado cada vez mais consumidores para os shopping - Limeira acaba de ganhar um segundo centro de compras e em abril de 2013 receberá mais um.
No shopping, o consumidor encontra estacionamento seguro, ar-condicionado, diversidade de produtos, grandes magazines, alimentação, entretenimento e tranquilidade.
Trata-se, sem dúvida, de uma competição difícil.
Não é à toa que os dois shoppings da cidade estão frequentemente lotados.
Devido à falta de planejamento (que levou a escolhas equivocadas), o Centro de Limeira foi sendo esvaziado ao longo dos anos - houve uma evasão habitacional nas últimas décadas. À noite, fora o período de Natal, ele é "morto". A insegurança impera.
Em sua origem, os centros eram o coração das cidades, o centro nervoso da vida comunitária. Desde a criação da polis na Grécia Antiga e depois no Império Romano, os centros serviam de ponto de encontro, de manifestações e atividades políticas e culturais.
Em Limeira, o Centro perdeu sua funcionalidade histórica - inclusive por intervenções "externas", como o acordo intermediado pelo Ministério Público que restringiu atividades sonoras na praça Toledo Barros, a principal do município. A área central virou espaço de ninguém.
Abandonada, já apresenta reflexos econômicos negativos. Os comerciantes atestam isto.
Há três anos, a Acil (Associação Comercial e Industrial de Limeira) investiu num projeto de embelezamento da área, com colocação de bancos e palmeiras nas calçadas. Houve polêmica com a prefeitura e, independentemente disso, foi uma ação isolada e desarticulada em relação a outras esferas de poder.
É preciso uma ação conjunta e planejada.
É necessário inicialmente repensar o Centro e suas funções. Redesenhá-lo se preciso. Estimular sua ocupação (com mecanismos como isenções fiscais, entre outros).
Hoje, há uma clara divisão entre o chamado Centro acima (rico) e a parte baixa (cada vez mais pobre). É preciso reforçar a segurança de ambas e, como parte disso, levar a comunidade para a região durante o dia e à noite (com atividades culturais e gastronômicas, por exemplo).
O Centro de Limeira precisa voltar a vibrar. Ainda há tempo de salvá-lo.
Alguém, porém, precisa assumir o desafio de ao menos tentar.
PS: confio na capacidade da equipe do prefeito eleito Paulo Hadich (PSB) de promover o necessário debate de ideias para repensar o Centro, principalmente em razão da presença de jovens arquitetos e urbanistas no secretariado, com uma nova visão de cidade e fôlego para implantar novos projetos.
A região padece dos mesmos problemas que atingem as áreas centrais de tantas outras cidades brasileiras.
Neste período pré-natalino, no qual as lojas ficaram abertas até às dez horas da noite, passei duas vezes pelo Centro de carro. Estranhei o baixo movimento de consumidores potenciais em relação a anos anteriores.
Como não sou um frequentador do Centro, temi que minha impressão estivesse equivocada. Passei, então, a consultar alguns comerciantes e comerciários que atuam há anos na área a fim de obter delas uma visão mais próxima da realidade. As respostas que ouvi me deixaram preocupado.
A funcionária de uma loja com mais de 40 anos de tradição numa das principais ruas da área central confirmou: as vendas de Natal estavam terríveis. "Acho que o pessoal está indo para os shoppings", disse ela.
Do dono de uma loja de informática, ouvi o seguinte: "Está tudo parado".
Uma funcionária de uma loja com mais de 20 anos de tradição em roupas vendeu em dezembro de 2011 um total de R$ 60 mil. Este ano, no mesmo período, tinha registrado exatamente a metade.
O gerente de uma loja de rede que trabalha há pelo menos 20 anos na área central acrescentou alguns ingredientes: "O Centro está feito, inseguro", afirmou.
A soma do embelezamento precário (as praças estão horríveis, apesar do "banho de loja" que ganharam para o período de Natal), falta de segurança e de vagas para estacionar veículos e um atendimento que muitas vezes deixa a desejar tem levado cada vez mais consumidores para os shopping - Limeira acaba de ganhar um segundo centro de compras e em abril de 2013 receberá mais um.
No shopping, o consumidor encontra estacionamento seguro, ar-condicionado, diversidade de produtos, grandes magazines, alimentação, entretenimento e tranquilidade.
Trata-se, sem dúvida, de uma competição difícil.
Não é à toa que os dois shoppings da cidade estão frequentemente lotados.
Devido à falta de planejamento (que levou a escolhas equivocadas), o Centro de Limeira foi sendo esvaziado ao longo dos anos - houve uma evasão habitacional nas últimas décadas. À noite, fora o período de Natal, ele é "morto". A insegurança impera.
Em sua origem, os centros eram o coração das cidades, o centro nervoso da vida comunitária. Desde a criação da polis na Grécia Antiga e depois no Império Romano, os centros serviam de ponto de encontro, de manifestações e atividades políticas e culturais.
Em Limeira, o Centro perdeu sua funcionalidade histórica - inclusive por intervenções "externas", como o acordo intermediado pelo Ministério Público que restringiu atividades sonoras na praça Toledo Barros, a principal do município. A área central virou espaço de ninguém.
Abandonada, já apresenta reflexos econômicos negativos. Os comerciantes atestam isto.
Há três anos, a Acil (Associação Comercial e Industrial de Limeira) investiu num projeto de embelezamento da área, com colocação de bancos e palmeiras nas calçadas. Houve polêmica com a prefeitura e, independentemente disso, foi uma ação isolada e desarticulada em relação a outras esferas de poder.
É preciso uma ação conjunta e planejada.
É necessário inicialmente repensar o Centro e suas funções. Redesenhá-lo se preciso. Estimular sua ocupação (com mecanismos como isenções fiscais, entre outros).
Hoje, há uma clara divisão entre o chamado Centro acima (rico) e a parte baixa (cada vez mais pobre). É preciso reforçar a segurança de ambas e, como parte disso, levar a comunidade para a região durante o dia e à noite (com atividades culturais e gastronômicas, por exemplo).
O Centro de Limeira precisa voltar a vibrar. Ainda há tempo de salvá-lo.
Alguém, porém, precisa assumir o desafio de ao menos tentar.
PS: confio na capacidade da equipe do prefeito eleito Paulo Hadich (PSB) de promover o necessário debate de ideias para repensar o Centro, principalmente em razão da presença de jovens arquitetos e urbanistas no secretariado, com uma nova visão de cidade e fôlego para implantar novos projetos.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Frase
“Que pais criam filhos que fazem isso? Qualquer pessoa?"
Gustavo Nolasco, jornalista, ao comentar o aumento do número de filhos que fogem de casa registrado este ano em Limeira
Gustavo Nolasco, jornalista, ao comentar o aumento do número de filhos que fogem de casa registrado este ano em Limeira
Tira-dúvidas
Você sabe que está em Las Vegas (EUA) quando chega ao aeroporto e se depara com isto...:
... ou quando caminha pela calçada e encontra muitas "weddings chapel", as capelas para casar:
Leia também:
- A segunda vez em Las Vegas
... ou quando caminha pela calçada e encontra muitas "weddings chapel", as capelas para casar:
Leia também:
- A segunda vez em Las Vegas
O que fazer com os estádios de Limeira?
O futuro prefeito de Limeira, Paulo Hadich (PSB), está
disposto a colocar o dedo num vespeiro. Não pretende, e já deixou claro,
liderar a discussão, mas considera importante trazer o assunto à tona. Trata-se
do destino dos dois estádios municipais, o “Major José Levy Sobrinho”
(Limeirão) e o “Comendador Agostinho Prada” (Pradão).
A situação de ambos é semelhante. São estádios erguidos nas
décadas de 40 e 70 (Pradão em 1946 e Limeirão em 1977) e estão, portanto,
velhos e obsoletos em relação aos novos padrões exigidos para grandes
competições. Estão defasados até mesmo para as disputas do Campeonato Paulista.
A estrutura de ambos é precária e, por falta de manutenção, os dois apresentam
sérios problemas (desde o gramado até as redes elétrica e hidráulica).
Ano após ano, sempre às vésperas de um novo campeonato
disputado por Internacional ou Independente, os estádios são reprovados nas
vistorias. Sobram críticas à administração municipal, que corre fazer remendos.
Como qualquer um sabe, consertos feitos às pressas costumam custar mais e não
resolvem o problema. São medidas paliativas que têm consumido milhares de reais
anualmente, dinheiro que sai do bolso do contribuinte limeirense (muitos sequer
frequentam os estádios).
Chegou a hora, portanto, de trazer à tona a questão: cabe à
prefeitura arcar com a manutenção destes dois “elefantes brancos”? Os times de
Limeira estão às mínguas, os estádios não atraem público e sequer podem sediar
jogos dos times da capital.
Vale a pena gastar milhares de reais todos os anos para
fazer remendos visando dois ou três meses de disputas de campeonatos que levam
meros cem torcedores ao campo?
Há algumas alternativas viáveis: transferir o patrimônio
diretamente para os clubes. Eles ficariam responsáveis pela manutenção (o que
inclui as contas de água e energia) e poderiam até se desfazer dos estádios ou
firmar parcerias para construção de modernas arenas, como se vê Brasil afora.
Outra alternativa é simplesmente derrubar os dois estádios e
erguer uma única arena, moderna, que poderia ser usada conjuntamente pelos dois
times. Parece estranho, mas a sugestão foi citada pelo próprio prefeito eleito
seguindo o que já ocorre em Milão – onde Inter e Milan dividem o mesmo estádio,
o famoso Giuseppe Meazza (ou San Siro).
O certo é que Limeira precisará, em algum momento, debater
este assunto. Até porque a prefeitura parece não ter disposição para investir
milhões de reais visando remodelar de fato os dois estádios (ou um deles).
Enquanto nada é feito e leva-se o caso em “banho maria”, a
cidade perde. De acordo com Hadich, Limeira é a cidade favorita dos clubes
grandes de São Paulo para jogos fora da capital, mas não é considerada em razão
dos problemas estruturais do Limeirão. O fato foi dito ao prefeito eleito pelo
próprio presidente da Federação Paulista (FPF) e vice-presidente da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, e pelo chefe da
área de segurança da FPF, coronel Marcos Roberto Marinho.
Em entrevista na última segunda-feira, Hadich admitiu que a
discussão é importante e necessária, mas deixou claro que não irá partir do
governo. Segundo ele, é preciso “amadurecer” essa discussão, que deve ser feito
junto com a sociedade e os clubes.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Diálogos impertinentes
- Você vai encontrar algo que vai te fazer voar de novo.
- Eu não tenho dúvida disso, como também não tenho dúvida de que este “voar” não passa por aqui. Aqui acabou o gás hélio...
- E colocaram chumbo nos nossos pés...
- Eu não tenho dúvida disso, como também não tenho dúvida de que este “voar” não passa por aqui. Aqui acabou o gás hélio...
- E colocaram chumbo nos nossos pés...
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
"As lamentações do dinossauro"
Terminei a leitura do último livro de Mario Vargas Llosa ("A Civilização do Espetáculo", editora Quetzal, 219 págs.) exatamente como gosto de terminar um livro: com notas extensas de concórdias e discórdias, escritas pelo meu punho, ao longo de todo o livro.
Mas, primeiro, as apresentações: Vargas Llosa apresenta-se como "um dinossauro em tempos difíceis". O que significa este jurássico autorretrato?
Significa uma confissão: Vargas Llosa olha em volta e vê frivolidade, aparência - numa palavra, "espetáculo". E vê o desaparecimento da cultura como experiência ética e estética que nos permite compreender os problemas do mundo.
Hoje, esta "civilização do espetáculo", que se desdobra em livros "light", filmes "light", arte "light", religiões "light" e até relacionamentos pessoais "light", serve apenas para fugirmos dos problemas do mundo. Numa palavra, serve para nos "alienarmos".
O termo não é inocente, e Vargas Llosa sabe disso: como diria Marx e os seus discípulos, sobretudo o "situacionista" Guy Debord, existe na civilização de hoje, como existia na civilização dos séculos 19 e 20, uma vontade desesperada de remeter o pensamento e a cultura para as margens da sociedade capitalista. E aqui reside a minha pergunta primeira: não terá sido sempre assim?
Platão, na sua "República", não era particularmente entusiasta dos poetas da sua época. Shakespeare, tido agora como parte fundamental do "cânone ocidental", era considerado um dramaturgo "popular" pela "intelligentsia" da Inglaterra isabelina.
Não estaremos nós também a ver superficialidade em toda a parte e a cometer o mesmo erro dos nossos antepassados, que sempre se consideraram testemunhas de um mundo em decadência?
Woody Allen, de quem Vargas Llosa manifestamente não gosta, glosou sobre o assunto em "Meia-Noite em Paris": há nos contemporâneos de todas as eras um descontentamento com o presente que os leva a romantizar eras passadas.
Assim acontecia com o personagem do filme, o roteirista Gil (um notável Owen Wilson), que suspirava no século 21 pela Paris da década de 20. Até viajar a esse passado de "festa móvel", como lhe chamou Hemingway, e descobrir que os contemporâneos da década de 20 suspiravam pela Belle Époque; e os contemporâneos da Belle Época, pelo Renascimento italiano; e etc. etc., sempre em regressão nostálgica.
Não quero com isso dizer - Deus me livre e guarde! - que um dia olharemos para as brincadeiras conceituais de um Damien Hirst da mesma forma que olhamos para um Cézanne ou para um Matisse. Nessa matéria, o vaso sanitário de Marcel Duchamp já encerrou há muito o capítulo dos "happenings" circenses.
Mas será preciso reproduzir aqui o que os críticos coevos de Cézanne e Matisse escreveram à época sobre os quadros desses dois reputados mestres?
Ponto de ordem. Concordo com Vargas Llosa sobre a "civilização do espetáculo" que se espalhou em volta. Concordo que a sensibilidade cultural do nosso tempo torna mais difícil o aparecimento de um James Joyce porque escasseia o público exigente e paciente para o ler. Concordo que o "eclipse" do intelectual se deve ao papel abjeto que ele teve, sobretudo no século 20, ao emprestar o seu nome e prestígio a regimes totalitários.
E concordo, de alma e coração, que o relativismo larvar que contaminou a "crítica" e as "humanidades" faz com que hoje uma ópera de Verdi ou um concerto dos Rolling Stones sejam colocados no mesmo patamar valorativo.
Mas introduzo aqui uma ligeira variação ao argumento central de Vargas Llosa: vivemos hoje uma "civilização do espetáculo" porque o nosso tempo globalizado criou os mecanismos de difusão que nos permitem assistir a esse excesso de espetáculo.
Assistimos a tudo: ao lixo cultural, mas também a raras preciosidades. Assistimos aos tubarões em formol de Damien Hirst, mas também aos retratos de Lucien Freud. Assistimos à mediocridade pirotécnica de Hollywood, mas também ao cinema de Michael Haneke. Lemos Dan Brown, mas também os romances do próprio Vargas Llosa.
Perante esta selva estética e ética, o caminho não está em jogar a toalha e decretar o fim de uma "civilização". Está, pelo contrário, em ser "um dinossauro com calças e gravata", disposto a resgatar do caos o que merece ser celebrado como nunca.
Fonte: João Pereira Coutinho, "Folha de S. Paulo", Ilustrada, 18/12/12.
Mas, primeiro, as apresentações: Vargas Llosa apresenta-se como "um dinossauro em tempos difíceis". O que significa este jurássico autorretrato?
Significa uma confissão: Vargas Llosa olha em volta e vê frivolidade, aparência - numa palavra, "espetáculo". E vê o desaparecimento da cultura como experiência ética e estética que nos permite compreender os problemas do mundo.
Hoje, esta "civilização do espetáculo", que se desdobra em livros "light", filmes "light", arte "light", religiões "light" e até relacionamentos pessoais "light", serve apenas para fugirmos dos problemas do mundo. Numa palavra, serve para nos "alienarmos".
O termo não é inocente, e Vargas Llosa sabe disso: como diria Marx e os seus discípulos, sobretudo o "situacionista" Guy Debord, existe na civilização de hoje, como existia na civilização dos séculos 19 e 20, uma vontade desesperada de remeter o pensamento e a cultura para as margens da sociedade capitalista. E aqui reside a minha pergunta primeira: não terá sido sempre assim?
Platão, na sua "República", não era particularmente entusiasta dos poetas da sua época. Shakespeare, tido agora como parte fundamental do "cânone ocidental", era considerado um dramaturgo "popular" pela "intelligentsia" da Inglaterra isabelina.
Não estaremos nós também a ver superficialidade em toda a parte e a cometer o mesmo erro dos nossos antepassados, que sempre se consideraram testemunhas de um mundo em decadência?
Woody Allen, de quem Vargas Llosa manifestamente não gosta, glosou sobre o assunto em "Meia-Noite em Paris": há nos contemporâneos de todas as eras um descontentamento com o presente que os leva a romantizar eras passadas.
Assim acontecia com o personagem do filme, o roteirista Gil (um notável Owen Wilson), que suspirava no século 21 pela Paris da década de 20. Até viajar a esse passado de "festa móvel", como lhe chamou Hemingway, e descobrir que os contemporâneos da década de 20 suspiravam pela Belle Époque; e os contemporâneos da Belle Época, pelo Renascimento italiano; e etc. etc., sempre em regressão nostálgica.
Não quero com isso dizer - Deus me livre e guarde! - que um dia olharemos para as brincadeiras conceituais de um Damien Hirst da mesma forma que olhamos para um Cézanne ou para um Matisse. Nessa matéria, o vaso sanitário de Marcel Duchamp já encerrou há muito o capítulo dos "happenings" circenses.
Mas será preciso reproduzir aqui o que os críticos coevos de Cézanne e Matisse escreveram à época sobre os quadros desses dois reputados mestres?
Ponto de ordem. Concordo com Vargas Llosa sobre a "civilização do espetáculo" que se espalhou em volta. Concordo que a sensibilidade cultural do nosso tempo torna mais difícil o aparecimento de um James Joyce porque escasseia o público exigente e paciente para o ler. Concordo que o "eclipse" do intelectual se deve ao papel abjeto que ele teve, sobretudo no século 20, ao emprestar o seu nome e prestígio a regimes totalitários.
E concordo, de alma e coração, que o relativismo larvar que contaminou a "crítica" e as "humanidades" faz com que hoje uma ópera de Verdi ou um concerto dos Rolling Stones sejam colocados no mesmo patamar valorativo.
Mas introduzo aqui uma ligeira variação ao argumento central de Vargas Llosa: vivemos hoje uma "civilização do espetáculo" porque o nosso tempo globalizado criou os mecanismos de difusão que nos permitem assistir a esse excesso de espetáculo.
Assistimos a tudo: ao lixo cultural, mas também a raras preciosidades. Assistimos aos tubarões em formol de Damien Hirst, mas também aos retratos de Lucien Freud. Assistimos à mediocridade pirotécnica de Hollywood, mas também ao cinema de Michael Haneke. Lemos Dan Brown, mas também os romances do próprio Vargas Llosa.
Perante esta selva estética e ética, o caminho não está em jogar a toalha e decretar o fim de uma "civilização". Está, pelo contrário, em ser "um dinossauro com calças e gravata", disposto a resgatar do caos o que merece ser celebrado como nunca.
Fonte: João Pereira Coutinho, "Folha de S. Paulo", Ilustrada, 18/12/12.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
"Pousos e decolagens" (3)
Dando sequência à série de postagens sobre pousos, voos e decolagens, agora é a vez do Aeroporto Internacional Louis Armstrong, de Nova Orleans (EUA). Antes de mais nada, a movimentação no local:
Acelerando para decolar:
Durante o pouso, a cidade vista ao longe (é possível enxergar até o Mercedez-Benz Superdome):
E na decolagem, a região de Nova Orleans (nas três primeiras fotos) e em destaque a famosa ponte que cruza o lago Pontchartrain, com 38.422 metros - a segunda maior do mundo:
Leia também:
- "Pousos e decolagens" (1)
- "Pousos e decolagens" (2)
Acelerando para decolar:
Durante o pouso, a cidade vista ao longe (é possível enxergar até o Mercedez-Benz Superdome):
E na decolagem, a região de Nova Orleans (nas três primeiras fotos) e em destaque a famosa ponte que cruza o lago Pontchartrain, com 38.422 metros - a segunda maior do mundo:
Leia também:
- "Pousos e decolagens" (1)
- "Pousos e decolagens" (2)
Frase
“A meus quatro ou cinco amigos íntimos entrego tranquilamente toda minha franqueza, amizade, perdoo-lhes todas as safardanagens que fazem comigo; e partilho o que tiver com eles. Ao resto, distância – distância cordial, espero (...).”
Paulo Francis, jornalista, em “Diário da Corte” (p. 74, IN: "Não quero saber da sua vida", 8/5/78)
Paulo Francis, jornalista, em “Diário da Corte” (p. 74, IN: "Não quero saber da sua vida", 8/5/78)
Um desafio a Hadich (e aos novos prefeitos)
Num momento em que a eficiência das administrações públicas
Brasil afora é colocada em xeque, seria de bom grado propor ao futuro prefeito
de Limeira (e aos correspondentes em cada cidade) um desafio: melhorar os
índices de qualidade de vida das cidades durante a gestão.
Isto significa que, em quatro anos, o prefeito deveria
reduzir os índices de criminalidade, manter estável (se for um índice adequado)
ou melhorar a taxa de mortalidade infantil e o desempenho das escolas nos
exames de avaliação.
Em qualquer empresa, gestores trabalham com números e metas.
Se não os cumpre, é demitido.
Ora, um governante nada mais é que um funcionário
responsável pela gestão – de uma cidade, de um estado, do país. Por que, então,
diante de números precários da segurança, educação e saúde ainda damos a eles
novos mandatos? Deveria ser quase que automático: os índices pioraram,
administração reprovada.
Naturalmente, há uma série de fatores que implicam em
aumento da violência (área de controle prioritariamente estadual), por exemplo.
Isto, contudo, não impede a sociedade de estabelecer metas e cobrar.
Como não é possível demitir o gestor-governante tal qual
numa empresa, ao menos na próxima eleição o cidadão teria mais e melhores
elementos para avaliar a administração e decidir se dá ao candidato um novo
mandato ou não.
De certo modo, pode-se dizer que o eleitor já dispõe destes
elementos para avaliar um candidato na medida em que sente na pele a piora dos
índices de segurança, saúde e educação. É meia verdade.
Primeiro porque a possibilidade de acesso à informação e o
nível de acesso à informação no Brasil ainda são precários.
Segundo porque a fixação de metas criaria um comprometimento
mais efetivo do administrador com o resultado de seu governo.
E aí, será que os futuros governantes topam o desafio?
"Tim-tim"
Uma imagem em homenagem a uma companheira de muitas horas neste 2012 - para as horas boas e as ruins:
E que em 2013 tenha mais! De preferência com amigos ao lado!
E que em 2013 tenha mais! De preferência com amigos ao lado!
Um último desejo para 2012
Se Deus pudesse me conceder o direito a um último desejo neste 2012, quem sabe o ano ficaria menos triste do que se impôs.
Infelizmente, porém, alguns desejos não dependem unicamente da nossa vontade. Não dependem só da gente.
Daí estou à espera de um milagre...
PS (acrescentado em 25/12) - Deus, magnífico, atendeu meu desejo. Obrigado Senhor!
Infelizmente, porém, alguns desejos não dependem unicamente da nossa vontade. Não dependem só da gente.
Daí estou à espera de um milagre...
PS (acrescentado em 25/12) - Deus, magnífico, atendeu meu desejo. Obrigado Senhor!
A um amigo
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
(Vinícius de Moraes, "Soneto do Amigo")
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
(Vinícius de Moraes, "Soneto do Amigo")
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Direto do toca-CD (27)
Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver
Toda pedra do caminho
Você pode retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver
("É Preciso Saber Viver", de Erasmo e Roberto Carlos)
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver
Toda pedra do caminho
Você pode retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver
("É Preciso Saber Viver", de Erasmo e Roberto Carlos)
Frase
“Nós, alguns de nós, refletimos sobre o que pensamos e fizemos. É por isso que sofremos e às vezes criamos, que ofendemos e somos ofendidos, que por mais que nos iludamos a nós próprios, e pouco mais fazemos do que isso, fica sempre a memória do que não somos e poderíamos ter sido.”
Paulo Francis, jornalista, em “Diário da Corte” (p. 182, IN: “O´Neill ficou, e quem mais...”, publicado originalmente em 26/11/83)
Paulo Francis, jornalista, em “Diário da Corte” (p. 182, IN: “O´Neill ficou, e quem mais...”, publicado originalmente em 26/11/83)
Outras luzes da cidade
Não me canso de fotografar luzes que brilham e colorem a cidade noite afora. As mais recentes foram flagradas na Avenida Saudades, no Centro de Limeira:
Mais luzes da cidade aqui.
Mais luzes da cidade aqui.
Um certo Antônio
Já registrei neste blog, ao fazer um balanço de 2012, que o ano foi trágico para mim. Entre os motivos, o fato de ter ouvido as mais doídas palavras da minha vida - cinco palavras que me acertaram tal qual uma flecha, destruíram minha esperança e muitas das minhas crenças.
Não posso, porém, deixar de registrar que, em contraponto, ouvi também palavras muito bonitas em algumas ocasiões.
As mais bonitas partiram de duas pessoas, mas gostaria de destacar uma delas, um certo Antônio. Ele me ajudou, com suas palavras, a restabelecer de algum modo a confiança no ser humano. Devolveu a uma palavra em especial - IRMÃO - o valor que tinha sido abalado em razão da insensibilidade de outros.
São palavras que guardarei para sempre, sejam quais forem os caminhos que a vida me reservar.
Obrigado Antônio Cândido Parronchi, ou melhor, Cacá!
Não posso, porém, deixar de registrar que, em contraponto, ouvi também palavras muito bonitas em algumas ocasiões.
As mais bonitas partiram de duas pessoas, mas gostaria de destacar uma delas, um certo Antônio. Ele me ajudou, com suas palavras, a restabelecer de algum modo a confiança no ser humano. Devolveu a uma palavra em especial - IRMÃO - o valor que tinha sido abalado em razão da insensibilidade de outros.
São palavras que guardarei para sempre, sejam quais forem os caminhos que a vida me reservar.
Obrigado Antônio Cândido Parronchi, ou melhor, Cacá!
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Sonhos e devaneios
Cansada de sonhar de olhos abertos, uma leitora, Ana, quer saber mais sobre devaneios: "Por que acabo sempre fugindo para esse lugar fictício, onde tudo pode ser tão melhor ou pior, um mundo do que poderia ser, do que poderia ter sido, da pior hipótese fantástica, pretéritos imperfeitos, mais que perfeitos, futuros incertos - e quando vejo, perdi tanto tempo com isso?".
Tenho carinho pelos sonhos de olhos abertos. Até o começo da adolescência, o devaneio era meu aliado contra o que me parecia ser a mediocridade do mundo.
Para mim, como para Ana, o devaneio era o país de onde eu vinha (minha origem escondida) ou minha pátria futura; de um jeito ou de outro, era meu passaporte para um outro mundo, que me salvaria de meu lugar e de meu presente.
Graças ao devaneio, assisti a centenas de aulas chatérrimas aparentando minha absoluta atenção (embora de olhos um tanto vidrados). Quando atravessei a dolorosa época em que os adolescentes menosprezam os seus pais, o devaneio me consolou, alimentando a certeza de que eu, de fato, pertencia a outra família.
Enfim, à força de contar histórias para mim mesmo, aprendi a contá-las para os outros.
O que fez com que, aos poucos, meu devaneio se acalmasse (por sorte, sem se exaurir)? Será que eu "amadureci"? Ou será que as aulas, o trabalho e os amores se tornaram interessantes, e a necessidade de sonhar diminuiu?
Na hora de explicar o excesso de devaneio, o adolescente tende a acusar a realidade na qual ele vive, a qual mereceria o enfado que ela lhe inspira. Mas, em geral, não há realidade enfadonha, apenas indivíduos enfadados, que, por alguma razão, não enxergam o encanto possível do dia a dia.
Ao devanear, eu me afasto da realidade. Por outro lado, sem devanear, mal consigo inventar e desejar realidades diferentes. O que é pior? Entre renunciar a devanear e sucumbir ao devaneio, talvez seja pior renunciar a devanear. (...)
Fonte: Contardo Calligaris, "O devaneio é uma doença?", Folha de S. Paulo, Ilustrada, 13/12/12.
Tenho carinho pelos sonhos de olhos abertos. Até o começo da adolescência, o devaneio era meu aliado contra o que me parecia ser a mediocridade do mundo.
Para mim, como para Ana, o devaneio era o país de onde eu vinha (minha origem escondida) ou minha pátria futura; de um jeito ou de outro, era meu passaporte para um outro mundo, que me salvaria de meu lugar e de meu presente.
Graças ao devaneio, assisti a centenas de aulas chatérrimas aparentando minha absoluta atenção (embora de olhos um tanto vidrados). Quando atravessei a dolorosa época em que os adolescentes menosprezam os seus pais, o devaneio me consolou, alimentando a certeza de que eu, de fato, pertencia a outra família.
Enfim, à força de contar histórias para mim mesmo, aprendi a contá-las para os outros.
O que fez com que, aos poucos, meu devaneio se acalmasse (por sorte, sem se exaurir)? Será que eu "amadureci"? Ou será que as aulas, o trabalho e os amores se tornaram interessantes, e a necessidade de sonhar diminuiu?
Na hora de explicar o excesso de devaneio, o adolescente tende a acusar a realidade na qual ele vive, a qual mereceria o enfado que ela lhe inspira. Mas, em geral, não há realidade enfadonha, apenas indivíduos enfadados, que, por alguma razão, não enxergam o encanto possível do dia a dia.
Ao devanear, eu me afasto da realidade. Por outro lado, sem devanear, mal consigo inventar e desejar realidades diferentes. O que é pior? Entre renunciar a devanear e sucumbir ao devaneio, talvez seja pior renunciar a devanear. (...)
Fonte: Contardo Calligaris, "O devaneio é uma doença?", Folha de S. Paulo, Ilustrada, 13/12/12.
Oito meses - uma doce lembrança
Recebi esta semana por e-mail o convite para assistir nesta quinta-feira ao confronto entre Atlanta Hawks e Charlotte Bobcats pela NBA no Philips Arena, em Atlanta (EUA).
Foi exatamente a partida que vi em 4 de abril deste ano, no mesmo ginásio:
Leia também:
- A NBA é um show!
Foi exatamente a partida que vi em 4 de abril deste ano, no mesmo ginásio:
Leia também:
- A NBA é um show!
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Hadich cumpre acordo ao montar equipe
A indicação dos primeiros 16 nomes do alto escalão do futuro
governo Paulo Hadich (PSB) traz boas expectativas e algumas poucas dúvidas
(talvez decepções).
Notadamente, o futuro prefeito privilegiou indicações
técnicas.
O núcleo duro do governo, que formará o gabinete, mistura
formação técnica e política: Marco Aurélio Faria Júnior é presidente do PSB
local e também advogado com experiência legislativa; Mauro Zeuri é membro do
PT, ex-vereador e tem formação em ciências econômicas; Antonio Carlos Lima,
além de vice-prefeito eleito, tem experiência como gestor do INSS.
As principais secretarias-chave terão comandos técnicos,
caso da Educação.
Há nomes novos e um toque de juventude – e isto merece
destaque, pois é sinal de renovação e esperança de novas práticas na
administração pública. Particularmente nas áreas que envolvem o planejamento do
município, com arquitetos e urbanistas que trazem na bagagem uma nova visão de
cidade e, ao menos em um caso, experiência interessante em outra prefeitura.
O planejamento estratégico, aliás, será um dos principais
focos do governo Hadich. O prefeito eleito adiantou que aposta na juventude e
na visão diferenciada de parte de sua equipe para pensar a cidade daqui a 30
anos.
Ponto positivo de um lado, dúvidas de outro. Há claramente
indicações políticas. Sabe-se que o apoio eleitoral do PMDB a Hadich incluiu a
negociação de três secretarias para o partido.
Registre-se que tal prática foi refutada pelo então
candidato durante a campanha, como registrou o blog “Limeira 2012” .
Ficou claro, porém, que o acerto se cumpriu. O PMDB emplacou
sua cúpula no alto escalão. Dos três indicados – Milton Caram de Souza Dias
(Previdência), Luiz Adalberto Pinheiro (Transportes) e Raul Nilsen Filho
(Saúde) -, só um tem certa “expertise” na área (e não exatamente como gestor e
sim como executor).
A dúvida maior envolve o setor de Transportes. O futuro secretário
não demonstra ter conhecimento prévio algum da área (iniciou o curso de
agronomia e não acabou e é empresário do ramo de mídia, embora com atuação
discreta).
É, portanto, um tanto decepcionante constatar que, ao menos
no caso do PMDB, Hadich cedeu e foi contra aquilo que pregou.
Alguns nomes ainda serão definidos – o que deve ocorrer
ainda esta semana.
No balanço geral, a expectativa é positiva. A prática será
conferida a partir de 1º de janeiro.