Não pode subir. É possível que seu quarto esteja ocupado. (...) O remetente alega que Annika vem transando com outro cara enquanto Craig está no trabalho. (...) 'Quando você vai dormir à noite, o lençol está manchado pelo esperma dele', diz a mensagem.
Tom Rachman, "Os imperfeccionistas" (p. 267)
sábado, 29 de setembro de 2012
O Brasil 20 anos depois
Hoje, 29 de
setembro, o Brasil relembra os 20 anos de um dos episódios mais marcantes e
sintomáticos de sua história contemporânea: nessa data, em 1992, o Congresso
Nacional aprovava – sob forte pressão da sociedade – o impeachment do então
presidente Fernando Collor de Melo.
Pela
primeira vez na história do país um presidente da República sofria um processo
de impedimento, que resultaria na sua renúncia/cassação pelo Parlamento (Collor
renunciou momentos antes de perder o mandato).
O ano de
1992, porém, não foi marcado só pelo impeachment. Dias depois, mais
precisamente em 2 de outubro, o país acompanhou um dos episódios mais crueis –
e polêmicos - da área de segurança: o massacre do Carandiru (a invasão do então
presídio pela Polícia Militar, causando a morte de 111 detentos).
Os dois
episódios - que ocorreram numa mesma semana no já longínquo 1992 - são
exemplares do que o Brasil virou após duas décadas.
Na política,
apesar de todos os problemas que o país enfrenta, não há dúvida que a
democracia avançou. Um país que saiu de 21 anos de regime militar, fez a
Constituição da chamada Nova República em 1988 e foi capaz de afastar um
presidente poucos anos depois merece ser elogiado.
Hoje,
assistimos ao julgamento do chamado “mensalão” pelo STF (Supremo Tribunal
Federal) e vemos os ministros condenando figurões da República sem dó. Pode
parecer pouco num mar de impunidade que graça pelo país, mas é um alento.
Ao mesmo
tempo, é preciso questionar: 20 anos depois, onde foi parar a capacidade de
mobilização da juventude tal como se viu com o movimento dos cara-pintadas?
De um
episódio para outro, é estarrecedor constatar que, após duas décadas, os
acusados pelo massacre do Carandiru sequer foram julgados. É um claro sinal de
que a Justiça precisa se modernizar, superar arcaísmos muitas vezes aviltantes.
É o mais claro sinal da impunidade – porque, como diz o ditado, a Justiça que
não é célere não é justa.
Impeachment e massacre, duas facetas de um mesmo país, de
uma mesma sociedade, marcados ambos (país e sociedade) pela ampla desigualdade,
revelada em episódios de ontem e de hoje.
O que são 20 anos, afinal, para o Brasil?
Temos muito o que avançar. Que a história nos sirva de
lição!
NY, a cidade "despercebida"
"Nova
York é uma cidade de coisas que passam despercebidas.”
Este é o
nome de uma das reportagens que o mestre Gay Talese escreveu. Está no livro “Fama
& Anonimato” (Companhia das Letras). Serviu-me de inspiração para postar as fotos
a seguir, feitas durante uma madrugada de abril na Sétima Avenida e adjacências, em Nova York (EUA).
“É uma
cidade que tem gatos dormindo debaixo dos carros, dois tatus de pedra que
escalam a catedral de St. Patrick e milhares de formigas que rastejam no alto
do Empire State Building. As formigas provavelmente foram levadas para lá pelo
vento ou pelos pássaros, mas ninguém sabe ao certo; ninguém em Nova York sabe
mais sobre as formigas do que sobre o mendigo que toma táxis para o Bowery; ou
sobre o homem alinhado que retira lixo dos latões da Sixth Avenue; ou sobre o
médium das imediações da West Seventy Street que afirma: 'sou clarividente,
clariaudiente e clarissensorial'."
"Quando
o trânsito diminui e a maioria das pessoas está dormindo, algumas regiões de
Nova York começam a fervilhar de gatos. Eles se movem rapidamente nas sombras
dos edifícios; guardas-noturnos, policiais, lixeiros e outros viandantes
noturnos os vêem — mas nunca por muito tempo.”
Os textos citados nesta postagem são da reportagem mencionada no início.
Leia também:
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Palavras
Dias preciosos da minha vida são desperdiçados em razão das lágrimas que choro.
Horas preciosas que não voltam porque teimo em não entender o que todo mundo já cansou de me explicar.
A força das palavras - que partem como uma flecha e atingem o peito de modo certeiro; que faltam quando mais se espera.
Palavras, meras palavras...
Vocábulos expressos na estupidez dos momentos, dilaceram a alma e deixam feridas.
Palavras que traem, que matam, que acabam.
Elas, porém, as palavras, têm a força de um trovão. Da luz que clareia o crepúsculo. Tal como derrubam, podem reconstruir. Para isso, pois, é preciso que sejam ditas. Apenas isto, ditas.
Bastam poucas palavras. Que não chegam, talvez nunca chegarão.
Restam, então, as lágrimas que choro.
E dias preciosos da minha vida são desperdiçados...
Horas preciosas que não voltam porque teimo em não entender o que todo mundo já cansou de me explicar.
A força das palavras - que partem como uma flecha e atingem o peito de modo certeiro; que faltam quando mais se espera.
Palavras, meras palavras...
Vocábulos expressos na estupidez dos momentos, dilaceram a alma e deixam feridas.
Palavras que traem, que matam, que acabam.
Elas, porém, as palavras, têm a força de um trovão. Da luz que clareia o crepúsculo. Tal como derrubam, podem reconstruir. Para isso, pois, é preciso que sejam ditas. Apenas isto, ditas.
Bastam poucas palavras. Que não chegam, talvez nunca chegarão.
Restam, então, as lágrimas que choro.
E dias preciosos da minha vida são desperdiçados...
Frase
"Às vezes a escolha de palavras pode complicar uma negociação e adiar a solução de um problema."
Renato Machado, jornalista, em sua coluna no "Jornal da Globo"
Renato Machado, jornalista, em sua coluna no "Jornal da Globo"
"Tocando em frente"
Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
(...)
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
(...)
Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
(De Almir Sater e Renato Teixeira)
PS: certamente esta música já apareceu aqui no blog (aliás, ela está na minha definição no menu à direita tamanho o sentido que tem para minha vida, mas acho que hoje ela precisa ser reproduzida pois, afinal, é como me sinto...)
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
(...)
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
(...)
Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
(De Almir Sater e Renato Teixeira)
PS: certamente esta música já apareceu aqui no blog (aliás, ela está na minha definição no menu à direita tamanho o sentido que tem para minha vida, mas acho que hoje ela precisa ser reproduzida pois, afinal, é como me sinto...)
Eleições 2012, novo debate
Vem aí o segundo debate da TV Jornal com os candidatos à Prefeitura de Limeira. Anote na agenda: 2 de outubro, às 21h, ao vivo.
Em tempo: as fotos acima são do ensaio para o primeiro debate, ocorrido em agosto.
Mais informações sobre as eleições no blog "Limeira 2012".
* As fotos foram feitas pelo cinegrafista Max Ribeiro
Em tempo: as fotos acima são do ensaio para o primeiro debate, ocorrido em agosto.
Mais informações sobre as eleições no blog "Limeira 2012".
* As fotos foram feitas pelo cinegrafista Max Ribeiro
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
A profissão
- (...) Mas o jornalismo parecia uma profissão de macho
alfa.
- O jornalismo consiste em um bando de idiotas fingindo ser machos alfas – comenta ela. (...)
- Estou farta da pirataria das agências de notícias – explica ela. – Seria bom desgrudar o ouvido do telefone e sair para fazer reportagens de vez em quando.
Tom Rachman, “Os imperfeccionistas” (p. 216)
- O jornalismo consiste em um bando de idiotas fingindo ser machos alfas – comenta ela. (...)
- Estou farta da pirataria das agências de notícias – explica ela. – Seria bom desgrudar o ouvido do telefone e sair para fazer reportagens de vez em quando.
Tom Rachman, “Os imperfeccionistas” (p. 216)
Relatos de uma paixão
Sem ter o que fazer, decidi assistir na Internet ao que
considero um dos melhores programas da TV brasileira, o “Dossiê Globo News”. O
entrevistado era Gay Talese, ícone do jornalismo mundial e um dos expoentes do
chamado “new journalism”, o “novo jornalismo”.
A entrevista me deixou com um nó na garganta, com vontade de chorar. Por razões diversas, pessoais e profissionais. É inspiração no seu estágio mais puro. Todo jornalista (aliás, todo mundo) deveria assisti-la. Dois grandes jornalistas (o entrevistador é Geneton Moraes Neto) falando de jornalismo e de vida.
Perdoe-me o desabafo grosseiro, mas é assim que ele precisa
ser feito: eu amo essa merda chamada jornalismo, é só o que sei fazer, mas a
realidade que se impõe me afasta cada vez mais dele. Da profissão, dos sonhos,
de tudo.
Por isso vejo a areia descer pelo espaço miúdo da ampulheta.
Frase
“Sabe, estou me dando conta de que me enganei a respeito de
uma coisa: sempre achei que a idade e a experiência deixam a pessoa mais
calejada, mais forte. Mas não é verdade. Ocorre o oposto.”
Winston Cheung, personagem de “Os imperfeccionistas”, livro de Tom Rachman (p. 217)
Winston Cheung, personagem de “Os imperfeccionistas”, livro de Tom Rachman (p. 217)
"Passerà" (2)
Passerà primo o poi
Questo piccolo dolore che c'è in te
Che c'è in me, che c'è in noi
E ci fa sentire come marinai
In balia del vento e della nostalgia
A cantare una canzone che no sai come fa
Ma quel piccolo dolore,
Che sia odio, o che sia amore
Passerà
Passará cedo ou tarde
Esta pequena dor que existe em ti
Que existe em mim, que existe em nós
E nos faz sentir como marinheiros
Em poder do vento e da saudade
A cantar uma canção que não sabes como faz
Mas aquela pequena dor,
Que seja ódio, ou que seja amor
Passará
("Passerà", de Aleandro Baldi, Bigazzi e M. Falagiani)
Questo piccolo dolore che c'è in te
Che c'è in me, che c'è in noi
E ci fa sentire come marinai
In balia del vento e della nostalgia
A cantare una canzone che no sai come fa
Ma quel piccolo dolore,
Che sia odio, o che sia amore
Passerà
Passará cedo ou tarde
Esta pequena dor que existe em ti
Que existe em mim, que existe em nós
E nos faz sentir como marinheiros
Em poder do vento e da saudade
A cantar uma canção que não sabes como faz
Mas aquela pequena dor,
Que seja ódio, ou que seja amor
Passará
("Passerà", de Aleandro Baldi, Bigazzi e M. Falagiani)
Dúvida (ou desejo)
Alguém pode me dizer se é possível antecipar o fim do ano?
Não que mudar o calendário signifique algo (porque de fato não significa), mas 2012 já deu o que tinha que dar (no meu caso, cicatrizes...).
Não que mudar o calendário signifique algo (porque de fato não significa), mas 2012 já deu o que tinha que dar (no meu caso, cicatrizes...).
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
A ética nossa de cada dia
Estamos vivendo tempos de uma ética utilitarista. Ou, melhor
dizendo, da deturpação dos princípios utilitaristas. Do eudemonismo natural
para uma moral egoísta. Isto se revela em dois tipos de atitudes: 1) a
avaliação do que é bom ou mau (ou, dito de outra forma, do que vale a pena ou
não) com base nas consequências que algum ato possa trazer para o indivíduo; e
2) a consideração do que vale a pena ou não com base numa suposta superioridade
ideológica em relação a outras correntes de pensamento.
O resultado desse tipo de comportamento é que agimos ou nos
omitimos pensando unicamente no(s) efeito(s) que tal ação ou omissão pode nos
causar como indivíduos ou à nossa causa (neste período eleitoral este tipo de
situação fica evidente). Traduzindo em exemplo: não importa se determinada
pessoa possa ter cometido uma irregularidade; se denunciar irá trazer
benefícios, faça-se; se não trouxer benefícios, omite-se. E a suposta
irregularidade? Ora, ora...
Em suma, o indivíduo aceita as irregularidades desde que estas
não o prejudiquem ou ainda desde que a omissão de não denunciá-las o beneficie.
E o processo que pode estar sendo deturpado pelas tais irregularidades? E
outros que podem estar sendo prejudicados? “Laissez faire, laissez passer” (atenção:
considere a expressão meramente por sua tradução e não por seu significado na
teoria econômica liberal).
Se questionada, a pessoa que aplica a ética utilitarista (deturpada)
dirá que está seguindo a moral eudemonista. Falará isso com base na crença de
que suas verdades são “a verdade”.
Eis, pois, uma das minhas mais recentes inquietações – levada
a cabo por uma pergunta de um militante político: “Entre a orientação
partidária em favor de um projeto em prol da coletividade e as suas convicções,
você fica com qual?”
Mais uma vez, fico tentado a recorrer a Quincas Borba: “Ao
vencedor, as batatas!”
Questão de opinião
"There's no Such Thing as a Free Lunch". Numa tradução livre, "almoço grátis é algo que não existe". A frase, popularizada por Milton Friedman, que a utilizou como título de livro de 1975, revela a ideia central da economia de que tudo tem um preço, ainda que ele não esteja evidente.
O princípio não está restrito à economia e vale para outras esferas, como direitos e dinâmicas sociais, aí incluída a liberdade de expressão. Como mostrou o "Tec", ela vem sendo objeto de debates, devido à conjunção dos incidentes provocados por sátiras ao islamismo e casos variados de autocensura na rede social.
Evidentemente, não existem direitos absolutos. Se afirmássemos algum deles em grau superlativo, estaríamos negando todos os demais, o que nos tornaria um povo de direito único. Ainda assim, há que reconhecer que a liberdade de expressão só faz sentido se for assegurada de forma robusta. Dou a palavra ao linguista e ativista político Noam Chomsky: "Se você é a favor da liberdade de expressão, isso significa que você é a favor da liberdade de exprimir precisamente as opiniões que você despreza". De fato, se o mecanismo devesse limitar-se ao que a maioria está disposta a ouvir, nem seria necessário inscrevê-lo como garantia fundamental nas Constituições.
E nós o fazemos, não por capricho dos primeiros ideólogos da democracia, mas porque ele regula um elemento essencial para o funcionamento da sociedade, que é a circulação de informações. Sem a livre troca de ideias, a democracia não funciona. Nem a ciência, a inovação, o desenvolvimento tecnológico e, por conseguinte, o avanço econômico. Isso para não mencionar as artes.
Exageros, bobagens e ofensas são o preço que precisamos pagar para ter uma sociedade aberta. O que há de novo aqui é que, em tempos de internet, tantos os benefícios quanto os ônus da liberdade de expressão ganham escala exponencial.
Fonte: Hélio Schwartsman, "O preço do almoço", Folha de S. Paulo, Opinião, 26/9/12, p. 2.
O princípio não está restrito à economia e vale para outras esferas, como direitos e dinâmicas sociais, aí incluída a liberdade de expressão. Como mostrou o "Tec", ela vem sendo objeto de debates, devido à conjunção dos incidentes provocados por sátiras ao islamismo e casos variados de autocensura na rede social.
Evidentemente, não existem direitos absolutos. Se afirmássemos algum deles em grau superlativo, estaríamos negando todos os demais, o que nos tornaria um povo de direito único. Ainda assim, há que reconhecer que a liberdade de expressão só faz sentido se for assegurada de forma robusta. Dou a palavra ao linguista e ativista político Noam Chomsky: "Se você é a favor da liberdade de expressão, isso significa que você é a favor da liberdade de exprimir precisamente as opiniões que você despreza". De fato, se o mecanismo devesse limitar-se ao que a maioria está disposta a ouvir, nem seria necessário inscrevê-lo como garantia fundamental nas Constituições.
E nós o fazemos, não por capricho dos primeiros ideólogos da democracia, mas porque ele regula um elemento essencial para o funcionamento da sociedade, que é a circulação de informações. Sem a livre troca de ideias, a democracia não funciona. Nem a ciência, a inovação, o desenvolvimento tecnológico e, por conseguinte, o avanço econômico. Isso para não mencionar as artes.
Exageros, bobagens e ofensas são o preço que precisamos pagar para ter uma sociedade aberta. O que há de novo aqui é que, em tempos de internet, tantos os benefícios quanto os ônus da liberdade de expressão ganham escala exponencial.
Fonte: Hélio Schwartsman, "O preço do almoço", Folha de S. Paulo, Opinião, 26/9/12, p. 2.
Natureza (morta)
Uma semente jogada no chão:
Flagrante feito no final da tarde do último domingo (23/9) no Parque Cidade.
Flagrante feito no final da tarde do último domingo (23/9) no Parque Cidade.
O ser humano
- (...) Mas será que você não está sendo meio ingênuo? Sabe,
afirmando que não quer nada das pessoas? Que não tem um motivo oculto? Todos
têm um. Mostre a pessoa e as circunstâncias e eu indicarei o motivo. Até os
santos têm: para se sentir mais santos, na certa.
- Um pensamento bastante cínico.
- Realista.
- É o que os cínicos sempre dizem. (...)
Tom Rachman, “Os imperfeccionistas” (p. 166)
- Um pensamento bastante cínico.
- Realista.
- É o que os cínicos sempre dizem. (...)
Tom Rachman, “Os imperfeccionistas” (p. 166)
terça-feira, 25 de setembro de 2012
A voz dos astros
Veja o que o horóscopo (por Quiroga) me recomenda para esta
quarta-feira:
“Sempre
haverá motivo de discórdia, porém, também haverá razões para a concórdia. Faça
com que as razões da concórdia prevaleçam neste momento, pois é propício
colocar relacionamentos no bom caminho.”
Ah,
horóscopos...
PS: antes
que alguém pense que eu leio porque acredito, vejo às vezes quando, navegando
pela Internet, eles saltam aos olhos. Quando isto ocorre, leio para me divertir
(embora às vezes eles me passem a impressão de ter razão...).
Joia restaurada e reaberta
Postei esta
semana as fotos que fiz do Palacete Levy e do Casarão, prédios históricos localizados no Largo Boa Morte, no
Centro de Limeira, após obras de restauração. Pois exatamente no dia em que fiz a
postagem, um dos prédios foi reaberto ao público.
Veja como ficou na reportagem
de Gustavo Nolasco, feita para o “Jornal da Cidade”, da TV Jornal (segunda a sábado,
19h30):
Entrevista - relembrando (1)
A seguir,
trechos da entrevista concedida a Ana Paula Rosa para o blog “De olho no Jornal”,
em 2010.
De olho no
Jornal: Como foi o início da sua carreira? Foi difícil chegar onde está hoje?
Rodrigo:
Comecei em jornal impresso ainda antes de sair da faculdade. Eu tinha feito
estágio em um jornal da cidade de Limeira e quando estava no último semestre da
faculdade voltei para Limeira, pois eu fiz faculdade fora, e então surgiu
oportunidade naquele mesmo jornal que eu tinha feito estágio. Todo mundo já me
conhecia e entrei. Comecei como auxiliar de redação e então virei repórter,
depois ajudei no fechamento, virei editor chefe, saí e agora estou aqui na TV.
De olho no
Jornal: Nesse tempo de atuação, qual o fato que mais marcou sua vida
profissional?
Rodrigo:
Precisaria pensar, pois tiveram várias coisas. Mas acho que foi uma CPI que
teve em Limeira uma vez, que foi chamada “CPI do Asfalto”, que investigava
denúncias de irregularidades em contratos de asfaltamento da prefeitura e houve
denúncias de corrupção e etc, e eu consegui as fitas com as gravações das
conversas e isso teve grande repercussão na época.
De olho no
Jornal: Como vocês lidam com as notícias de última hora? É muita “correria”?
Rodrigo:
Muita correria. Em jornal isso é um pouco mais fácil, porque basta um
telefonema que você resolve, tendo as informações você escreve e publica. Na
televisão isso é mais complicado, é preciso ter imagem, uma entrevista sobre
aquele assunto, portanto, invariavelmente as notícias de última hora são dadas
de modo que o repórter vai para frente da câmera e relata o que está
acontecendo, afinal, muitas vezes quando a notícia é extremamente de última
hora não dá tempo de pegar imagem, fazer entrevistas e etc. Mas é uma correria
sempre. Agora, só pra frisar, nesses casos eu adoto uma postura que eu acho
muito importante que é: você só divulga aquilo que você possui absoluta
certeza, aquilo que você apurou. É muito comum nessas ocasiões chegarem
informações truncadas, chegar uma boataria, chegar um “parece que” e “parece
que” não é notícia. Então eu só divulgo o que eu efetivamente apurei, ainda que
seja menos do que as outras pessoas estejam falando. Nesse caso eu uso a teoria
de que menos é mais.
De olho no
Jornal: Com toda essa rotina de trabalho, quanto tempo sobra para a família e
diversão?
Rodrigo: Um
dos motivos para eu sair do meu outro emprego, o do jornal, foi esse (risos).
Não tinha rotina. Não existia tempo pra rotina. Era o domingo quando não tinha
nenhum evento especial no domingo. Mas durante a semana, esquece! Na televisão
eu consigo controlar mais isso, as pessoas conseguem controlar mais isso. Mas a
produção de jornal é efetivamente 24 horas, você começa a fazer às sete da
manhã e você vai terminar a edição e a parte de produção 0 hora, 1 hora. Então
esquece. Não tem família, não tem aniversário de primo, não tem casamento, não
tem festinha de amigo, não tem nada disso.
De olho no
Jornal: Acredita que a não obrigatoriedade do diploma do curso de Jornalismo
afeta muito no mercado? O que pensa sobre essa decisão do Supremo Tribunal
Federal?
Rodrigo: Sou
contra a decisão. Ponto! Acho que o argumento foi muito fraco, em minha
opinião. Alegar que o diploma impede que as pessoas manifestem sua opinião é um
absurdo. Eu nunca vi, pelo menos na fase democrática do Brasil, qualquer
veículo de imprensa impedir a opinião de qualquer um de ser manifestada. Qualquer
pessoa tem liberdade para se manifestar. A questão do diploma envolve técnicas
jornalísticas que são muito diferentes da simples liberdade de opinião, pois
não é qualquer pessoa que saiba falar ou escrever que consegue fazer as
apurações jornalísticas para uma matéria jornalística. Então, para mim, dizer
que não há tecnicidade no trabalho do jornalista é desconhecer a profissão. Sou
contra a decisão e a favor do diploma, mas acredito que o mercado acaba
selecionando e as grandes empresas vão continuar contratando profissionais das
faculdades de comunicação. O que pode acontecer é que empresas menores, do
interior, possibilitem algumas pessoas como aquele “coleguinha” que escreve
bem, ou que fala na rádio de acabar entrando também. Mas o mercado vai se encarregar
de separar os jornalistas de verdade dos que estão se aventurando na área.
De olho no
Jornal: Qual área do jornalismo mais te atraía antes de começar a trabalhar de
fato na área?
Rodrigo: Por
incrível que pareça sempre gostei de televisão. Comecei a trabalhar com jornal
porque, enfim, foi a porta que me abriu e me apaixonei. Adoro jornal e acho que
todo jornalista devia passar pelo jornal impresso. Acredito que devia ter um
estágio obrigatório, assim como os médicos precisam fazer a residência em hospitais,
acho que devia ser obrigatório que todos os jornalistas ficassem pelo menos
seis meses, ainda durante a faculdade, em um veículo impresso. O jornal é, para
mim, a melhor escola de um jornalista. Mas hoje que eu estou na televisão
voltei a me apaixonar por uma paixão antiga. Dizem que paixão antiga a gente
nunca esquece, não é? Então, hoje eu estou apaixonado pela televisão.
De olho no
Jornal: Para o senhor, o que é Jornalismo e o qual sua importância?
Rodrigo: Eu
nunca gostei muito dessas definições como: o que é jornalismo. Prefiro dizer a
importância do Jornalismo para a sociedade. Para mim, o jornalista tem alguns
papéis que são essenciais para a vida democrática de qualquer país que são:
intermediar o contato entre o poder público e a sociedade; servir de canal para
a sociedade manifestar seus desejos, seus problemas, suas críticas; servir de
fonte de cidadania e também servir de meio de fiscalização do poder público.
Considero esses quatro pilares sagrados para o Jornalismo e estes fazem da
profissão algo nobre, não mais nobre que as outras, mas tanto quanto outras.
Jornalismo é também muito importante, diria essencial, para uma sociedade
democrática, afinal, você pode ter um país e ter uma democracia sem médico, por
exemplo, mas não pode ter uma democracia sem uma imprensa livre.
* Para ler na íntegra, clique aqui.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Os sons de uma cidade
Tá, Nova Orleans emana blues e jazz, mas isto é coisa para turista. Não foi tão fácil assim encontrar estes ritmos por lá não - bom, pelo menos não para mim, mas eu os encontrei. E curti pra c.!
Quer conferir? Vá até o blog Piscitas - Travel & Fun.
Em tempo: as fotos foram feitas no aeroporto da cidade.
Mantra
Às vezes eu falo com a vida,
Às vezes é ela quem diz:
"Qual a paz que eu não quero conservar,
Pra tentar ser feliz?"
("Minha Alma [A Paz Que Eu Nao Quero]", de Marcelo Yuka)
Às vezes é ela quem diz:
"Qual a paz que eu não quero conservar,
Pra tentar ser feliz?"
("Minha Alma [A Paz Que Eu Nao Quero]", de Marcelo Yuka)
Os amigos
- Você não
era meu inquilino, era meu amigo. Não me devia nada.
Jimmy sorri.
- Você tem um ponto de vista maluco em certos aspectos, Sr. Herman Cohen.
(...)
Enquanto Herman o escuta, visualiza essa vida do amigo acabado. Ao contrário do que sempre acreditou, os dois não são gradações do mesmo homem, ele a versão medíocre, o amigo, a superlativa. São pessoas totalmente diferentes (...).
Os dois se despedem antes de Jimmy passar pela segurança, e Herman se dirige à saída, mas para em frente às portas automáticas. Talvez Jimmy precise dele para algo. E se houver um problema?
Tom Rachman, em “Os imperfeccionistas” (p. 137)
Jimmy sorri.
- Você tem um ponto de vista maluco em certos aspectos, Sr. Herman Cohen.
(...)
Enquanto Herman o escuta, visualiza essa vida do amigo acabado. Ao contrário do que sempre acreditou, os dois não são gradações do mesmo homem, ele a versão medíocre, o amigo, a superlativa. São pessoas totalmente diferentes (...).
Os dois se despedem antes de Jimmy passar pela segurança, e Herman se dirige à saída, mas para em frente às portas automáticas. Talvez Jimmy precise dele para algo. E se houver um problema?
Tom Rachman, em “Os imperfeccionistas” (p. 137)
Joias da cidade restauradas
O Largo Boa Morte, no Centro de Limeira, está mais bonito e iluminado. Tudo em razão da restauração de dois prédios de bela arquitetura e uma rica história: o Palacete Levy e o Casarão. As obras foram concluídas recentemente (os imóveis ainda estão fechados).
O palacete é público e sediava a Secretaria da Cultura até ser fechado para a obra. O casarão é particular e ainda não se sabe qual destino terá.
O fato é que os dois prédios deram àquela área um brilho todo especial. São belos exemplares da arquitetura e da sociedade do século 19.
O registro mais antigo do casarão data de 1870, quando ele pertencia a Ezequiel de Paula Ramos, então senador e proprietário da imperial Fazenda Morro Azul. Comenta-se que o imperador dom Pedro 2° esteve no dito casarão durante sua passagem por Limeira.
O palacete foi construído pela família Barros e passou para os Levy posteriormente. Foi assim que ele ficou conhecido ao longo das décadas. Foi adquirido pelo município nos anos 1990.
As duas restaurações mostram que, quando o Poder Público e a iniciativa privada investem na preservação da história e da memória, a cidade fica mais bonita e todos ganham.
O palacete é público e sediava a Secretaria da Cultura até ser fechado para a obra. O casarão é particular e ainda não se sabe qual destino terá.
O fato é que os dois prédios deram àquela área um brilho todo especial. São belos exemplares da arquitetura e da sociedade do século 19.
O registro mais antigo do casarão data de 1870, quando ele pertencia a Ezequiel de Paula Ramos, então senador e proprietário da imperial Fazenda Morro Azul. Comenta-se que o imperador dom Pedro 2° esteve no dito casarão durante sua passagem por Limeira.
O palacete foi construído pela família Barros e passou para os Levy posteriormente. Foi assim que ele ficou conhecido ao longo das décadas. Foi adquirido pelo município nos anos 1990.
As duas restaurações mostram que, quando o Poder Público e a iniciativa privada investem na preservação da história e da memória, a cidade fica mais bonita e todos ganham.
domingo, 23 de setembro de 2012
Direto do toca-CD (12)
La vita è adesso,
Nel vecchio albergo
Della terra e ognuno in una
Stanza e in storia di mattini piú legerri e cieli
Smarginati di speranza e di silenzi da ascoltare
E ti sorprenderai a cantare ma,
Non sai perché
La vita è adesso
Nei pomeriggi appena freschi
Che ti viene sonno e le campane
Girano le nuvole e piove
Sui capelli e sopra i tavolini
Dei caffè all'aperto
E ti domandi incerto chi sei tu
Sei tu, sei tu, sei tu,
Sei tu che spingi avanti il cuore, ed il lavoro duro
Si essere uomo e non sapere, cosa sarà il futuro
Sei tu, nel tempo che ci fa più grandi e soli in mezzo al mondo
Con l'ansia di cercare insieme, un bene più profondo
E un altro che ti dia respiro e che si curvi verso te
Con una attesa di volersi di più senza capire cos'è
E tu che mi ricambi gli occhi in questo instante immenso
Sopra il rumore della gente, dimmi se questo ha un senso
La vita è adesso
Nell'aria tenera
Di un dopocena e musi
Di bambini contro i vetri e i prati che si lisciano
Come gattini e stelle che si appicciano ai lampioni millioni
Mentre ti chiederai dove sei tu,
Sei tu, sei tu, sei tu
Sei tu che porterai il tuo amore per cento e mille strade
Perchè non c'è mai fine al viaggio anche se un sogno cade
Sei tu che hai un vento nuovo tra le braccia
Mentre mi vieni incontro
E impanerai che per morire ti basterà un tramonto
In una gioia che fa male di più della malinconia
E in qualunque sera ti troverai non ti buttare via
E non lasciare andare un giorno per ritovar te stesso
Figlio di un cielo così bello perché la vita è adesso
("La Vita È Adesso", de Claudio Baglioni)
Nel vecchio albergo
Della terra e ognuno in una
Stanza e in storia di mattini piú legerri e cieli
Smarginati di speranza e di silenzi da ascoltare
E ti sorprenderai a cantare ma,
Non sai perché
La vita è adesso
Nei pomeriggi appena freschi
Che ti viene sonno e le campane
Girano le nuvole e piove
Sui capelli e sopra i tavolini
Dei caffè all'aperto
E ti domandi incerto chi sei tu
Sei tu, sei tu, sei tu,
Sei tu che spingi avanti il cuore, ed il lavoro duro
Si essere uomo e non sapere, cosa sarà il futuro
Sei tu, nel tempo che ci fa più grandi e soli in mezzo al mondo
Con l'ansia di cercare insieme, un bene più profondo
E un altro che ti dia respiro e che si curvi verso te
Con una attesa di volersi di più senza capire cos'è
E tu che mi ricambi gli occhi in questo instante immenso
Sopra il rumore della gente, dimmi se questo ha un senso
La vita è adesso
Nell'aria tenera
Di un dopocena e musi
Di bambini contro i vetri e i prati che si lisciano
Come gattini e stelle che si appicciano ai lampioni millioni
Mentre ti chiederai dove sei tu,
Sei tu, sei tu, sei tu
Sei tu che porterai il tuo amore per cento e mille strade
Perchè non c'è mai fine al viaggio anche se un sogno cade
Sei tu che hai un vento nuovo tra le braccia
Mentre mi vieni incontro
E impanerai che per morire ti basterà un tramonto
In una gioia che fa male di più della malinconia
E in qualunque sera ti troverai non ti buttare via
E non lasciare andare un giorno per ritovar te stesso
Figlio di un cielo così bello perché la vita è adesso
("La Vita È Adesso", de Claudio Baglioni)
Uma pergunta aos prefeituráveis
Para votar
no próximo dia 7, gostaria muito que os candidatos a prefeito de Limeira
respondessem a uma única pergunta:
- Como acreditar
nas promessas de transparência e honestidade (e, como consequência, nas outras
promessas) se as prestações de contas de campanha apresentadas até agora parecem
peça de ficção?
Quem (candidato)
se habilita a responder?
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Jornalismo on-line: a cassação de Quintal
Confira
no blog “Limeira 2012” a cobertura completa sobre a cassação - em primeira instância - da
candidatura de Lusenrique Quintal (PSD) à Prefeitura de Limeira:
Um clássico para saudar a chuva
Uma homenagem à chegada da primavera (que começa às 11h44
deste sábado, 22/9):
(Ah, homenagem também à despedida do inverno, afinal a chuva
chegou mesmo no último dia da estação mais fria do ano.)
Computadores, celulares e o futuro da mídia
Cresceu 40% a presença de computadores com acesso à Internet
nos lares brasileiros entre 2009 e 2011. Bem mais do que o crescimento dos
televisores (6%). Quase a metade dos pré-adolescentes e adolescentes (de 10 a 14 anos) tem celular. São
42%. Se ampliar a faixa etária para até 17 anos, o índice sobe para 67%. Os
dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2011, do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os números em si não trazem nenhuma surpresa. E é aí que
reside a questão. Com a expansão da classe média, o Brasil aos poucos vai se
aproximando da realidade dos países desenvolvidos, onde os equipamentos
portáteis ganham espaço como principal fonte de informação. Esta é a tendência
nos Estados Unidos, por exemplo, conforme ouvi de um diretor da CNN em abril.
Para a imprensa, esta rápida mudança traz sérias
conseqüências. A influência da televisão, medida pelo chamado “share” (a
quantidade de aparelhos ligados) está caindo. A juventude em geral prefere se
informar e se divertir pela Internet. Jornais e revistas também já sentem os
efeitos dos “novos tempos”.
Esta transição do modo antigo para algo que ainda é um
mistério desperta tensões e atenções há pelo menos uma década. A receita para o
futuro é incerta – ouvi isto numa palestra com os jornalistas Lourival
Sant´Anna e Álvaro Pereira Júnior num seminário da Abraji (Associação
Brasileiro de Jornalismo Investigativo) em 2007. Ambos disseram algo do tipo:
“ninguém sabe ao certo para onde isto vai, só sabemos que precisamos estar lá
(na Internet)”.
Há três meses, iniciei com o jornalista Carlos Giannoni de
Araujo uma experiência inédita para mim: fazer jornalismo exclusivamente para a
Internet. Montamos despretensiosamente um blog – o “Limeira 2012” – para acompanhar as eleições
municipais.
Ainda é cedo para uma avaliação mais profunda, o que
pretendo fazer após a eleição. Já posso adiantar, porém, que do ponto de vista
do trabalho, com todas as restrições que encontramos (de tempo e recursos, por
exemplo), a experiência tem se revelado interessante e enriquecedora. Naturalmente,
a repercussão ainda é restrita (estamos falando de um trabalho diferente que
mal fez três meses), mas a audiência não é a preocupação prioritária do
projeto. Queremos mesmo testar o formato.
Como profissional da comunicação, nunca aderi ao ramo dos
apocalípticos (no sentido introduzido pela Escola de Frankfurt). Tampouco sou
militante dos integrados. Acredito que a forma de se comunicar sofrerá (ou
melhor, já vem sofrendo) uma revolução. A revolução digital em suas mais
variadas versões (já houve a 2.0 e agora já se fala em 3.0).
A comunicação, porém, vai resistir.
Sempre haverá boas histórias para serem contadas. Sempre
haverá gente disposta a ouvi-las (ou lê-las). O desafio que se apresenta, portanto,
é encontrar a melhor e mais eficiente forma de contar estas histórias.
Concluir isto é óbvio, eu sei. Mais que isso seria
futurologia. Se ela não é uma ciência exata, também não pode ser desprezada.
Tentar adivinhar o futuro gera debates e é a partir delas que se encontra um
possível caminho.
A discussão está lançada. Você se arrisca a prever o futuro
da mídia?
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
80 anos de uma imagem
Uma das
imagens mais icônicas – impressionantes e angustiantes – de Nova York (EUA)
está fez 80 anos nesta quinta-feira (20/9). Ela mostra, como se vê abaixo, um
grupo de 11 trabalhadores durante o almoço na construção de um dos edifícios
mais famosos de Manhattan, o GE Building (ex-RCA Building), parte do
Rockefeller Center.
Os
trabalhadores estão no 69° andar.
A foto – atribuída
ao fotógrafo Charles C. Ebbets – é intitulada “Almoço no topo de um
arranha-céu”. Feita em 20 de setembro de 192, foi publicada inicialmente no
“New York Herald Tribune”, em 2 de outubro daquele ano.
Segundo
postagem do “Virgula”, do UOL, embora a imagem seja real, foi produzida comoação de marketing em prol do edifício.
O negativo
da foto, de vidro, foi quebrado em 1996. Atualmente, ele está sob guarda da
agência Corbis. Fica numa espécie de “bunker” no estado da Pennsylvania junto
de outras imagens históricas. O lugar é chamado de “Montanha de Ferro”.
* A foto postada
aqui foi copiada do G1 e estava creditada para Reuters/Charles C. Ebbets/Corbis
"Analfabetismo histórico"
O movimento negro, bem como outros grupos que tentam reduzir os níveis de intolerância na sociedade, tem toda a minha simpatia. Isso dito, é ridículo o que estão tentando fazer com Monteiro Lobato. Se a iniciativa legal, que já chegou ao Supremo, prosperar, o autor poderá ter parte de sua obra banida das bibliotecas escolares.
Não há a menor dúvida de que Lobato se utiliza de expressões que hoje soam rematadamente racistas, como o termo "macaca de carvão", para referir-se à Tia Nastácia. A questão é que estamos falando de escritos dos anos 30, época em que quase todo mundo era racista. E, se há um pecado mortal na crítica literária e na análise histórica, é o de interpretar o passado com os olhos de hoje.
"Não sou nem nunca fui favorável a promover a igualdade social e política das raças branca e negra... há uma diferença física entre as raças que, acredito, sempre as impedirá de viver juntas como iguais em termos sociais e políticos. E eu, como qualquer outro homem, sou a favor de que os brancos mantenham a posição de superioridade."
Odioso, certo? Também acho. Mas, antes de condenar o autor da frase ao inferno da intolerância, convém registrar que ela foi proferida por Abraham Lincoln, o presidente dos EUA que travou uma guerra civil para libertar os negros da escravidão.
E Lincoln não é um caso isolado. Encontramos pérolas racistas em ditos de Gandhi e Che Guevara. Shakespeare traz passagens escancaradamente antissemitas, Eurípides era um misógino e Aristóteles defendia com empenho a escravidão. Vamos banir toda essa gente das bibliotecas escolares?
A verdade é que todos somos prisioneiros da mentalidade de nossa época. Há sempre um horizonte de possibilidades morais além do qual não conseguimos enxergar. Aplicar critérios contemporâneos para julgar o passado é uma manifestação de analfabetismo histórico.
Fonte: Hélio Schwartsman, "Folha de S. Paulo", Opinião, 19/9/12, p. 2.
Não há a menor dúvida de que Lobato se utiliza de expressões que hoje soam rematadamente racistas, como o termo "macaca de carvão", para referir-se à Tia Nastácia. A questão é que estamos falando de escritos dos anos 30, época em que quase todo mundo era racista. E, se há um pecado mortal na crítica literária e na análise histórica, é o de interpretar o passado com os olhos de hoje.
"Não sou nem nunca fui favorável a promover a igualdade social e política das raças branca e negra... há uma diferença física entre as raças que, acredito, sempre as impedirá de viver juntas como iguais em termos sociais e políticos. E eu, como qualquer outro homem, sou a favor de que os brancos mantenham a posição de superioridade."
Odioso, certo? Também acho. Mas, antes de condenar o autor da frase ao inferno da intolerância, convém registrar que ela foi proferida por Abraham Lincoln, o presidente dos EUA que travou uma guerra civil para libertar os negros da escravidão.
E Lincoln não é um caso isolado. Encontramos pérolas racistas em ditos de Gandhi e Che Guevara. Shakespeare traz passagens escancaradamente antissemitas, Eurípides era um misógino e Aristóteles defendia com empenho a escravidão. Vamos banir toda essa gente das bibliotecas escolares?
A verdade é que todos somos prisioneiros da mentalidade de nossa época. Há sempre um horizonte de possibilidades morais além do qual não conseguimos enxergar. Aplicar critérios contemporâneos para julgar o passado é uma manifestação de analfabetismo histórico.
Fonte: Hélio Schwartsman, "Folha de S. Paulo", Opinião, 19/9/12, p. 2.
Mais um capítulo da CPI
Matéria feita para o “Jornal da Cidade”, da TV Jornal de Limeira, exibida em 19/9/12.
Em tempo: por que todas as pessoas citadas estão fugindo da
CPI?
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Direto do toca-CD (11)
Here I am
In a place that I have never been
Out of love
And afraid that you won't let me in
You came to me
And I started to feel
That my senses had left me to die
Where is my strength
When I need it the most
Tell me what have you done
With my mind
Save me now
From the depth of my infatuation
I could drown
In the sea of love and isolation
I'll take you down if you just
Save me now
All the time
That I gave away I'll give it to you
And all the love
That I never made I'll make it to you
Nothing could be more electric to me
Than to give you a taste
Of the love that I hide
But in my condition I'm totally lost
Tell me what have you done with my pride
("Save Me Now", de Andru Donalds)
In a place that I have never been
Out of love
And afraid that you won't let me in
You came to me
And I started to feel
That my senses had left me to die
Where is my strength
When I need it the most
Tell me what have you done
With my mind
Save me now
From the depth of my infatuation
I could drown
In the sea of love and isolation
I'll take you down if you just
Save me now
All the time
That I gave away I'll give it to you
And all the love
That I never made I'll make it to you
Nothing could be more electric to me
Than to give you a taste
Of the love that I hide
But in my condition I'm totally lost
Tell me what have you done with my pride
("Save Me Now", de Andru Donalds)
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Você acredita em quem faz propaganda ilegal?
O cidadão se candidata a um cargo eletivo, de vereador. Ou seja, quer representar o povo na Casa de Leis. Terá como função propor leis e fiscalizar o Executivo. Deve dar o exemplo. E aí, já na campanha eleitoral, desrespeita as regras, quer levar vantagem, ignora a lei.
Você votaria num candidato assim?
É só dar um giro pela cidade (não precisa gastar muita sola de sapato ou gasolina) e verá uma série de irregularidades nas propagandas dos candidatos.
Se quiser dar uma olhada, basta acessar o blog "Limeira 2012".
Você votaria num candidato assim?
É só dar um giro pela cidade (não precisa gastar muita sola de sapato ou gasolina) e verá uma série de irregularidades nas propagandas dos candidatos.
Se quiser dar uma olhada, basta acessar o blog "Limeira 2012".
Reencontro com os pandas
Aproveitando a notícia do nascimento de um urso panda no Zoológico Nacional de Washington D.C., eis os moradores do local fotografados durante visita em abril deste ano.
Eu já os conhecia de uma visita anterior. Como estava com cerca de uma hora livre até uma atividade agendada, sugeri ao amigo que me acompanhava corrermos até o zoológico. Minha finalidade era mostrar-lhe o máximo possível, mas principalmente os pandas.
Pois o tempo foi suficiente só para isso mesmo, ver os famosos ursos.
Se valeu a pena tanta correria, só ele poderá responder. Na ocasião, ele disse que "sim". Para mim, valeu.
Que tal responder aqui, em público também: afinal, valeu a pena?
Quando vi os pandas na primeira vista, em 2007, fiquei emocionado. É um animal tão raro para nós, brasileiros, que vê-los assim de perto provoca uma curiosidade e uma emoção realmente incomuns.
Belos animais, parecem feitos de pelúcia - e são ursos!
Em abril último, os pandas estavam em locais reservados, não no espaço montado para eles no zoológico, que reproduz o habitat da espécie. Acredito que isto se deva à inseminação artificial, feita exatamente no mês em que lá estive.
Em tempo: não lembro exatamente o valor, mas o Zoológico de Washington D.C. pagou milhões (acho que US$ 10 milhões) pelo empréstimo de dois pandas gigantes da China.
PS: para ver os pandas ao vivo, clique aqui.
* As fotos são de Carlos Giannoni de Araujo
Eu já os conhecia de uma visita anterior. Como estava com cerca de uma hora livre até uma atividade agendada, sugeri ao amigo que me acompanhava corrermos até o zoológico. Minha finalidade era mostrar-lhe o máximo possível, mas principalmente os pandas.
Pois o tempo foi suficiente só para isso mesmo, ver os famosos ursos.
Se valeu a pena tanta correria, só ele poderá responder. Na ocasião, ele disse que "sim". Para mim, valeu.
Que tal responder aqui, em público também: afinal, valeu a pena?
***
Quando vi os pandas na primeira vista, em 2007, fiquei emocionado. É um animal tão raro para nós, brasileiros, que vê-los assim de perto provoca uma curiosidade e uma emoção realmente incomuns.
Belos animais, parecem feitos de pelúcia - e são ursos!
Em abril último, os pandas estavam em locais reservados, não no espaço montado para eles no zoológico, que reproduz o habitat da espécie. Acredito que isto se deva à inseminação artificial, feita exatamente no mês em que lá estive.
Em tempo: não lembro exatamente o valor, mas o Zoológico de Washington D.C. pagou milhões (acho que US$ 10 milhões) pelo empréstimo de dois pandas gigantes da China.
PS: para ver os pandas ao vivo, clique aqui.
* As fotos são de Carlos Giannoni de Araujo
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
O que Limeira ganha com o rodeio?
Gostaria de saber, afinal, o
que Limeira ganha com a festa do peão, agora renomeada de rodeio.
Trata-se, como todos sabem, de um evento estritamente particular, pertencente a duas ou três pessoas, que assumem os riscos e ficam com os eventuais lucros.
Não se trata de nenhum comentário
crítico por preconceito, é apenas uma curiosidade, um questionamento mesmo. Quanto
a festa rende de impostos aos cofres públicos? O município gasta algo com o
evento, ainda que na infraestrutura indireta? Se sim, quanto?
A população tem direito de
saber as respostas.
Trata-se, como todos sabem, de um evento estritamente particular, pertencente a duas ou três pessoas, que assumem os riscos e ficam com os eventuais lucros.
Nada contra este princípio,
mas é forçoso reconhecer que a festa está ficando elitizada (portanto, já não é
mais popular) e traz efeitos colaterais para o setor de entretenimento e lazer.
Durante dois finais de
semana, é visível como os bares e afins ficam esvaziados em razão do rodeio. Isto
significa prejuízo para os empresários e também menor arrecadação de impostos
para o município.
Estamos falando de dois
finais de semana (período de maior receita para o setor) em um mês!
E não é só: embora elitizado,
o rodeio atrai populares. O problema é que estes gastam o que não possuem para
comprar ingressos que chegam a R$ 260 (fora estacionamento, etc). Resultado: as
pessoas comprometem o orçamento mensal por causa de um ou dois dias na festa do
peão.
Para quem acha exagero, saiba
que eu conheço duas pessoas – um amigo e um colega de trabalho – que disseram nos
últimos dias que não podiam sair mais este mês “porque já gastaram demais com o
rodeio”.
E estou falando só do meu
caso, quantos outros devem ter ouvido algo semelhante?
O mesmo foi dito pelo dono de
um bar em Limeira nesta segunda-feira (17/9) numa conversa informal. Quando questionei
os eventuais benefícios do rodeio, ele emendou: “não são só dois finais de
semana, é o mês todo comprometido porque as pessoas gastam todo o dinheiro na
festa e deixam de sair”.
Somado um problema ao outro,
conclui-se que setembro (mês em que tradicionalmente ocorre o rodeio) é uma
dor-de-cabeça para os empresários do setor de lazer.
Prejuízo para eles e também
para os cofres municipais, que deixam de arrecadar em razão do movimento abaixo
do possível nos bares e afins.
Por isso, é mais do que justo
querer saber o que Limeira ganha com o rodeio.
Nada contra a festa tampouco
contra seus organizadores, mas como cidadão me vejo no dever de levantar tal
questionamento.
Em tempo: algum candidato a
prefeito se arrisca a fazer o mesmo, questionar?
PS: ainda que eventualmente o rodeio renda muito para a prefeitura, há que se pensar em alternativas, pois quem gera emprego e renda durante todo o ano não merece ficar às mínguas durante um mês.
***
Aliás, ao tratar sobre lazer,
nenhum candidato até o momento fez referência à chamada Lei do Fecha Bar (lei 3.626/03, complementada pela lei 4.078/06). Ela
veta a abertura de bares, restaurantes e similares após 22h (ou 23h durante o
horário de verão) se não possuírem um alvará especial.
O blog sabe de
estabelecimentos instalados recentemente numa das principais áreas de lazer da
cidade, a Avenida Saudades, que estão ameaçados de fechar justamente em razão
da tal lei.
Um comerciante da área contou
ao blog que está deixando de investir porque não consegue o tal alvará.
Acontece que um bar vizinho possui a licença porque estava na avenida antes da
vigência da lei. Isto numa avenida que se transformou em polo de lazer e
entretenimento, concentrando a vida noturna da cidade com bares, pizzaria,
boate e restaurante.
Ou seja: não dá para tratar
de lazer em Limeira sem discutir essa lei.
Leia também:
Em velocidade
Um flagrante noturno em Atlanta (EUA) perto de uma unidade do The Cheesecake Factory (uhmmmm!!!):
Leia também:
- O destino me levou a Atlanta
Leia também:
- O destino me levou a Atlanta