sexta-feira, 27 de agosto de 2010 | |

Copa - um balcão de negócios

Em uma nota conjunta, o Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 (leia-se Ricardo Teixeira), a prefeitura e o governo de São Paulo anunciaram hoje que o futuro estádio do Corinthians vai sediar a abertura do Mundial no Brasil. A opção foi apresentada pelo sr. Teixeira, conforme notícia do UOL (leia aqui).

Nada contra a escolha nem o Corinthians não fosse o fato motivado por interesses particulares, frutos de disputas políticas (potencialmente não republicanas).

Ao ler o noticiário, porém, restou-me uma dúvida (uma?): se o Morumbi não tem capacidade para sediar a abertura da Copa, já que a Fifa exige uma capacidade de pelo menos 60 mil espectadores, entre outras adaptações, como o futuro estádio do Corinthians poderá atender todas exigências se o projeto prevê 48 mil lugares? Será que o Comitê Organizador local fará vistas grossas a isso? Terá sido apenas coincidência o fato do presidente do Corinthians ter sido o chefe da delegação brasileira na Copa da África?

O próprio presidente corintiano escancarou as interferências políticas ao afirmar hoje (leia aqui) que sua principal função no cargo era impedir que jogos da Copa ocorressem no estádio do rival São Paulo.

Aliás, o presidente do Corinthians pregou também hoje a alternância de poder. “O que falo muito e brigo é pela alternância de poder. Por mais que a situação financeira seja boa, não se pode ficar mais que três ou quatro anos à frente de um clube”, disse, conforme citação do UOL.


Ele poderia, então, contribuir com o futebol brasileiro liderando um movimento para que haja alternância no poder na própria entidade máxima do futebol no país, a CBF, comandada pelo sr. Teixeira há mais de 20 anos. Senhor que o presidente do Corinthians apoia...

Por essas e outras que, infelizmente, não dá para apoiar a Copa no Brasil. Lamentavelmente, as previsões de que o Mundial seria um grande baçcão de negócios se confirmam cada vez mais...

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