

Divergências à parte, os EUA seguem estimulando o consumo. “Compre um e leve outro”, “compre e ganhe 50% de desconto na próxima negociação”, “raspe o cartão da loja e ganhe descontos”, “noite da moda, com preços incríveis”. Tudo para vender. Não se sabe, porém, até que ponto o norte-americano está com dinheiro no bolso e disposição para gastar.
Os números da economia americana ainda assustam: em meio a tantas (tantas mesmo!) placas de “vende-se” ou “aluga-se”, a previsão dos especialistas é que 6,4 milhões de imóveis irão para hipoteca em 2010 devido à incapacidade de pagamento de quem os financiou. Isto é um número brutal considerando a crise que já atingiu o mercado imobiliário em 2008 e este ano.
O presidente dos EUA, Barack Obama, manifestou na semana passada que esperava um PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas por um país) positivo no trimestre, o primeiro após uma longa recessão. O resultado divulgado ontem, porém, indicou um cenário ainda de retração.
O fato é que para os turistas, os EUA continuam sendo um “oásis” para compras, como anuncia um grande outlet na região de Miami, o Sawgrass Mills. É bom saber, contudo, que esses mesmos turistas poderão se deparar com imagens dificilmente antes vistas, como a de pessoas pedindo dinheiro em semáforos. Se são realmente necessitados não se sabe, mas sem dúvida a crise de alguma forma está envolvida nesse cenário. Ainda que seja por mero oportunismo.

* Em tempo: para se ter uma ideia do tamanho da crise, Obama disse em entrevista recente a David Letterman que o país perdia 700 mil empregos por mês quando ele assumiu o governo. Até agora, a crise já custou US$ 5 trilhões aos EUA.