segunda-feira, 23 de março de 2015 | |

A questão das TVs públicas: um debate necessário

Dois livros recém-lançados no Brasil debatem uma questão cada vez mais premente na sociedade: o papel das TVs públicas.

Consideradas modelos bem sucedidos em vários países (o Reino Unido, com a BBC, talvez seja o melhor exemplo no que diz respeito à gestão, financiamento e conteúdo), as TVs públicas brasileiras vira e mexe vão parar no noticiário, seja pela qualidade de algum produto ou pelas costumeiras interferências políticas e/ou baixa audiência.

Segundo o jornalista Eugênio Bucci, ex-presidente da Radiobrás e autor de “O Estado de Narciso”, o problema “começa na submissão das emissoras às autoridades de plantão, que controlam verbas e indicam diretores”, conforme resenha assinada pelo jornalista Bernardo Mello Franco na “Folha de S. Paulo”.

Já Ernesto Rodrigues em “O traço da Cultura” analisa especificamente o caso da TV Cultura de São Paulo, emissora da qual foi ombudsman por três anos (em tempo: a experiência de ter um ouvidor foi encerrada na Cultura – emissora da qual estou funcionário).

Para ele, a TV pública paulista é um “parque de diversões da elite cultural paulistana em que todos trabalhavam de costas para o público, sem querer saber se ele estava satisfeito. Ou mesmo presente”.

Conforme resenha feita pelo crítico de TV do UOL, Mauricio Stycer, Rodrigues defende para a Cultura (o que, no caso do Brasil, vale para outras emissoras públicas) “a inclusão de conteúdos, personagens e temáticas ‘mais populares’ na grade. Na sua visão, isso não significa ‘abrir mão do senso crítico ou adotar a mediocridade como parâmetro cultural ou jornalístico’”.

Este debate sempre teve sua particular relevância, acentuada neste momento em que parte da sociedade coloca em xeque a independência dos meios de comunicação e que o partido do governo cobra a aprovação no país de uma nova lei de mídia.

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