terça-feira, 25 de novembro de 2014 | |

Quem, afinal, é este tal de mercado? - uma reflexão

(...) Não estou afirmando que não caibam críticas morais aos resultados produzidos pelo mercado. Elas são muitas e muito pertinentes. É fundamental, contudo, que a indignação que possamos experimentar não contamine nossa capacidade de compreender como as engrenagens econômicas funcionam no mundo real. Se isso ocorrer, o resultado são barbeiragens. Foi exatamente o que se deu na primeira gestão de Dilma.

Quanto à lista de injustiças do mundo, ela até pode ser encabeçada pelos lucros exorbitantes de banqueiros, mas não se limita a eles. Por que um sujeito que teve a sorte de jogar bem futebol ou a mulher que por acaso nasceu bonita merecem ganhar milhares de vezes mais do que pernas de pau ou feias? Como mostrou John Rawls, quase tudo o que valorizamos é um prêmio indevido.

Fonte: Hélio Schwartsman, "O tal de mercado", Folha de S. Paulo, Opinião, 25/11/14, p. 2.

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