quinta-feira, 9 de outubro de 2014 | |

Pitacos pós-eleitorais

De Limeira:
- O resultado das urnas mostrou que alguns insistentes candidatos, se tiverem um mínimo de noção, largam mão de aventuras eleitorais. Caso de Kleber Leite (PRB), que não atingiu sequer dez mil votos (9.944 para deputado federal) após números ridículos como candidato a prefeito em 2012;
- Por sorte, a população não se deixa mais enganar por comunicadores popularescos e demagógicos. Casos de Kleber Leite e Thiago Gardinali (PTB, 3.127 votos para deputado estadual);
- Embora o eleito Miguel Lombardi (PR) seja da bancada governista, não é exatamente um dos pilares do grupo do prefeito Paulo Hadich (PSB). Deve-se, portanto, à eleição de Lombardi muito mais ao trabalho dele como vereador (além, é claro, do “efeito Tiririca”);
- Há, portanto, uma (preocupante para o grupo no poder) sinalização de esgotamento do grupo de Hadich – o presidente da Câmara Municipal, Ronei Martins (PT), que há dois anos seria a grande estrela da eleição, conseguiu menos votos dos que o levaram ao Legislativo municipal (11.685 votos para deputado estadual);
- Mesmo derrotado nas urnas por apenas 92 votos de diferença, o ex-vereador Mário Botion (PEN, 38.397 votos para deputado estadual)) sai extremamente fortalecido do pleito. Não poderá ser ignorado na disputa de 2016 – gabaritou-se até para disputar o comando do Executivo;
- Lombardi, agora deputado com 32.080 votos, também será figura importantíssima na eleição municipal;
- Hadich - que teria até pedido votos para um candidato de fora de Limeira - vê seu grupo desidratar-se nas urnas.
Do Brasil:
- Não se sabe afinal onde foi parar o desejo de mudança manifestado nas jornadas de Junho de 2013. Efetivamente, ele não se materializou nas urnas. Uma breve análise dos eleitos apontará a prevalência de figurinhas bastante carimbadas;
- Há que se considerar ainda que parte da renovação envolve nomes ligados (muitas vezes com parentesco) a políticos de carreira. Portanto, fica difícil criticar práticas viciadas se o eleitor escolhe sempre mais do mesmo;
- De resto, as urnas mostraram que estrutura partidária, alianças e tempo de televisão fazem toda a diferença;
- Para o bem e para o mal, a eleição consolidou a polarização que há duas décadas domina a política nacional – PT e PSDB. Para o mal porque será sempre mais do mesmo, deixando a renovação de lado. Para o bem porque efetivamente premia partidos que têm um mínimo de organização, ideologia, quadros políticos e projeto.

* Leia também:


- Sinais e ruídos


Desafio aos candidatos: convencer quem votou branco ou nulo:


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