quarta-feira, 3 de setembro de 2014 | |

Racismo: uma luta necessária

Confesso que a minha primeira reação ao mais recente ato de racismo no futebol brasileiro, desta vez contra o goleiro Aranha, do Santos, foi de completa indignação e revolta.

Como bem escreveu o jornalista Xico Sá, não podemos aceitar isto como “apenas mais um ato” ou como algo corriqueiro. Não é!

(...) O futebol não pode, como querem muitos, estar acima do bem, do mal e das leis. Racismo é racismo em qualquer canto. Com ou sem a bola rolando. Contra o Aranha ou contra a menina negra M.D.M.R, mineira de Muriaé, atacada no Facebook depois de postar uma foto com o seu namorado branco. 
Racismo é racismo. Ponto. Se era"normal" chamar de macaco no passado, que dane-se o passado, é hora de desmascarar a cara de pau da normalidade. Como disse o goleiro do Santos, naquele momento o racismo estava mostrando mais uma vez a sua face, a sua cara. Que seja punido. (...)


Minha intenção era fazer uma postagem com uma série de palavrões, de modo proposital, como se isto significasse uma panela de pressão explodindo ou, dito de outra forma, como se fosse a manifestação de alguém que já não tolera mais tamanha ignorância.

Passada a raiva (mas com a necessária permanência da indignação), fico com a posição do filósofo Hélio Schwartsman em artigo na “Folha de S. Paulo”:

Concordo que as manifestações racistas nos estádios são horrorosas e que devemos nos empenhar em pôr um fim a esse tipo de coisa. Também repudio a violência das torcidas organizadas e o vandalismo. Mas, se vamos combater esses comportamentos, precisamos fazê-lo segundo as regras do direito penal, que exigem identificar os culpados e julgá-los em processo regular, no qual tenham direito a ampla defesa. 
 Ora, algumas pessoas estão devidamente identificadas, não estão? Pois que se abra um processo penal, que elas tenham o direito à ampla defesa e, se assim a Justiça considerar, que elas sejam punidas no rigor da lei. No estrito rigor da lei. E que se dê ampla divulgação a isso. 


Só assim, com punição efetiva e educação, este triste capítulo da nossa sociedade poderá ganhar um outro final.

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